segunda-feira, 30 de julho de 2007

Namorantes

Nessa semana estou lendo o livro “Namorantes” de Maria Helena Matarazzo. De início não achei que iria me interessar pelo tema, mas fui surpreendido por verdades que refletem bem como as pessoas hoje em dia têm se relacionado.

As pessoas atualmente têm a falsa impressão de que quando estão amando não precisam de mais nada. De que o amor, apesar de ser um sentimento, tem que ser constante, sem variações. Devemos imaginar como são os nossos sentimentos. Eles mudam? Claro que sim. Hoje estamos felizes, amanhã tristes. Num dia somos tomados pelo ódio, no outro pela compaixão. Sendo assim o amor, um sentimento, também apresenta suas oscilações.

Temos a idealização de que viveremos eternamente uma paixão desenfreada. Acabamos por idealizar nossos parceiros como sendo a pessoa mais agradável do mundo, a perfeição em forma de gente. Todavia isso tornará a idealização maior do que o companheirismo do relacionamento. Maior do que o desejo sexual. Projetamos no outro a figura divina, glorificando-o e ao mesmo tempo buscando nele o amor pleno, sem histórias passadas, sem outros amores vividos.

O amor é um dom Divino. É uma experiência emocional que tem seu fundamento no respeito mútuo, na ternura, na proteção contra a solidão, na reciprocidade e cumplicidade. O amor cria uma dependência mútua. Uma vinculação de prazeres, de perspectivas, de tristezas, de intentos futuros. Todavia apenas o amor de Deus é perfeito.

Quando idealizamos demasiadamente o amor passamos a pensá-lo como uma garantia em nossas vidas. Na verdade ele deveria ser um desafio. Devemos parar de ter a expectativa de sentirmos mais do que realmente sentimos. Como qualquer outra emoção em nossas vidas, o amor também varia em sua amplitude. Portanto não devemos criar o paradigma de que a pessoa amada é apenas aquela que nos deixa feliz o tempo todo. Amar também dói, exige concessões, oscila na balança da vida.

Creio que deveríamos colocar uma pitada de realismo ao nosso romantismo. Assim não teríamos a impressão de que ou o amor é ruim ou somos nós que amamos de maneira errada. O amor é simplesmente o amor. Tal como é descrito no livro de Coríntios (Bíblia).


Um abraço a todos.

Agradecimento

Queria deixar aqui expresso o meu agradecimentos a todos aqueles que tornaram possível a realização desse projeto. O Blog é para mim um meio de poder me comunicar, de me abrir. Nele posso compartilhar muitas vezes aquilo que sempre esteve guardado comigo. Posso dizer que cada dia que passo escrevendo nele é um dia a mais de terapia para mim. Por isso muito obrigado pelo comparecimento, pelos comentários, pela divulgação e principalmente pelo apoio. Sem vocês imagino que não conseguiria essa realização.
Um abraço a todos.

Fogo na Roupa

Como prometi dias atrás, contarei hoje o episódio em que coloquei fogo em um barracão que servia de depósito na casa de meus avós. Vocês já perceberam, pela passagem do busca-pé, que sempre tive um fascínio pelo fogo.

Antes de se mudarem para o bairro Santa Inês, meus avós moravam no bairro Boa Vista. Era uma casa grande construída em um lote bem arborizado. Juntamente com a casa existia um barracão que era usado para despejo pela família. Não me recordo bem o que eles guardavam naquele cômodo. A bem da verdade me lembro muito bem de um: estopa.

Não sei ao certo quais são as utilidades da estopa, além é claro de ser usada para encerar carros. Eu, com minha imaginação, descobri uma “muito legal”. Quando você coloca fogo na estopa, ela, por ser feita por muitos fios, vai pegando fogo e se apagando aos poucos. Tenho dúvidas se estou sabendo descrever bem a imagem que me vem à mente, porém lhes digo que é um certo espetáculo pirotécnico. O que não imaginava era que se você colocasse fogo em uma quantidade muito grande o fogo não se apagaria muito fácil.

Diante da sensação boa daquele show, não resisti a colocar fogo em uma quantidade maior de estopa. Posso dizer que, em minha molecagem, procurei ajuntar um monte bem grande no intuito da diversão ser proporcional. Fui totalmente infeliz. A pilha de estopa começou a pegar fogo não se apagando como eu imaginava. Conseqüentemente o fogo foi se espalhando para outros materiais. Desesperado, corri para fora gritando por socorro.

Toda a família estava reunida na casa. Era de costume naquela época todos os filhos se reunirem aos domingos para almoçarem com meu avô. Eles eram bastante unidos. Não sei o que os separou. Creio que foram coisas de adulto.

Voltando ao fogo, todos saíram da casa para ver o que acontecia. Depararam-se com um princípio de incêndio. Desesperados, meus tios correram (juntamente com meu pai) para buscar água na tentativa de apagar o fogo. Eles juntaram diversos baldes, panelas, canecos dentre outros objetos nos quais pudessem carregar água. Foi um mutirão contra as chamas. Para minha felicidade, o fogo foi controlado sem muitos danos à estrutura do barracão.

Horas depois, quando todos já estavam mais calmos, não faltaram, mais uma vez, adjetivos à minha pessoa. Um deles trago na memória. Por sinal é até o título dessa postagem. Escutei várias vezes naquele dia que eu era realmente FOGO NA ROUPA.
Uma das características do portador de TDAH é agir sem pensar, normalmente de forma impulsiva.

Até breve.

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Café L'orange


  • Café Expresso
  • Cointreau
  • Leite (espuma)
  • Leite Condensado
  • Chantily
  • Casca de laranja (enfeite)

Criatividade

Voltando a falar um pouco mais sobre criatividade, gostaria de salientar que a criatividade é a “alma dentro do cérebro”. Em uma passagem bíblica, temos um versículo que diz: “Criou Deus os céus e a terra e tudo o que neles existe”. Sendo assim, cabe ao homem a tarefa de descobrir o que há nessa existência.

Não há dúvidas que a palavra Criatividade tem total ligação com Deus (O Criador). Ela é uma característica de Deus. Portanto, toda a vez que criamos algo testificamos que Deus existe.

Sempre tive para mim que a rotina é uma das coisas mais prejudiciais aos seres humanos. Quem convive comigo sabe bem disso. Todos nós devemos aprender a criar situações novas em nossas vidas. Situações tais que nos tragam alegria. Podemos ser criativos até mesmo ao dirigir. Quem anda de carro comigo já pôde experimentar um pouco disso. Eu me nego a fazer sempre o mesmo caminho quando percorro um trajeto conhecido (como de casa para o trabalho). Uma das coisas que mais faço é alterar minha rota passando por ruas e avenidas diferentes. Dessa maneira não condiciono meu cérebro àquele caminho e, ao mesmo tempo, descubro novas paisagens, pessoas, casas, um “mundo novo”.

A Criatividade é na verdade um processo de tornar-se sensível. Sensível a problemas, a dificuldades, a buscar soluções, a enxergar a realidade com outros olhos. Mesmo que para tal a pessoa utilize uma companhia. Isso mesmo, tem determinados indivíduos que não conseguem realizar projetos sozinhos. Então, tenha sempre um parceiro para essas horas.

Uma outra maneira que me utilizo para despertar minha criatividade é afastar-me do meu universo rotineiro. Procuro sempre me propiciar um relaxamento físico, mental e emocional. Busco situações que me façam sentir feliz (apesar disso ser bem difícil). Tenho prazer em visitar o zoológico, o Parque das Mangabeiras, o Parque Ecológico da Pampulha, ir ao Circo, dentre outras coisas. O que importa é que sempre estou fazendo coisas diferentes.

Vou deixar abaixo uma relação de táticas para serem colocadas em práticas na busca da criatividade. São elas:

Relacione-se com outras pessoas.
Seja bem humorado.
Faça da leitura um hábito.
Mantenha-se atualizado em relação a inovações tecnológicas.
Liberte sua mente.
Encare seus desafios com uma visão diferente.
Seja diferente.

Um abraço a todos.

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Um nobre paladar



Segredo de Minas:

  • Leite
  • Café Expresso
  • Leite Condensado
  • Creme de Leite
  • Chocolate em pó
  • Raspa de limão
  • Raspa de laranja
  • Noz moscada
  • Canela em pó

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Até onde vamos?

Quando menino, sete para oito anos, sempre passava minhas férias na casa de meus avós. Hoje penso que, na realidade, minha mãe passava as férias em casa, me mandando para a casa de meus avós. Eu não me importava, pois ali sempre encontrei liberdade para fazer tudo aquilo que minha cabeça imaginava.

Como já relatei em postagem anterior, meus avós moravam no bairro Santa Inês. Eles possuíam uma cadela chamada Diana (minha companheira). Desde pequeno sempre fui apaixonado por cachorros. Não é a toa que hoje tenho dois Bassets em casa.

Uma das coisas que mais gostava de fazer nos dias em que estava com meus avós era passear com a Diana. Se me recordo bem, não eram bem passeios no sentido restrito da palavra. O que normalmente acontecia era que eu a soltava da coleira, abria a porta da rua para que assim ela “fugisse”. Uma vez em fuga, alguém precisaria ir atrás dela. Quem? Eu mesmo. Ainda me perguntava: até onde vamos?

A cachorra saía pelas ruas do bairro a fora, comigo a tira colo. Creio que conheço bem até hoje aquelas ruas do Santa Inês. Inclusive, recentemente (uns quatro anos atrás), estive naquelas redondezas recordando velhos tempos. Na minha cabeça de criança não era cogitada a hipótese de algo de errado me acontecer. Afinal, aqueles passeios duravam em média uma hora, uma hora e meia, e eu (?) sempre lembrava o caminho de volta para casa. Ah se não fosse a Diana. Certamente estaria perdido até hoje sem a mínima noção de onde eu estava. A cadela nunca se perdia. Apesar de rodar diversas ruas, ela sempre retornava para casa e, conseqüentemente, eu também.

Relembrando esses casos com minha mãe, fui surpreendido com a notícia de que eu, ainda mais novo, já tinha esse costume. Ela relata que, quando meus avós moravam no bairro Boa Vista, eu já tinha esse hábito de andar atrás do cachorro da casa. Nesse caso era um pastor alemão (Tatá). Desse período e dessa casa em específico não me recordo muito. Um dos poucos episódios que tenho na memória foi o dia em que coloquei fogo no quarto de despejo. Eu disse FOGO?????

Bem essa é uma história para outro dia.

Um abraço a todos, e fiquem com Deus.

Um dos meus prazeres - Fazer um bom Café



Café Mocha:



  • Café expresso

  • Leite condensado

  • Creme de Leite

  • Chocolate em pó

  • Leite Vaporizado (texturizado)

  • Baunilha

Reflexão

Refletindo sobre o que escrevi sobre as emoções dias atrás, percebi que as emoções dos outros podem derrubar nosso muros. Sempre podemos crescer um pouco mais, quando conseguimos respeitar os sentimentos de nossos amigos e daqueles que nos são queridos.

Sinto que os relacionamentos interpessoais ficam cada vez mais complicados porque nos tornamos a cada dia mais ocupados sem renovarmos as nossas energias e conseqüentemente a alegria de viver. Esquecemos daqueles que são nossos amigos, que convivem conosco. Nem lembramos mais a maneira como os julgamos ou se ao menos os conhecemos de verdade.

Sentimos maior facilidade de julgarmos o conhecimento científico de alguém (adquirido através de seu aprendizado) do que compreender quais são as suas fraquezas emocionais. Digo isso em relação aos nossos colegas de trabalho, amigos e parentes. Temos extrema dificuldade de lidar com as emoções das pessoas, e quando se trata de um amigo, a dificuldade se torna maior. Isso porque necessitamos conhecer o máximo dele e para tanto, a convivência tem que ser grande. Um antigo provérbio já dizia: “Para que uma pessoa conheça a outra, é necessário comer um saco de sal com ela”. Depois disso, provavelmente saberemos suas virtudes e fraquezas.

O melhor meio para aprendermos a lidar com as emoções dos nossos amigos e colegas é trabalhar com eles no mesmo setor. Nosso trabalho é um dos melhores lugares para nos comunicarmos que existe. Nele convivemos com diversos sentimentos sendo que muitos deles negativos, como a inveja, o orgulho, a ambição e a necessidade de auto-afirmação que todos possuímos. Por isso precisamos começar a pensar em como criar experiências positivas entre nossos colaboradores. Devemos entender que onde não há confiança não haverá união.

Procuro a cada dia trazer um incentivo a mais para aqueles que trabalham comigo. Muitas vezes digo a eles que espero não estar presente na vida deles por muito tempo, pois assim saberei que eles cresceram e conseguiram alcançar patamares mais elevados em suas vidas, principalmente se falando em termos profissionais. Espero estar contribuindo para torná-los pessoas mais produtivas, criativas e inteligentes.

Grande abraço a todos.

Ode de um TDAH

Sempre que estou sozinho sofro
Quando alguém me acompanha me sufoca
Se me amam, me escondo
Se eu amo, escondo também
Se permaneço calado
Fico inquieto
Pensando na vida
Choro as mágoas
Quando me realizo
Perco o interesse
Quando fracasso
Me perco no sono
Quando sei o que quero
Sei que não consigo
Quando consigo
Já nem sei se eu quero
Esquecido quero ser
Porém sempre lembrado
Como se pudesse passar desapercebido
Sempre que notado
Sinto-me morto
Porém respirando
Mas se respiro
Me sinto morrendo

Leonardo Rocha Pena

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Travessura

Desde pequeno sempre fui habituado aos esportes. Meus olhos brilhavam ao ver uma bola na minha frente. Confesso que não era bom jogador de linha, o que me fez escolher a função de goleiro para que pudesse participar da escolinha do Pitágoras. Na verdade, foi o meu professor Luís que me fez escolhê-la. Agradeço a ele pelo incentivo.

Durante quatro anos (dos nove aos onze), treinei e me dediquei ao futebol. Nosso time do colégio disputava o intercolegial e isso era um incentivo e tanto para todos os que jogavam comigo. Para mim a emoção era tremenda, uma vez que era titular do time o que fazia com que tivesse uma certa visibilidade.

Aos onze anos, perdi a titularidade do time sendo que, em boa parte, essa perda se deu por causa de uma certa travessura. Era mês de junho e, como todo ano nessa época, as festas juninas se espalhavam pela cidade. No colégio, as bombinhas, traques, garrafões, etc., faziam a nossa festa. Existia um desses artefatos que me chamava mais atenção. Era o busca-pé. Para aqueles que não conhecem, o busca-pé é um tipo de bombinha que se acende e se joga no chão. A partir daí é ver o show das faíscas saindo dele (que fica “correndo” de um lado para o outro).

Como minha família, por ser mais humilde, não tinha condições de bancar esses “brinquedos” para mim, passava o tempo me distraindo com as brincadeiras dos meus colegas. Uma certa terça-feira a situação ficou estranha. Um rapaz, que treinava com o time acima do nosso (infantil), tinha levado alguns busca-pés e bombinhas para o treino. Chegando lá ficou fazendo graça e vontade na gente (acho que era mais comigo). Insatisfeito com aquela situação, fiquei a observá-lo soltando os seus fogos de artifício. Eu apenas aguardava a chance de aprontar alguma.

Como se não fosse comigo, esperei que ele acendesse um de seus busca-pés e o jogasse no chão. Num pulo, agarrei-o na mão, corri na direção do rapaz (que me fazia raiva) e atirei o objeto dentro de sua blusa. Foi um desespero. Uma correria. Gente gritando, o rapaz desorientado e eu logicamente, me escondi.

O esconderijo não foi bem escolhido. Em pouco tempo o professor Luís já havia me encontrado e levado para ver o resultado da minha arte. A camiseta do rapaz tinha queimado toda (abriu vários buracos) e ele ficou com algumas queimaduras (nada sério). Eu, para variar, sofri uma punição por meu feito. Fiquei um mês suspenso dos treinamentos e, durante o início do torneio daquele ano, tive que assistir aos jogos do banco de reserva. Ainda tive que pagar uma camiseta nova para o meu desafeto.

O portador de TDAH tem por característica a falta de noção de limite. Não possui muito senso de perigo. É uma pessoa impulsiva. Muitos dos meus atos quando criança foram baseados nessas características.


Um forte abraço.

Emoções.

As minhas emoções são trancadas dentro da minha alma. A fechadura? Só abro por dentro. Quando dou essa chave para uma pessoa, sempre vivo a expectativa de poder compartilhar com ela o que tenho de mais precioso: o meu eu. Ainda que isso seja verdade, não consegui me abrir verdadeiramente com ninguém.

Ainda não tenho opinião formada a respeito da emotividade. Não sei se ela é fraqueza ou então a parte forte do ser humano. Não entendo por que algumas pessoas choram mais do que outras. Por que os homens têm vergonha de chorar? Não sei ao menos se existe uma idade para chorar. Dizem que as pessoas quando envelhecem ficam mais sensíveis às lágrimas. Torço para que isso seja verídico.

No fundo acho que o choro faz com que nossa expressão pareça de dor. Como se o choro retirasse de nosso corpo as impurezas da emotividade. Por outro lado, o sorriso embeleza a fisionomia humana. O problema é que faltei às aulas em que ensinaram a sorrir.

Sempre tive para mim que nunca deveríamos deixar que as emoções dominassem nossas ações. Acreditava que ser emotivo demonstrava fraqueza ao invés de intrepidez. Tinha a convicção de que o domínio próprio se referia a controlar os sentimentos.

Sabem do que me esqueci? Esqueci que precisamos preservar a confiança e a amizade de algumas pessoas em especial para, assim, podermos abrir o coração. Abri-lo em momentos de angústia, solidão e até mesmo doença. Os sentimentos se parecem com um rio caudaloso, cujas águas não devem ficar represadas. Olvidei de entregar a alguém a chave do meu coração.

Um abraço a todos.

To me achando meio pra baixo hoje...

sexta-feira, 20 de julho de 2007

De Luto

Como todos já sabem, na última terça-feira, por volta das 19 horas, o Brasil sofreu o seu maior desastre aéreo de sua história. O acidente com o vôo JJ 3054 ficará em nossa memória (assim espero) por um longo período.

Confesso a vocês que sou pouco afeito a expressar meus sentimentos quando vejo esse tipo de tragédia. Tenho isso comigo desde pequeno. Nunca fui muito de sofrer quando vejo algum acidente. Mas nesse caso especial, infelizmente, fui acometido de grande tristeza.

Toda quinta-feira faço aula de tênis no bairro Buritis. Jogo tênis a mais ou menos uns dois anos, mas nunca tinha feito algum tipo de aula com o intuito de aperfeiçoar o meu jogo. De dois meses para cá, devido à melhora de meus parceiros habituais de partidas, resolvi que precisava de um up-grade. Procurei diversas academias até que me matriculei em uma que fica próximo da minha casa. Gostei das instalações, do professor e das pessoas que freqüentam a academia.

Como hábito dos professores de lá, todo aluno joga ao final da aula uma partida com um companheiro que tem aula com outro professor. Já estava se tornando comum eu jogar minhas partidas com um senhor de 56 anos. Apesar da diferença de idade, confesso que nunca consegui ganhar dele. Seu nome era Fábio Vieira Marques Júnior. Engenheiro que trabalhava na Coteminas. A infelicidade? Ele era um dos passageiros do vôo JJ 3054 da TAM. Ontem, ao chegar para minha aula, tive até vontade de voltar para casa. O sentimento é muito ruim de saber que alguém, que estava até outro dia ali, rindo com você, conversando, trocando idéias, já não está mais conosco. Que foi tirado de nossa convivência.

Gostaria de deixar aqui os meus sentimentos à família Marques. Foi com profunda tristeza que recebi a notícia. Acho que nessas horas não há muito que dizer, a não ser expressar nosso mais profundo pesar. Estendo os meus pêsames às outras famílias que perderam seus entes queridos nesse acidente.

Meu companheiro Fábio, ainda espero jogar umas partidas de tênis com você aí no céu.

Hoje prefiro terminar assim.

quinta-feira, 19 de julho de 2007

No Limite

1986, mil novecentos e oitenta e sete. Ainda tenho que me decidir se esses são dois anos que tenho que apagar da memória ou se são apenas uma parte “estranha” da minha vida, que conto aqui no Blog. Quando do início de minha adolescência, conheci um dos meus grandes amigos. Seu nome: Jonas. Nossa amizade dura até hoje mesmo ele estando em terras distantes. Só tenho minhas dúvidas se minha mãe considera essa amizade algo valioso em minha vida.

O episódio que gostaria de compartilhar hoje ocorreu em 1987. Eu e o Jonas estávamos no auge do terror para nossas famílias. Tudo o que se podia imaginar de errado, certamente nossos pais poderiam apostar que estaríamos envolvidos. Mas um acontecimento, especificamente, tenho como sendo o limite da irresponsabilidade.

Meu pai sempre guardou em casa um revólver calibre 38. Em minha curiosidade de menino, sempre “brinquei” com aquela arma. Todavia tinha o cuidado de deixá-la sem munição para que não ocorressem acidentes. Bom, não preciso frisar aqui que arma não é brinquedo. Hoje tenho para mim que nem as de brinquedo devem ser usadas por nossas crianças. Muitos de vocês já devem estar desenhando o cenário em suas mentes. Eu, Jonas e uma arma. Nada de bom poderia acontecer.

Em uma daquelas tardes em que passávamos sozinhos (nossos pais sempre trabalharam fora), levei o Jonas lá em casa para lhe mostrar a arma do meu pai. Ela era motivo de orgulho para mim (que estupidez) e por isso mesmo queria mostrá-la para meu amigo. Ninguém precisa ser gênio para saber que dali nada de bom sairia. Pois bem, peguei a arma que ficava na gaveta da cama do meu pai e entreguei-a, sem munição é claro, para o Jonas. Ele, em uma de suas piores idéias, resolveu colocar um projétil dentro da arma para assim brincarmos de roleta russa (que idéia foi essa???). A brincadeira se estendeu até que ele apontou a arma para minha cabeça. Naquele instante falei para ele que não devemos apontar uma arma para ninguém (a não ser que tenhamos a intenção de atirar, é claro). Sendo assim, ele mudou a direção da arma, apontando-a para o armário do quarto. O que veio em seguida foi um barulho ensurdecedor acompanhado de espanto e choro.

O projétil atravessou a porta do armário, perfurando várias roupas dos meus pais, indo parar na parede atrás do armário. Muita coisa se perdeu naquele dia. A marca daquele projétil deve estar na parede até hoje. Se não estiver, seguramente permaneceu em outra parede, a do meu coração.

Diversos episódios em minha vida me marcaram. Isso acontece com todos nós. O que estou fazendo aqui é me abrindo, conforme conselho da Dra. Ana Paula (palmas para ela). Essa tem sido uma maneira de espantar todos os fantasmas que me acompanharam durante esses anos.

Mais uma vez não preciso relatar a bronca que levei. Meu amigo Jonas? Mais tarde naquele dia, quando as famílias estavam reunidas, falou para o pai dele que quando crescesse compraria uma bazuca. De onde ele tirou mais essa idéia?

Um abraço a todos, e até breve.

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Há alguns anos fui convidado pela D. Lucila (“minha avó”) a levar uma palavra para os convidados de seu aniversário. Se não me falha a memória era a comemoração de seus 88 anos de idade. Durante aquela semana fiquei com um sentimento de incapacidade, pois ali estariam muitas pessoas, sendo que dentre elas alguns dos pastores da igreja que ela freqüenta. Compelido pelo amor que sinto por ela, resolvi que deveria falar sobre uma vida de Fé. O motivo era simples: a vida da D. Lucila é uma vida de Fé (confiança).

Segundo o livro de Hebreus, em seu capítulo 11, a Fé é a certeza das coisas que se esperam e a prova das coisas que não se vêem. Certamente, a Fé é a manifestação de que a pessoa acredita em Deus, e crê que Ele é galardoador daqueles que o buscam. Pela Fé, obtemos testemunho de que somos justos (como Abel), agradamos a Deus (como Enoque), nos tornamos herdeiros da justiça (como Noé), podemos oferecer a Deus o melhor que temos sem riscos (como Abraão), podemos fazer o que é fisicamente impossível (como Sara). Pela Fé, podemos sair do pecado e ver o invisível.

Ter Fé, na minha opinião, não é acreditar que Deus possa ou não possa fazer algo, mas sim confiar que Deus já tem feito. A Fé real crê na resposta já existente em Deus, nesse instante, antes mesmo de que possamos vê-la ou senti-la.

Lembro que todas as palavras que disse naquele dia tinham o objetivo de homenagear uma pessoa maravilhosa, exemplo de vida para todos aqueles que com ela convivem. Alguém que dedica sua vida a oração. Oração pelos necessitados, pelos parentes, pelos amigos, pelos que estão próximos ou até mesmo por aqueles que ela não conhece. Nunca convivi com uma pessoa tão interessada em abençoar a vida das pessoas. A vida da D. Lucila é um testemunho vivo de que o Senhor existe e tem em nós o seu maior tesouro.

AP. 3:5 O QUE VENCER SERÁ VESTIDO DE VESTES BRANCAS. DE MANEIRA NENHUMA RISCAREI O SEU NOME DO LIVRO DA VIDA, MAS CONFESSAREI O SEU NOME DIANTE DE MEU PAI E DIANTE DOS ANJOS.

terça-feira, 17 de julho de 2007

Aventura

Voltando aos episódios relacionados à minha infância, contarei a vocês aquela que talvez tenha sido a maior de minhas aventuras.

Aos sete anos de idade, morávamos no bairro São Bento, em frente à barragem Santa Lúcia. Eu como sempre adorava brincar, jogar bola, fazer todo o tipo de bagunça, pois essas eram as coisas que me satisfaziam. Em um daqueles dias, não me recordo bem se eram férias, estava jogando bola na garagem do prédio juntamente com minha irmã (Cinthya). Durante a brincadeira, chutei a bola que acertou o retrovisor do carro do meu pai, quebrando o seu vidro. Foi uma sensação horrível. Já me imaginei apanhando da minha mãe por causa de mais uma travessura realizada. Fiquei morrendo de medo e num ímpeto de fazer mais coisa errada ainda, resolvi fugir de casa.

Subi as escadas e fui para o meu quarto. Peguei um estojo marrom, no qual guardava minha poupança, e contei as moedas para saber se seriam suficientes para empreender aquela fuga. Eu era bastante econômico, e sendo assim, o dinheiro bancaria as despesas. Juntei umas mudas de roupa, coloquei na mochila e me senti pronto para ir. Tudo isso, é claro, debaixo do olhar incrédulo da minha irmã.

Desci as escadas e fui para a rua. Pensei que se fosse pegar um ônibus, daria tempo de alguém avisar meus pais, por isso resolvi tomar um táxi (Tenho a ligeira impressão que naquela época a vida era mais segura). Fiz sinal para um motorista que prontamente me atendeu. Dirigi-me a ele indicando o meu destino. Era nada menos que a Praça da Estação. Só me vinha na cabeça um lugar em que me sentiria seguro. A casa de meu avô. Ele morava no bairro Santa Inês, e o ônibus que fazia o trajeto passava na Praça para a qual me encaminhava.

No trajeto até a Praça fui conversando com o motorista. Ele estranhou o fato de um garoto tão novo estar andando sozinho. Contei-lhe o motivo da minha fuga, mas creio que ele estava importando apenas com a “corrida”. Chegando ao meu destino, desci e fui procurar o ponto do ônibus no qual deveria embarcar. Já tinha estado ali em outras ocasiões com meus pais, então não deveria ser tão difícil encontrá-lo. Quando estamos sozinhos, tudo ao nosso redor parece maior, mais assustador, mais ameaçador. Mas eu estava ali para cumprir a minha missão. Chegar até o bairro Santa Inês.

Depois de aguardar por um período que não me recordo, embarquei no ônibus e me pus a caminho da casa de meu avô. Fiquei abraçado a um daqueles suportes do ônibus (que estava um pouco cheio) e aguardei até que a viagem se completasse. Receoso de errar o ponto em que deveria descer, pedi ao trocador que me avisasse quando chegasse ao meu destino.

Não me lembro bem quanto tempo gastei de casa até lá, mas quando cheguei, meus tios e meu avô, me aguardavam na porta. Sem entender muito o que se passava, vi que eles choravam. Para mim, não havia motivos para estarem assustados, com medo. Em momento algum eu havia corrido perigo (será?). A bronca como sempre foi geral. Não posso dizer que não recebi alguns abraços também.

Ao chegar em casa, encontrei minha mãe juntamente com minha madrinha sentadas no sofá aos prantos. Eu não tinha a menor idéia do transtorno que tinha causado. Minha família tinha mobilizado a polícia, parentes e amigos para me encontrar. Não se passava por aquela cabeça de criança que um ato daqueles era extremamente perigoso. Confesso que não imaginava o quanto eu era importante para meus pais. Realmente sinto muito pela dor causada à minha mãe durante a minha vida.

Acho que até hoje causo problemas para minha amada mãe. Sei que ela cuida de mim vendo à sua frente o seu filho caçula. Desculpem-me se termino de escrever com lágrimas nos olhos. Verdadeiramente não tenho ninguém, além da minha filha, mais especial que minha querida mãe. Não sei explicar o vínculo que tenho com ela, talvez até por ser inexplicável mesmo.

Mãe, me perdoe por tantas vezes que te fiz chorar. Desculpe-me se durante minha vida te trouxe tantos problemas. Tenho certeza que um dia a senhora ainda vai se orgulhar de mim. Sei que ainda tenho alguns dos seus sonhos para realizar. Um deles é o tão esperado diploma de curso superior. Espere mais alguns meses e você o terá como presente. Tenho me dedicado para que dessa vez consiga me formar. Não posso deixar de dizer que tudo isso só será possível, se Deus assim permitir.

Um abraço a todos.

domingo, 15 de julho de 2007

Amizade

Esse final de semana estive na casa do meu grande amigo Daniel. Lá pudemos desfrutar da nossa boa convivência, bem como de um jantar magnífico na companhia dos pais dele (Sr. Carlos Alberto e Dona Dirce). São treze anos de amizade, nos quais sempre fui bem recebido em sua casa, inclusive em festas natalinas (normalmente comemoradas em família). Já disse aqui no Blog, em ocasião passada, que amigo para mim é aquele que não espera nada de nós, que não tem expectativas a nosso respeito. Gostaria de deixar aqui expresso que tenho no Daniel essa pessoa. Amigo sempre fiel e leal. Companheiro em todos os momentos da vida, quer tenham sido eles bons ou ruins.

Posso dizer que criei um vínculo de amor com essa família. São pessoas que respeito e admiro não só pela simplicidade, mas pelo modo como me acolheram. Posso dizer, sem receio de cometer um engano, que os tenho como família e que a recíproca é verdadeira. Daniel, um irmão para mim e seus pais como se os meus fossem. Obrigado pelo carinho dispensado a mim. Mais ainda, obrigado pelo carinho que todos vocês demonstram para com a Isabella. Tenho a certeza de que quando ela estiver mais velha, não terá o menor constrangimento de chamá-los de avós (e o Daniel de tio), pois é assim que ela os verá.

Peço a Deus que sustente esse relacionamento e nos dê força para torná-lo ainda mais especial. Como tenho dito aqui no Blog, esse é um espaço no qual falarei sobre a minha vida e minhas experiências. Falarei dos momentos que vivi, das pessoas que conheci e da importância de cada um desses eventos para o meu crescimento pessoal.

Fica aqui uma menção honrosa a essa família maravilhosa. Não poderia deixar também de mencionar os irmãos do Daniel: Paulo e Roberto. Cada um deles tem participação em minha vida e cada uma com significado especial. Agradeço ao Paulo pelas palavras de Cristo que trouxe até mim. Ele foi instrumento de Deus para trazer “boas novas” à minha vida.

Até breve.

Indo Além do Segredo

Dias atrás escrevi no Blog acerca do livro “O Segredo”. Naquela ocasião falei sobre a questão da gratidão que devemos ter pelas coisas em nossas vidas. Durante o final de semana me veio uma vontade de escrever um pouco mais sobre a minha impressão sobre o livro.

Que gostei do que li não tenho dúvidas. Em O Segredo encontramos motivação para diversos fatos em nossas vidas. Todavia gostaria de expressar o meu sentimento de que, tal como possa ficar subentendido no livro, não creio que os seres humanos estejam caminhando para se tornarem deuses. Também não acredito que haja salvação para a humanidade em si mesma. O que acredito é que temos que nos empenhar ao máximo para que a vida valha a pena. Precisamos fazer diferença nesse mundo. Tenho confiança no poder da lei da atração, confiança no poder de sermos criativos, aproveitando o talento que Deus deu a cada um de nós. Para mim, não somos escritores da nossa própria história. Na minha opinião devemos encontrar nosso lugar na história. Que história? A que Deus escreveu. Devemos usar a lei da atração para atrair para nós o fim que Deus quis para nossas vidas.

Não devemos crer em um homem todo poderoso, que faz uso do Segredo para conseguir tudo aquilo que deseja, independente das circunstâncias. Por mais que estejamos necessitados de esperança, de mudança, de uma vida menos opressiva, devemos acreditar em Deus, que em tudo nos supre.

Um grande abraço a todos.

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Isabella

Como havia dito ontem, explicarei aqui de onde surgiu o nome Isabella.
No dia em que soubemos que teríamos uma menina, já no trajeto de volta para casa, Lucila me perguntou acerca do nome que colocaríamos na criança. Como disse anteriormente, minha cabeça não estava pronta para pensar nessas coisas. Então, a resposta foi que não queria pensar em nomes naquele momento. Mesmo assim, Lucila comentou que enquanto fazia o ultra-som, o nome Isabella havia lhe surgido em pensamento. Bem, a escolha ficou para outro dia. Durante o mês seguinte à notícia, alguns episódios vieram a corroborar para a nossa tomada de decisão.

Um certo dia, ao voltar do trabalho, estava eu, mais uma vez, preso em um engarrafamento. Muito sem paciência, como de costume, procurei me distrair olhando as coisas que estavam ao meu redor. Para minha surpresa, ao olhar o ônibus que se encontrava parado uns dois carros à frente, reparei que a propaganda em sua traseira trazia o nome IZABELA. Curioso, esperei o trânsito andar um pouco e vi então que se tratava de publicidade da escola Izabela Hendrix. Fiquei com aquele fato na cabeça. Poucos dias depois, Lucila chegou em casa com um daqueles livros de nomes com seus significados. Ao sentarmos à mesa para dar uma olhada, passou na televisão uma propaganda onde o jingle dizia:... “a vida é Izabela”... Adivinhem! Era a propaganda da escola Izabela Hendrix passando no comercial da televisão. A dúvida naquele momento começava a se dissipar. A convicção de que o nome deveria ser Isabella começava a se formar. Passados mais alguns dias, Lucila comentou que ao comparecer a uma audiência do banco, no ministério do trabalho, encontrou-se com uma moça cujos filhos (uma menina e um menino) se chamavam?... Isabela e Thiago. Puxa vida, era muita coincidência. O nome de uma menina juntamente com o nome que gostaria que meu filho tivesse? Naquele instante já não tínhamos mais dúvidas, mas mesmo assim pensei em consultar o significado do nome naquele livro que tínhamos comprado. Novamente encontrei ali a confirmação de que minha filha estava com o nome completamente definido. Seu significado é:

Isabela: Consagrada a Deus.

Consagrar: v.tr., DEDICAR A DEUS.

“Consagra-me todos os primogênitos, todo o que abrir a madre da sua mãe entre os filhos de Israel, assim de homens como de animais, será meu”. Ex. 13-2

Filha, que a sua vida seja de consagração a Deus. Que nenhum infortúnio possa vir a desviar os seus olhos Dele. Papai, mesmo não tendo uma vida digna do Senhor, ora todos os dias para que Ele te dê graça, paz e alegria. Deus te abençoe e te guarde.

Deus abençoe a todos.

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Felicidade

Desde o dia 05/03/2007 que o meu conceito sobre felicidade sofreu uma grande mudança. Com o nascimento da minha “princesa” Isabella, minha vida passou a ser muito mais alegre.

Quando tinha 12 anos de idade, não me lembro mais por que circunstâncias, resolvi que gostaria de ter um filho. Fico imaginando o que se passava na minha cabeça para ter fixado essa idéia em meus pensamentos. Desde aquela época, tinha por convicção que teria um filho homem e que ele se chamaria Thiago. Para minha grata surpresa, em meados do ano passado, Lucila me comunicou que poderia estar grávida. Naquele momento muita coisa se passou pela minha cabeça. A começar pela dúvida de que estaria pronto para ser pai passando pelo fato dos médicos terem falado que a probabilidade dela engravidar era mínima, dentre outras. Uma notícia daquela serviria para abalar qualquer um, mas para mim, imaginei que seria Deus me dando de presente aquilo com que sonhei desde menino.

Digo a vocês que não tinha dúvidas quanto ao nascimento de meu tão esperado filho. Já imaginava a decoração do quarto, os presentes, as roupas, os brinquedos, os passeios, o futebol... Lucila, pé no chão como sempre, me alertava para o fato da criança poder ser menina. Isso para mim era absurdo. Como poderia eu ter sonhado por tanto tempo com um menino, ter comprado diversos brinquedos durante a minha vida, ter imaginado tantas coisas que faríamos juntos, e de repente, nascer uma menina? Não, isso não era possível.

Passados os quatro meses necessários para se consultar o sexo do bebê, fomos ao médico para fazer o tão esperado ultra-som. Eu, em minha confiança, aguardava apenas a comunicação: É menino. Confesso a vocês que não sentia nem um pouco de ansiedade quanto a isso, tamanha era a minha certeza. Bem, ao fazermos o exame, veio a surpresa: É uma menina...

A minha vontade era de contar a todos que tive a melhor das reações quando recebi a notícia. Mas essa não seria a verdade. Um sentimento de tristeza tomou meu coração naquele momento, de modo que não pude conter as lágrimas. Talvez nem tanto pelo sexo do bebê, mas mais pelo sentimento de ter sido abandonado por Deus naquele instante. Um mundo de coisas se passava pela minha cabeça. Precisei me afastar para espairecer, recobrar a consciência. Aqueles minutos pareciam eternos. Nem notei que Lucila estava a me esperar. Ela também trazia lágrimas nos olhos, mas provavelmente lágrimas de frustração por não estar podendo realizar meu sonho comigo. Aproveito esse momento para lhe pedir desculpas por meu comportamento. Sei que foi difícil para você.

Meses difíceis sucederam aquele dia. Confesso que custei bastante para me acostumar com o fato. Mas Deus, em sua misericórdia, curou a ferida que estava em meu coração. Para ir me adaptando à idéia, decidi que toda a decoração do quarto da minha filha seria feita por mim mesmo. Fiz questão de cuidar de cada detalhe, desde a pintura, até a escolha dos enfeites. Cada pequena coisa que está em seu quarto, passou pelo meu crivo. Foram alguns meses dedicados a esse “trabalho” (na verdade foi um prazer). A obra final, convido a todos para verem com os próprios olhos fazendo uma visita. Serão todos bem vindos.
Para finalizar, deixo aqui o testemunho: Assisti ao parto, e vibrei ao vê-la nascer. Hoje, não tenho nada mais precioso na vida do que minha amada filha. Não tenho mais aquele sentimento de decepção com Deus. Ele, em sua imensa sabedoria, colocou em minhas mãos uma pedra preciosa. A mais valiosa de todas. Para cuidar e apreciar.

Em uma outra postagem contarei a todos a história do nome da criança: Isabella. Se fosse falar aqui a mensagem ficaria enorme (já não está? Risos). Acho que vale a pena compartilhar com vocês como Deus nos deu o nome adequado para essa maravilhosa criança.

Um forte abraço a todos. E obrigado pelas visitas ao Blog.


Os.: Para que não fiquem dúvidas acerca da minha alegria, coloquei a foto que mais gosto aqui no Blog. Nela expresso toda a alegria de tê-la em meus braços. FILHA, PAPAI TE AMA.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Motivação

O que é motivação? Talvez uma boa definição seja: força que leva os indivíduos a agirem de uma forma específica. É claro que não podemos nos ater apenas a isso, pois temos muitas implicações além dessa definição. Mas creio ser esse um bom significado.

Há tempos resolvi de alguma forma me dedicar (em parte) a motivar as pessoas que trabalham comigo. No meu departamento existem aproximadamente 30 pessoas trabalhando, mas em minha sala apenas 12. Muitas vezes ao chegar no trabalho (sempre por volta das 06:15) procuro deixar algumas frases que retiro de livros que leio na mesa dos “meninos”. Chamo-os de meninos, pois são todos mais novos que eu. A minha intenção com essas frases é sempre trazer algo de novo, de desafiador, de motivador para a vida deles, principalmente no sentido de auto-realização. Mostrar-lhes que todo mundo tem capacidade de se desenvolver e atingir seus sonhos. Eu mesmo, desde que me dei conta da minha doença tenho me dedicado à realização dos meus. Acredito que todo ser humano tem um potencial enorme a ser desvendado. Acontece que, em uma das teorias que trata sobre o assunto motivação, Abraham Maslow diz que todos os indivíduos apresentam uma hierarquia de necessidades a serem satisfeitas. Infelizmente, a de auto-realização se encontra no topo da pirâmide. Isso quer dizer que sempre que a pessoa tiver satisfeito suas necessidades fisiológicas, de segurança, sociais e de auto-estima, aí sim ela se dedicará à sua realização pessoal. No entanto, sempre que uma das necessidades que se encontram em um nível inferior estiver ameaçada, a pessoa direcionará sua motivação para ela. Isso implica no que vemos no nosso dia a dia. Pessoas que se dedicam quase que o tempo todo à sua necessidade de alimento, segurança, amizades, e reconhecimento em detrimento de sua realização.

A minha parte procuro fazer. Aos meus “garotos” e “garotas” fica aqui mais uma vez a minha expectativa: REALIZEM SEUS SONHOS.

No que depender de mim, procurarei ser um bom líder, incentivando-os a trabalhar em equipe, a aprimorarem seus trabalhos, a desenvolver as pessoas. Quanto à remuneração, isso não depende de mim (risos), mas sempre estarei procurando lhes propiciar um ambiente de trabalho seguro e saudável.

Um abraço a todos.

Ps.: Para escrever essa postagem me utilizei do livro “Como Motivar Pessoas” – Iain Maitland. Editora Nobel.

terça-feira, 10 de julho de 2007

Mercado Central

Quando criança um dos programas que mais gostava de fazer era ir ao Mercado Central com meu pai. Não sei se era pelo fato dele viajar muito, mas para mim os dias em que podia estar com ele eram sensacionais. Bons e velhos tempos.

O Mercado Central de Belo Horizonte é um dos lugares mais fascinantes que conheço. Variedade de produtos, cores, pessoas, tudo disposto nos corredores que se cruzam. Para mim deveria fazer parte do Patrimônio da Cidade. Desde menino, dentre as diversas coisas que se encontram naquele local, a minha preferida era o pastel frito na hora, por um chinês, em uma lanchonete que ficava em uma das entradas. Programa de domingo: ir ao Mercado Central, comer pastel e passear com meu pai. Esse era sim um dos meus favoritos (queria que ele soubesse disso...).

Bem, saudosismos à parte, o que gostaria de contar foi um dos episódios mais engraçados (?) da minha infância. Em um daqueles domingos em que passeava com meu pai, ele aproveitou para comprar diversos produtos que levaria para sua lanchonete (se não me engano em Ouro Branco). Quando já estava por finalizar sua compra, subimos e meu pai me deixou no carro – um Fiat 147 – enquanto buscava a última coisa. Essa hora eu também adorava. Ficava sentado ao volante fingindo estar dirigindo.

Como meu pai estava demorando, resolvi verificar quais eram as mercadorias que ele havia comprado. Abri o porta-malas e encontrei uma caixa cheia de abacates. Dentro dela, havia um que dei por estragado (imaginação de criança) e, por isso mesmo, resolvi jogá-lo fora. Como eu sempre fui de fazer “arte” , como diria meu irmão, fui até a beirada do estacionamento (que fica na parte superior das lojas) e fiquei a ver as pessoas passarem lá embaixo. Em determinado momento, como que compelido por forças ocultas (risos), joguei o abacate no meio de um dos corredores. O que eu não imaginava é que ele acertaria bem em cheio a cabeça de um homem que passava lá embaixo. Foi muito engraçado vê-lo com a cabeça toda verde procurando que havia lhe jogado aquele abacate. Ainda bem que meu pai chegou logo em seguida e fomos embora.

Até então o fato ocorrido não parece tão engraçado, certo? Pois bem, então vou contar o motivo da graça. Na segunda-feira ao ir para o trabalho (minha mãe trabalhou uns 30 anos na Usiminas) ela se deparou com um colega seu de trabalho a lhe contar a seguinte história: “Neide, você não sabe o que me aconteceu no final de semana. Estava eu fazendo compras no Mercado Central, quando de repente um abacate caiu direto em minha cabeça. Não sei quem foi que me acertou, mas ai dele se eu o tivesse encontrado...” Minha mãe teve que se segurar, ou para não rir ou para não contar a verdade sobre o ocorrido. O que sei é que, para variar, apanhei por causa de minhas travessuras.

Até breve.

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Pandiá Calógeras.

Quando criança, com provavelmente cinco para seis anos, minha mãe me colocou para estudar na E.E. Pandiá Calógeras (escola estadual em Belo Horizonte). Creio que ela não imaginava o tanto de trabalho que teria comigo. Algumas coisas, que trago na lembrança e também através de histórias que minha mãe conta, pude relacionar claramente com o TDAH e como ele atrapalhava meu desenvolvimento escolar e social.

Por ser extremamente agitado, sempre acabava as atividades escolares antes dos outros colegas de sala e com isso passava a azucrinar a vida de todos dentro da classe. Era tiro e queda. Todos os dias a rotina de incômodo aos alunos e professores se repetia. A solução “criativa” dos professores da escola foi me colocar para cuidar de alguns animais que existiam na escola. Que minha mãe se lembra eu cuidava muito de coelhos (disso não me recordo). Isso fez com que eu não cultivasse amizades. Pra que vocês tenham idéia, não me recordo de nenhuma pessoa com a qual tenha estudado naquela escola, apesar de me lembrar bem do lugar, da sala, dos brinquedos. Também não criei interesse pelos estudos.

Outro acontecido engraçado que me veio à memória foi um dia em que cismei que queria fugir da escola. Tramei meu plano e, despistando a professora e os funcionários, fui parar na praça da Assembléia (que fica logo em frente). Ali, sentado no banco de frente para a portaria central, me senti o maior fugitivo da história. Não é necessário dizer que logo em seguida me encontraram. Foi um grande susto que dei naquelas pessoas.

Ainda bem que nos dias de hoje esses procedimentos de isolamento da criança já não são adotados mais nas escolas. Ainda melhor é o fato do TDAH estar bastante divulgado o que faz com que o diagnóstico em crianças com meu comportamento seja mais fácil.

Minha estada naquela escola foi bastante curta. Graças a Deus minha mãe conseguiu nos colocar para estudar no Colégio Pitágoras - na minha opinião uma das melhores instituições de ensino particular da cidade. As histórias dos meus nove anos no Pitágoras serão contadas mais adiante.

Grande abraço.

domingo, 8 de julho de 2007

O Filho Pródigo.

Dias atrás postei uma mensagem na qual falava sobre o filho pródigo. A parábola fala sobre um filho (mais novo) que chegou até o pai e lhe pediu a parte que lhe cabia de sua herança. O pai atendeu seu pedido e repartindo os bens viu seu filho partir para terras distantes (até onde irei?) aonde desperdiçou os bens vivendo dissolutamente. Em meio à fome que assolou a terra naquele tempo, o jovem começou a passar por necessidades. Achegando-se a um morador daquela terra foi mandado a apascentar os porcos. Sua necessidade era tanta que se viu a desejar a comida dos porcos como alimento. Caindo em si, o jovem pensou: por que não voltar a casa de meu pai, pois ali, mesmo não encontre o perdão, encontrarei sua benevolência e fome certamente não passarei. Acontece que o jovem não imaginava que seu pai lhe receberia com tanta festa e alegria. Indagado por seu filho mais velho acerca do tratamento dispensado a seu filho mais novo (tido por ingrato pelo irmão mais velho) o pai lhe respondeu: “Mas era justo alegrarmo-nos e folgarmos, porque este teu irmão estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado”.
Diante de tudo o que tenho passado recentemente, espero um dia me encontrar novamente com Deus, encontrando também seu perdão e sua graça.
A paz seja com todos.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Solidão

Algumas vezes em minha vida me peguei divagando sobre o que é solidão. Segundo o dicionário, seu significado é:

Solidão – s.f.,
estado de quem está só; (solitário; sem companhia; afastado da convivência social).

Durante as seções de psicoterapia que tenho feito fui questionado pela psicóloga acerca de meu comportamento social. Ela me perguntou se tinha muitos amigos. A resposta como muitos de vocês já sabem foi: Não. Indagado sobre os motivos desse isolamento pudemos concluir que, devido a minha doença, desenvolvi uma característica peculiar: sempre que me vejo diante de algum desafio ou problema, procuro uma rota alternativa que evite o confronto. Sempre fujo dos enfrentamentos.
Talvez isso explique por que durante a minha vida tive poucos amigos. Sempre achei que amigos de verdade eram aqueles que não tinham nenhuma expectativa a nosso respeito. Que eram aqueles que conviviam conosco pelo simples prazer de estarmos juntos. Por isso, sempre me afastei de pessoas que esperavam alguma coisa de mim, quer seja atitude, que seja comportamento ou quem sabe até que eu não me comportasse de determinada maneira.
É claro que ótimas amizades surgiram nesse tempo. Faço aqui menção a meus dois grandes amigos: Pablo e Daniel. Amigos sinceros, fiéis, sempre solícitos. Mas não deixo de fazer referência a amigos de tempos atrás. Jonas, eu sei que está fora do Brasil mas creio que sempre seremos amigos. João, talvez o tempo que você passou na África tenha esfriado nosso convívio. Mas certamente guardarei os bons momentos de nossa infância na memória. Tentei pensar em mais alguém. Vi que não sobrou muita gente.
O TDAH é um transtorno por muitos desconhecido. Agradeço a Deus pelo fato de agora estar sendo bastante divulgado. Sofri muito desde pequeno para me adaptar aos diversos grupos sociais em que estive presente. A Igreja Batista me acolheu como um filho. Pena que esse filho (talvez como na parábola do filho pródigo) esteja distante.
Queria deixar registrado que agora a minha busca é por abertura. Abertura de sentimentos, de pensamentos, de mim mesmo. Se vou conseguir me livrar da solidão, somente o tempo vai dizer. Quero não mais me sentir isolado do mundo, recluso onde ninguém possa me encontrar e incomodar.
Deus abençoe a todos.

quarta-feira, 4 de julho de 2007

O SEGREDO.


Há duas semanas atrás, minha mãe me pediu para conseguir para ela o DVD do filme “The Secret” – O Segredo. Após me empenhar por uma semana consegui o filme. O interessante dessa história é que no último final de semana estive em um Shopping da Capital para comprar algum livro para ler durante a semana. Acabei me deparando com o livro do filme acima citado. Curioso, acabei comprando-o e para minha surpresa segue o que relato abaixo;

Como gosto de leitura em geral, não me importei com o fato do livro me parecer “meio esotérico”, uma vez que sou cristão. Creio que devemos julgar todas as coisas e reter aquilo que é bom. Acontece que consegui enquadrar a mensagem do livro para a minha vida cristã, principalmente a parte que diz que devemos ser gratos por tudo aquilo que recebemos. A passagem do livro que trata sobre gratidão fala sobre uma determinada pessoa que ao passar por certos problemas em sua vida encontrou uma pedra, passando a denomina-la “pedra da gratidão”. Independente dos acontecimentos citados no livro, tive um sentimento de que seria muito bom se eu também tivesse um objeto que me trouxesse à mente o desejo e o compromisso de ser grato pelas coisas que Deus tem me dado. Pensei que uma pedra seria um objeto muito interessante.

Bem, toda segunda-feira faço consulta com minha psicóloga. O nome dela é Ana Paula (vai aqui meu agradecimento pelo progresso que tenho sentido desde que nos conhecemos). Na segunda passada, passei o dia inteiro pensando em como deveria ser grato por tudo em minha vida e como é fácil nos esquecermos de agradecer as bênçãos recebidas a cada dia. Ao final do dia, ao sair do consultório da psicóloga, bem diante do elevador, me deparei com duas pedras bem singulares, ali no chão (no Hall do elevador). Pensei comigo: “Essas pedras são minhas”, pois como poderia ser diferente, uma vez que havia passado o meu dia pensando na gratidão pela vida e em como seria bom ter um objeto que me lembrasse todos os dias de agradecer a Deus. Posso dizer agora que não tenho mais essa dificuldade. Todos os dias ao me levantar e me arrumar para trabalhar, coloco a minha pedra no bolso lembrando da gratidão devida. Ao chegar em casa o processo é o mesmo. Sempre que tiro a minha pedra do bolso trago na lembrança os agradecimentos que devo fazer.


Ps. A outra pedra que encontrei dei de presente para minha mãe. Contei a ela o acontecido e lhe disse que ela também deveria ter a sua “pedra da gratidão”. Espero te-la ajudado.

Um abraço a todos.

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Por que Memórias de um Cárcere Privado?

Algumas pessoas têm-me perguntado o por que do nome do blog que aqui escrevo. A resposta creio ser simples. Como relatei em minha primeira postagem, descobri a pouco mais de um mês que sou portador de TDAH. Desde então venho fazendo tratamento junto a um neurologista, um psiquiatra e também com uma psicóloga. O tratamento envolve não apenas a psicoterapia como também o uso de remédios. No meu caso tenho utilizado a Ritalina LA e também o Efexor XR. Desde o início do tratamento tenho sentido melhoras expressivas onde certamente posso destacar o fato de agora conseguir me concentrar em minhas atividades. As que me tem sido mais prazerosas, seguramente são a leitura e a dádiva de escrever neste blog. Bem, até então não expliquei as razões do título do blog. Após esse breve relato que fiz, segue minha explicação:

Memórias? Sim, certamente aqui estarão as minhas memórias. Relatarei as experiências vivenciadas por mim nesses 33 anos de vida.

Cárcere? A expressão cárcere me surgiu por dois motivos. Primeiro, em homenagem a Graciliano Ramos – por seu livro “Memórias do Cárcere” – Creio que me serviu de inspiração para o título. E segundo, e mais importante, porque hoje tenho a convicção de ter vivido durante meus 33 anos de vida “preso” a TDAH. Preso à ignorância de não saber nada sobre esse transtorno. Preso ao preconceito das pessoas. Preso aos rótulos que me foram dados durante esses anos. Mas tranqüilamente já não me sinto mais cativo dessa doença. O tratamento e o conhecimento acerca da TDAH quebraram os grilhões em que me encontrava.

Privado? Privado tão somente por ser uma coisa minha. Particular. Relativa a mim mesmo. O cárcere em que me encontrava era unicamente meu. Não dizia respeito a ninguém mais. Por isso me veio a expressão.

Espero ter esclarecido as dúvidas de todos. Caso contrario peço a gentileza de postarem algum comentário deixando o seu e-mail que terei o maior prazer em respondê-los.

Fiquem com Deus.