Voltando ao último texto que escrevi no Blog, tudo depende do jeito que a gente vê. Como portador de TDAH sou mais do que adepto dessa posição.
Muitos acreditam que o portador de TDAH deve ser analisado e julgado pelos sintomas do transtorno tão somente. Descartam a realidade de que nem todos manifestam as características em sua totalidade.
Confesso que me enquadro naqueles que passam com “louvor” nos testes aplicados aos portadores. Mas isso não quer dizer que sou tudo, ou estou em tudo aquilo relacionado ao TDAH.
Sempre fui de difícil convivência. A impulsividade na comunicação, sem filtros para as minhas colocações e falas, sempre me trouxe problemas. Outra questão envolve a desatenção, o que me leva muitas vezes a “não ouvir” o que as pessoas dizem, por estar eu “ocupado” com outras coisas (viajando...). Sempre fui daqueles que fazem as coisas do próprio jeito, meio que senhor da verdade. Todavia, de uns tempos para cá, vejo que isso tem mudado em minha vida. Meu orgulho e presunção, já não são os mesmos a tempos... Não gosto de rotina. Quem anda comigo sabe disso. A rotina me deixa entediado. Gosto de fazer coisas diferentes (muitas vezes ao meu jeito), mas tudo na vida é negociável. Tenho prazer em passear, viajar, sair. Todavia, como em muitos casos me sinto incompreendido, acabo fazendo certas coisas sozinho. Mas não que essa seja a minha vontade. Companhia é sempre agradável, e bem vinda. Mas prefiro que ela sempre venha acompanhada de compreensão. E quem é que não precisa ser compreendido???
Sempre fui taxado de mal humorado. Acho até que isso é verdade. Porém, vejo que isso também tem mudado em minha vida. Claro que ainda tenho os momentos de instabilidade, mas deixei de ser ranzinza há certo tempo.
No tocante a questões mais íntimas, acredito que o relacionamento deva ser valorizado como um todo. Isso pode causar estranheza, mas a verdade é que entendo que a intimidade em um relacionamento envolve muitos mais a cumplicidade e o conhecimento da outra parte do que o contato físico
Portanto, digo mais uma vez: tudo depende do ponto de vista, do jeito que a gente vê.
“Eu vivo sempre no mundo da lua
Porque sou um cientista homeopata
Futurista e lunático
Eu vivo sempre no mundo da lua
Tenho alma de artista sou um gênio
Sonhador e romântico
Eu vivo sempre no mundo da lua
Porque sou um aventureiro
Desde o meu primeiro passo
No infinito
Eu vivo sempre no mundo da lua
Porque sou inteligente
Se você quer vir com a gente
Venha que será um barato
Pega carona nesta cauda de cometa
Ver via láctea
Estrada tão bonita
Brincar de esconde-esconde
Numa nebulosa
Voltar pra casa
Em um lindo balão azul” – (Guilherme Arantes)