quinta-feira, 19 de julho de 2007

No Limite

1986, mil novecentos e oitenta e sete. Ainda tenho que me decidir se esses são dois anos que tenho que apagar da memória ou se são apenas uma parte “estranha” da minha vida, que conto aqui no Blog. Quando do início de minha adolescência, conheci um dos meus grandes amigos. Seu nome: Jonas. Nossa amizade dura até hoje mesmo ele estando em terras distantes. Só tenho minhas dúvidas se minha mãe considera essa amizade algo valioso em minha vida.

O episódio que gostaria de compartilhar hoje ocorreu em 1987. Eu e o Jonas estávamos no auge do terror para nossas famílias. Tudo o que se podia imaginar de errado, certamente nossos pais poderiam apostar que estaríamos envolvidos. Mas um acontecimento, especificamente, tenho como sendo o limite da irresponsabilidade.

Meu pai sempre guardou em casa um revólver calibre 38. Em minha curiosidade de menino, sempre “brinquei” com aquela arma. Todavia tinha o cuidado de deixá-la sem munição para que não ocorressem acidentes. Bom, não preciso frisar aqui que arma não é brinquedo. Hoje tenho para mim que nem as de brinquedo devem ser usadas por nossas crianças. Muitos de vocês já devem estar desenhando o cenário em suas mentes. Eu, Jonas e uma arma. Nada de bom poderia acontecer.

Em uma daquelas tardes em que passávamos sozinhos (nossos pais sempre trabalharam fora), levei o Jonas lá em casa para lhe mostrar a arma do meu pai. Ela era motivo de orgulho para mim (que estupidez) e por isso mesmo queria mostrá-la para meu amigo. Ninguém precisa ser gênio para saber que dali nada de bom sairia. Pois bem, peguei a arma que ficava na gaveta da cama do meu pai e entreguei-a, sem munição é claro, para o Jonas. Ele, em uma de suas piores idéias, resolveu colocar um projétil dentro da arma para assim brincarmos de roleta russa (que idéia foi essa???). A brincadeira se estendeu até que ele apontou a arma para minha cabeça. Naquele instante falei para ele que não devemos apontar uma arma para ninguém (a não ser que tenhamos a intenção de atirar, é claro). Sendo assim, ele mudou a direção da arma, apontando-a para o armário do quarto. O que veio em seguida foi um barulho ensurdecedor acompanhado de espanto e choro.

O projétil atravessou a porta do armário, perfurando várias roupas dos meus pais, indo parar na parede atrás do armário. Muita coisa se perdeu naquele dia. A marca daquele projétil deve estar na parede até hoje. Se não estiver, seguramente permaneceu em outra parede, a do meu coração.

Diversos episódios em minha vida me marcaram. Isso acontece com todos nós. O que estou fazendo aqui é me abrindo, conforme conselho da Dra. Ana Paula (palmas para ela). Essa tem sido uma maneira de espantar todos os fantasmas que me acompanharam durante esses anos.

Mais uma vez não preciso relatar a bronca que levei. Meu amigo Jonas? Mais tarde naquele dia, quando as famílias estavam reunidas, falou para o pai dele que quando crescesse compraria uma bazuca. De onde ele tirou mais essa idéia?

Um abraço a todos, e até breve.

Um comentário:

Leony Alves disse...

P.*&%$#%&*%$#@
Tô ate com medo,das próximas "aventuras" de quando era mais novo...rsrsrs...
Agora k pra nos esse Jonas comprou a
Bazuca?
hahahaha

SEGUIDORES DE OZAMA BIN LADEN...
(Fiotin)