quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Quem foi? Eu não!

Quando era pequeno, não vou me recordar a idade exata, as brigas com meus irmãos (mais velhos) eram constantes. Lá em casa nenhum dos três filhos tem o temperamento manso. Aliás, ninguém puxou meu pai. Ao contrário, todos nós nascemos bem parecidos no jeito de ser, com minha mãe.

Brigas entre irmãos é uma coisa comum. No meu caso específico mais ainda. Nunca fui, e continuo não sendo de levar desaforo “pra casa”. Acontece que em relação ao meu irmão, sempre levei desvantagem por causa da idade. Pra que se tenha idéia, meu irmão completou recentemento 40 anos. São sete anos de diferença, o que numa briga, quando criança, me levava a apanhar bastante. Mas não naquele dia.

Como lhes disse, não tenho na memória a idade exata e também a data. O que me vem na lembrança é que era um daqueles poucos dias em que meu pai estava por aqui (não sei se já contei anteriormente, mas meu pai viajava muito).

Quem está em desvantagem numa contenda sempre procura ter às mãos qualquer subterfúgio que o auxilie na batalha. Eu sempre procurava, ao brigar com meu irmão, encontrar no ambiente de batalha algum objeto que me auxiliasse contra ele. Naquela briga, foi uma faca.

Quem gosta de apanhar? Eu não. Talvez os masoquistas e isso, certamente não sou. Meu irmão também não era daqueles muito piedosos e, por isso mesmo, sempre que brigávamos, não hesitava em me dar uma boa surra. Sendo assim, para me defender, corri na cozinha e me armei com uma faca.

Foi um corre, corre pela casa. Ele atrás de mim e eu me esquivando e ao mesmo tempo apontando a faca para ele e fazendo ameaças. Em um determinado momento ele conseguiu me encurralar no corredor que levava à porta da sala. Recuado, ameaçado como um cão diante da carrocinha, estava pronto para tudo. Não precisou.

Em uma investida contra mim, meu irmão tentou tomar a faca da minha mão. O que ele não imaginava é que eu não estava segurando-a apenas pelo cabo. Ao tomá-la para si, ele percebeu que havia cortado a palma da minha mão. Não fosse apenas isso, meu pai, que estava na rua, entrou pela porta no exato momento em que eu começava a chorar.

Sem pensar duas vezes, e chorando bastante, falei para meu pai que meu irmão acabara de me cortar com uma faca. Waldir, sem reação, pois estava com a “bendita” em suas mãos, mal teve tempo de tentar se explicar. Lembro como se fosse hoje dele apanhando. Digo a vocês que nunca fomos de apanhar do meu pai. Aquela foi uma exceção.

Mais uma vez, recordo a todos os sintomas de um portador de TDAH:

Hiperatividade, Impulsividade, Agitação, Inquietude, Desatenção, Distração.

Um abraço a todos.

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