quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Senta que lá vem história.

Voltando às postagens de algumas histórias vividas, lembrei de um episódio que determina bem como um portador de TDAH se comporta.

Quando era adolescente uma das coisas que mais prendia minha atenção era jogar fliperama. Eu era capaz de ficar horas a fio dentro de uma das lojas Futurama – quer seja no centro da cidade, quer seja no BH Shopping. Meus sábados, principalmente, eram tomados em sua grande maioria por visitas a uma das lojas de vídeo game.

Eu sempre fui fascinado por jogos eletrônicos. Como diz minha psicóloga, eu era super focado nesse entretenimento. Creio que eu era arrebatado pela variedade de games existentes, bem como pela diversidade de cores e movimentos dos mesmos.

Como já disse anteriormente, as minhas economias não eram grandes à época. Meus pais, acertadamente, privilegiavam os estudos em detrimento à diversão. Não havia muita escolha para eles. Mas para mim sim. Não sei se vocês se recordam que as máquinas de fliperama antigamente eram “movidas” a fichas. Como eu não tinha receita para tal despesa, tinha que me virar.

Um das maneiras encontradas por mim, foi “fabricar” minhas próprias fichas. Como? Explico: Pegue um pedaço de parafina e utilize-o para confeccionar uma forma da ficha desejada (eram diversos tipos – dependia da loja). Em seguida, providencie chumbo para o preparo.

Vocês devem se perguntar de onde eu retirava o chumbo para fazer minhas fichas. A resposta é fácil. Das rodas dos carros que ficavam estacionados nas ruas do bairro. Todo veículo utiliza pequenas barras de chumbo para balancear suas rodas. Sendo assim eu tinha uma fonte inesgotável de matéria prima.

Eu saía nos finais de tarde para “coletar” as pequenas barras de chumbo. Claro que o serviço fica mais bem realizado quando existe um comparsa que fica a vigiar para ver se ninguém se aproxima.

Como não poderia deixar de ser, um dia fomos descobertos. Mas, a continuação da história, vai ficar para a próxima postagem.

Um abraço a todos.

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