sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Até lá?

Desde o início da semana que estou pensando sobre as postagens das minhas histórias. Sei que ainda tenho algumas boas para contar, mas a maioria delas é bem grande. Sendo assim, resolvi que se a postagem estiver ficando cansativa de se ler, vou dividi-la em duas. Vamos ver se funciona.

Quando tinha treze anos, meus amigos Jonas e Cristiano viviam me incentivando a fazer coisas das quais me arrependo. Mas nem todas são de se arrepiar os cabelos. Uma das coisas mais “engraçadas” que me aconteceram ocorreu em um final de semana.

Era sexta-feira e nós, no fim de tarde, estávamos no centro da cidade jogando Fliperama. Engraçado como as lojas de jogos fecharam. Imagino que seja por conta dos diversos consoles de vídeo games existentes hoje. Mas isso pouco importa. O certo é que a noite já ia se avançando quando o Jonas, em uma de suas idéias maravilhosas, sugeriu de irmos até a Rua Guaicurus para vermos as “Zonas”. Confesso que até aquela data, esse tipo de coisa não se passava pela minha cabeça. Sei que hoje os adolescentes estão bem mais assanhados, mas na minha época não. Aquilo que íamos fazer, não estava me cheirando bem.

Chegamos até a Guaicurus, esquina de São Paulo, e ficamos sentados na entrada de uma loja, que já estava fechada, e nos colocamos a ver o movimento intenso (como entrava e saía gente daquele lugar). Um bom tempo se passou, quando o Jonas, mais uma vez, sugeriu de tentarmos convencer um porteiro daqueles a deixar a gente entrar, apenas para ver como era lá dentro. Continuava achando péssima idéia a dele.

Todavia, vocês me conhecem, certo? Então lá fomos nós de porta em porta até acharmos uma “boa alma” que nos permitiu ter aquela aventura de criança. Confesso que não vi nada que me chamou a atenção. Até pelo contrário. Fiquei um pouco enojado ao passar por aqueles corredores e ver aquelas “senhoras” seminuas. Não quis ficar muito tempo. Não estava gostando daquilo.

Mas como sempre, lá vinha bomba. Quando estávamos saindo, ouvimos uma correria e gritaria pelas escadas acima. Meio desorientados apenas tivemos tempo de ver um homem subindo as escadas correndo, com uma faca na mão. Logo atrás vinha um grupo de policiais. Fiquei com um frio na barriga, pernas tremendo, ao ver aquele homem se embarafustar pelos corredores com os policiais atrás.

Para um garoto de treze anos, aquele episódio foi demais. Saímos correndo feito loucos, escada abaixo, (graças a Deus não fomos reparados) sem parar um minuto sequer até chegarmos no ponto do ônibus que nos levaria para casa. Naquele dia tive até dor de barriga. A emoção foi demais para mim.

A boa notícia é que nesse dia realmente não apanhei. Minha mãe, até agora, não sabia dessa história. Deve ser por isso então. Foi a primeira e única vez que entrei num lugar daqueles. Fiquei traumatizado. Ainda bem...


Um abraço a todos.

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