sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Queria não ser um TDAH.

Essa postagem vai mais como um desabafo. No fundo no fundo, sofro e sinto-me péssimo em ser um portador de TDAH. Se é que alguém quer saber disso.

Em sua essência, em um portador de TDAH, os neurotransmissores, dopamina e noradrenalina, estão em menor concentração no cérebro. Isso torna o seu portador menos atento e com menor controle sobre si mesmo. Isso nos torna menos atento às coisas, mais impulsivos e hiperativos. A impulsividade até pode ter seus aspectos positivos, mas em um portador de TDAH causa problemas. Estamos sempre procurando sermos gratificados o tempo todo, de forma imediata. Queremos sempre as coisas a nosso tempo. E essa busca normalmente é intensa demais. Sinto que nunca vale a pena o risco que corremos.

Vivo em conflito, quer seja comigo mesmo, quer seja com alguém próximo. E muitas vezes quando percebo, já é tarde demais. Não tenho controle sobre isso. Fico sufocado e sufoco as pessoas ao meu redor. Tudo comigo, sempre acaba em confusão.

Apesar de inteligente e criativo, ser um portador de TDAH é um “saco” (me perdoem a palavra). Não consigo me realizar. Sempre me perco no meio do caminho. Nunca termino o que precisa ser feito. Sempre tenho algo incompleto em minha vida. Talvez tudo. Vivo errando pela falta de atenção e muitas vezes pela falta de cuidado com aquilo que prezo. Estou sempre perdido em meus pensamentos. Eles me levam sem ter como eu impedir.

Sou desorganizado por natureza. Faço 1 milhão de coisas ao mesmo tempo. Custo a terminar as coisas. Na verdade, assusto as pessoas. Vejo isso da pior maneira possível. Sou dominado pela minha impulsividade (queria que fosse diferente). Queria não ser compulsivo com minhas coisas. Tem horas que até acho que vai dar certo, mas... Dá-lhe impaciência, irritação, mal humor. E quem é que agüenta isso? Nem o “papa”. Quem dirá pessoas “normais”.

Queria ser diferente. Como já disse: quem sabe normal. Ser “demais” às vezes assusta. Afasta as pessoas.

Um abraço a todos.

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