sábado, 9 de janeiro de 2010

Teoria da Ação Comunicativa.

Vou ousar divagar um pouco dentro do universo de Habermas e sua Teoria da Ação Comunicativa.

Habermas é um filósofo contemporâneo que trouxe consigo umas das teorias que mais influenciaram meu modo de pensar. Na Teoria da Ação Comunicativa Habermas pretende mostrar algumas peculiaridades existentes na comunicação entre os indivíduos. Basicamente podemos trabalhar com dois pensamentos, sendo o primeiro relacionado ao que está sendo falado e o segundo relacionado à intenção que se tem ao falar.

Em sua ação comunicativa Habermas propõe que os indivíduos devem se envolver em um diálogo em igualdade de condições, sem coação ou coerção, e que dessa maneira, através do melhor argumento, as ações que determinarão a vida social serão tomadas.

Basicamente trabalhamos com situações ideais de fala, nas quais t0dos possuem a oportunidade de falar, se expressar, ouvir, contestar, sem que haja influência ou coação envolvida. A partir desse ponto, a força do melhor argumento entrará em ação e todos chegarão a um consenso, entrarão em acordo. Aqui vale apenas o "melhor argumento".

Assim sendo, supõe-se que as ações dos indivíduos possuem a verdade como objetivo pretendido. Dessa maneira muda-se a concepção de entendimento. Ele deixa de ser um objetivo final e passa a fazer parte do processo de interação entre indivíduos. Não necessariamente saimos de um diálogo com um entendimento. Mas esse passa a ser um consenso: o de que não há um "acordo" naquele momento. Não houve força suficiente de argumentação para se chegar a um veredicto.

Essa deveria ser a forma adequada de comunicação entre todas as pessoas. A partir daí sumiria a velha frase que aprendi com um amigo (hoje distante) quando questionava as pessoas acerca de suas razões. Dizia ele: "essa é uma boa (às vezes ótima) desculpa, mas qual a verdadeira razão (verdade)?"

Muitos são os casos em que estamos em um diálogo, discussão, conversa, etc., em que temos exatamente essa sensação. A de que estamos ouvindo uma bela desculpa, mas não a verdadeira razão existente no coração de nosso interlocutor. E acredito, tal como Habermas, que o melhor entendimento só se dará se as pessoas se relacionarem sempre de maneira igual, buscando a verdade através de suas ações, e não mais com intenções ocultas em suas ações.

Um abraço a todos.



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