quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Amor de irmão.

Hoje não vou escrever sobre minhas memórias. A postagem vai para a minha irmã.

Desde adolescente, minha irmã foi diagnosticada com uma doença que foi responsável pela falência de suas glândulas do corpo. Isso mesmo! Nenhuma glândula do seu corpo funciona. Esse problema ocasionou outras doenças, tal como o mal de Addison. Além disso a carga de remédios que ela tem que fazer uso é enorme.

Sem querer entrar muito no mérito da doença, queria deixar aqui uma mensagem para ela (nem sei se não é para mim).

Desde pequeno, nunca fui muito próximo dos meus irmãos. Do meu irmão mais velho, já falei algumas vezes, mas da minha irmã, essa será a primeira. Não sei se por termos temperamentos muito parecidos, crescemos um tanto quanto separados (apesar de viver na mesma casa).

Nunca dei muita atenção à doença da Cynthia. Depois de muito criticar meu irmão vi que, de certa forma, tenho agido da mesma maneira que ele: “Cada um com seu problema”. Porém, ao conversar com minha mãe ontem, percebi o quanto tenho sido egoísta.

Durante a conversa, minha mãe relatou o quanto minha irmã tem ficado sozinha, absorta em seu trabalho, sem conversar muito, nem tampouco falar dos seus problemas. Acho que, por não ter cura para sua doença, ela tem desistido de lutar. Lutar para ter saúde. Lutar para sobreviver. Para viver.

Percebi que se ela realmente tentar lutar sozinha, a batalha pode ser mais difícil do que se ela tiver algumas pessoas ao seu lado. Mas me dei conta que poucas vezes dei um simples telefonema para saber como ela estava. Então como querer que ela tenha ânimo, se eu, que sou irmão, não estou a seu lado?

Sendo assim, estou me prontificando a mudar de atitude. Não que isso seja fácil. Mas tenho que tentar. Estou até pensando em tirar um desses feriados que estão por vir para lhe fazer uma visita. Esqueci de dizer que ela mora no Espírito Santo e eu, como vocês sabem, moro em Belo Horizonte/MG.

Ficam aqui alguns conselhos, não só para ela, mas para todos nós:

*Tenha atividades fora da agenda.
*Tirem parte do dia para contemplar as coisas simples da vida (flores, pequenos animais, as estrelas).
*Não vivam em função dos grandes eventos da vida. Vivam intensamente cada minuto do seu dia a dia.
*Tragam na memória pensamentos de esperança, de tranqüilidade, de serenidade. Tente ver o lado positivo das coisas.
*Não sofra por antecedência. Cabe a cada dia o seu próprio mal.
*Não permita que as ofensas, as perdas, as frustrações tomem conta da sua emoção.
*Não se puna por objetivos não alcançados. Tente de novo.


Minha irmã:

*O isolamento conspira contra a vida.
*Quem é forte não se envergonha de ser ajudado.
*A vida necessita de interação.
*Tente ouvir o que os outros têm a dizer, mesmo que não seja o que você quer ouvir.
*Expresse seus sentimentos.
*Dê valor àqueles que participam da sua vida, que estão do seu lado para te ajudar.
*Por fim, viva a vida com valor e viva com amor.

Um abraço a todos.

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