Como disse na postagem anterior, esse é o livro que tem prendido minha atenção nos últimos dias. Para um cristão é sempre difícil navegar pelo universo da psicanálise, por sempre nos depararmos com questões questionadoras daquilo que acreditamos. Todavia não me furto a me aventurar por algumas literaturas, tal como fiz quando li o livro "Quando Nietzsche Chorou". Naquela época escrevi até uma postagem dizendo o quanto o livro havia me influenciado. Mas sempre no contexto de "tentar" julgar todas as coisas e reter apenas aquilo que for bom. Isto explicado, aqui vamos nós!
"Louco para ser Normal" tem me impressionado de maneira positiva. Até mesmo por me identificar com os conceitos trazidos pelo autor no tocante à loucura e à sanidade. Espero escrever mais a respeito dele nos próximos dias, mas sinto um refrigério em minha alma por sempre me sentir mais louco do que são (na visão do autor). Para exemplificar o que estou dizendo, principalmente para que não me entendam mal (como louco, ou são), segue um trecho da página 26 do livro:
" A sanidade como conceito foi ela própria corrompida por um mundo corruptor; fomos seduzidos ou tentados por falsos deuses. A sanidade é realmente uma doença da alma; assim como Kierkegaard disse que a pessoa mais desesperada não está de maneira alguma sem esperança, Liang quer que acreditemos que a pessoa moderna que está mais "doente" é aquela que absolutamente não está doente. Nossas vidas dependem de uma compreensão correta da sanidade; ela passou a significar conformidade e submissão, "sucesso" social e profissional; deveria significar uma maior identificação com nossos selves "mais profundos" e "mais verdadeiros", menos alienandos daquilo que realmente dá valor às nossas vidas. Deveríamos, insistiu Liang, estar nos expressando, não nos adaptando. Deveríamos ser menos polidos".
Tenho muita dificuldade quanto a essa conformidade e submissão a que o autor se refere. Quanto ao "sucesso" social e profissional, nem se fala. E não acredito que sou sozinho ao querer sempre me expressar e não me adaptar (ou me adaptar menos) ao ambiente que nos cerca, ou melhor dizendo, à realidade ao nosso redor.
" A sanidade como conceito foi ela própria corrompida por um mundo corruptor; fomos seduzidos ou tentados por falsos deuses. A sanidade é realmente uma doença da alma; assim como Kierkegaard disse que a pessoa mais desesperada não está de maneira alguma sem esperança, Liang quer que acreditemos que a pessoa moderna que está mais "doente" é aquela que absolutamente não está doente. Nossas vidas dependem de uma compreensão correta da sanidade; ela passou a significar conformidade e submissão, "sucesso" social e profissional; deveria significar uma maior identificação com nossos selves "mais profundos" e "mais verdadeiros", menos alienandos daquilo que realmente dá valor às nossas vidas. Deveríamos, insistiu Liang, estar nos expressando, não nos adaptando. Deveríamos ser menos polidos".
Tenho muita dificuldade quanto a essa conformidade e submissão a que o autor se refere. Quanto ao "sucesso" social e profissional, nem se fala. E não acredito que sou sozinho ao querer sempre me expressar e não me adaptar (ou me adaptar menos) ao ambiente que nos cerca, ou melhor dizendo, à realidade ao nosso redor.
Como diria o próprio autor, a sanidade não tem visibilidade nenhuma. Na verdade nem temos tantos conceitos para caracterizá-la. Nem quem a estude. Mas quando falamos de loucura, a literatura é vasta e não são poucos os profissionais "aptos" a auxiliar aquele que é insano (psiquiatras, psicólogos, psicanalistas, etc.).
Bom, eu por natureza já me recuso a me conformar com esse mundo, e como cristão, ainda mais...
Obs.: A parte do texto em negrito foi colocada por mim, para dar ênfase nela.
Ps.:Para alguns não familiarizados com o inglês, selves = "eus". O autor se refere aos nossos "eus".
Um abraço a todos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário