Voltando aos episódios relacionados à minha infância, contarei a vocês aquela que talvez tenha sido a maior de minhas aventuras.
Aos sete anos de idade, morávamos no bairro São Bento, em frente à barragem Santa Lúcia. Eu como sempre adorava brincar, jogar bola, fazer todo o tipo de bagunça, pois essas eram as coisas que me satisfaziam. Em um daqueles dias, não me recordo bem se eram férias, estava jogando bola na garagem do prédio juntamente com minha irmã (Cinthya). Durante a brincadeira, chutei a bola que acertou o retrovisor do carro do meu pai, quebrando o seu vidro. Foi uma sensação horrível. Já me imaginei apanhando da minha mãe por causa de mais uma travessura realizada. Fiquei morrendo de medo e num ímpeto de fazer mais coisa errada ainda, resolvi fugir de casa.
Subi as escadas e fui para o meu quarto. Peguei um estojo marrom, no qual guardava minha poupança, e contei as moedas para saber se seriam suficientes para empreender aquela fuga. Eu era bastante econômico, e sendo assim, o dinheiro bancaria as despesas. Juntei umas mudas de roupa, coloquei na mochila e me senti pronto para ir. Tudo isso, é claro, debaixo do olhar incrédulo da minha irmã.
Desci as escadas e fui para a rua. Pensei que se fosse pegar um ônibus, daria tempo de alguém avisar meus pais, por isso resolvi tomar um táxi (Tenho a ligeira impressão que naquela época a vida era mais segura). Fiz sinal para um motorista que prontamente me atendeu. Dirigi-me a ele indicando o meu destino. Era nada menos que a Praça da Estação. Só me vinha na cabeça um lugar em que me sentiria seguro. A casa de meu avô. Ele morava no bairro Santa Inês, e o ônibus que fazia o trajeto passava na Praça para a qual me encaminhava.
No trajeto até a Praça fui conversando com o motorista. Ele estranhou o fato de um garoto tão novo estar andando sozinho. Contei-lhe o motivo da minha fuga, mas creio que ele estava importando apenas com a “corrida”. Chegando ao meu destino, desci e fui procurar o ponto do ônibus no qual deveria embarcar. Já tinha estado ali em outras ocasiões com meus pais, então não deveria ser tão difícil encontrá-lo. Quando estamos sozinhos, tudo ao nosso redor parece maior, mais assustador, mais ameaçador. Mas eu estava ali para cumprir a minha missão. Chegar até o bairro Santa Inês.
Depois de aguardar por um período que não me recordo, embarquei no ônibus e me pus a caminho da casa de meu avô. Fiquei abraçado a um daqueles suportes do ônibus (que estava um pouco cheio) e aguardei até que a viagem se completasse. Receoso de errar o ponto em que deveria descer, pedi ao trocador que me avisasse quando chegasse ao meu destino.
Não me lembro bem quanto tempo gastei de casa até lá, mas quando cheguei, meus tios e meu avô, me aguardavam na porta. Sem entender muito o que se passava, vi que eles choravam. Para mim, não havia motivos para estarem assustados, com medo. Em momento algum eu havia corrido perigo (será?). A bronca como sempre foi geral. Não posso dizer que não recebi alguns abraços também.
Ao chegar em casa, encontrei minha mãe juntamente com minha madrinha sentadas no sofá aos prantos. Eu não tinha a menor idéia do transtorno que tinha causado. Minha família tinha mobilizado a polícia, parentes e amigos para me encontrar. Não se passava por aquela cabeça de criança que um ato daqueles era extremamente perigoso. Confesso que não imaginava o quanto eu era importante para meus pais. Realmente sinto muito pela dor causada à minha mãe durante a minha vida.
Acho que até hoje causo problemas para minha amada mãe. Sei que ela cuida de mim vendo à sua frente o seu filho caçula. Desculpem-me se termino de escrever com lágrimas nos olhos. Verdadeiramente não tenho ninguém, além da minha filha, mais especial que minha querida mãe. Não sei explicar o vínculo que tenho com ela, talvez até por ser inexplicável mesmo.
Mãe, me perdoe por tantas vezes que te fiz chorar. Desculpe-me se durante minha vida te trouxe tantos problemas. Tenho certeza que um dia a senhora ainda vai se orgulhar de mim. Sei que ainda tenho alguns dos seus sonhos para realizar. Um deles é o tão esperado diploma de curso superior. Espere mais alguns meses e você o terá como presente. Tenho me dedicado para que dessa vez consiga me formar. Não posso deixar de dizer que tudo isso só será possível, se Deus assim permitir.
Um abraço a todos.
Aos sete anos de idade, morávamos no bairro São Bento, em frente à barragem Santa Lúcia. Eu como sempre adorava brincar, jogar bola, fazer todo o tipo de bagunça, pois essas eram as coisas que me satisfaziam. Em um daqueles dias, não me recordo bem se eram férias, estava jogando bola na garagem do prédio juntamente com minha irmã (Cinthya). Durante a brincadeira, chutei a bola que acertou o retrovisor do carro do meu pai, quebrando o seu vidro. Foi uma sensação horrível. Já me imaginei apanhando da minha mãe por causa de mais uma travessura realizada. Fiquei morrendo de medo e num ímpeto de fazer mais coisa errada ainda, resolvi fugir de casa.
Subi as escadas e fui para o meu quarto. Peguei um estojo marrom, no qual guardava minha poupança, e contei as moedas para saber se seriam suficientes para empreender aquela fuga. Eu era bastante econômico, e sendo assim, o dinheiro bancaria as despesas. Juntei umas mudas de roupa, coloquei na mochila e me senti pronto para ir. Tudo isso, é claro, debaixo do olhar incrédulo da minha irmã.
Desci as escadas e fui para a rua. Pensei que se fosse pegar um ônibus, daria tempo de alguém avisar meus pais, por isso resolvi tomar um táxi (Tenho a ligeira impressão que naquela época a vida era mais segura). Fiz sinal para um motorista que prontamente me atendeu. Dirigi-me a ele indicando o meu destino. Era nada menos que a Praça da Estação. Só me vinha na cabeça um lugar em que me sentiria seguro. A casa de meu avô. Ele morava no bairro Santa Inês, e o ônibus que fazia o trajeto passava na Praça para a qual me encaminhava.
No trajeto até a Praça fui conversando com o motorista. Ele estranhou o fato de um garoto tão novo estar andando sozinho. Contei-lhe o motivo da minha fuga, mas creio que ele estava importando apenas com a “corrida”. Chegando ao meu destino, desci e fui procurar o ponto do ônibus no qual deveria embarcar. Já tinha estado ali em outras ocasiões com meus pais, então não deveria ser tão difícil encontrá-lo. Quando estamos sozinhos, tudo ao nosso redor parece maior, mais assustador, mais ameaçador. Mas eu estava ali para cumprir a minha missão. Chegar até o bairro Santa Inês.
Depois de aguardar por um período que não me recordo, embarquei no ônibus e me pus a caminho da casa de meu avô. Fiquei abraçado a um daqueles suportes do ônibus (que estava um pouco cheio) e aguardei até que a viagem se completasse. Receoso de errar o ponto em que deveria descer, pedi ao trocador que me avisasse quando chegasse ao meu destino.
Não me lembro bem quanto tempo gastei de casa até lá, mas quando cheguei, meus tios e meu avô, me aguardavam na porta. Sem entender muito o que se passava, vi que eles choravam. Para mim, não havia motivos para estarem assustados, com medo. Em momento algum eu havia corrido perigo (será?). A bronca como sempre foi geral. Não posso dizer que não recebi alguns abraços também.
Ao chegar em casa, encontrei minha mãe juntamente com minha madrinha sentadas no sofá aos prantos. Eu não tinha a menor idéia do transtorno que tinha causado. Minha família tinha mobilizado a polícia, parentes e amigos para me encontrar. Não se passava por aquela cabeça de criança que um ato daqueles era extremamente perigoso. Confesso que não imaginava o quanto eu era importante para meus pais. Realmente sinto muito pela dor causada à minha mãe durante a minha vida.
Acho que até hoje causo problemas para minha amada mãe. Sei que ela cuida de mim vendo à sua frente o seu filho caçula. Desculpem-me se termino de escrever com lágrimas nos olhos. Verdadeiramente não tenho ninguém, além da minha filha, mais especial que minha querida mãe. Não sei explicar o vínculo que tenho com ela, talvez até por ser inexplicável mesmo.
Mãe, me perdoe por tantas vezes que te fiz chorar. Desculpe-me se durante minha vida te trouxe tantos problemas. Tenho certeza que um dia a senhora ainda vai se orgulhar de mim. Sei que ainda tenho alguns dos seus sonhos para realizar. Um deles é o tão esperado diploma de curso superior. Espere mais alguns meses e você o terá como presente. Tenho me dedicado para que dessa vez consiga me formar. Não posso deixar de dizer que tudo isso só será possível, se Deus assim permitir.
Um abraço a todos.
2 comentários:
Que isso!!! Neguim era o terror quando era mais novo,um dia fuji de casa tambem so que fui la pro parque municipal uahuahauah fiquei 2 horas la e me acharam, "aff"ai num teve nem graça o fato do meu pai ser policial ajudou bastante a minha procura so no lembro o motivo da fuga frustada...hehe
(FIOTIN)
Tipo Denis Pimentinha.... rsrsrrsrs.
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