quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Enxame!!!

Estava olhando as postagens passadas e reparei que ainda não havia contado nenhuma passagem minha pela casa de meus avós por parte materna. Sendo assim escolhi para hoje uma das piores.

Lá pelos anos de 1980, 1982, minha mãe tinha o costume de visitar a casa de um de seus tios em Caeté, Minas Gerais. Como sempre, lá ia eu a tira-colo. O local era extremamente agradável. A casa não muito grande, mas o lote era imenso (pelo menos me recordo dele assim), com diversos pés de frutas, desde mangueiras, laranjeiras, até limoeiros. Eu disse limoeiros? Ah, disse sim. E esse foi o problema de todos naquele fim de semana.

Eu gostava de ficar brincando no quintal da casa. Desfrutava aquelas delícias que hoje já não se encontram mais. Eu era até muito bom de mira. Conseguia derrubar as mangas do pé com bastante facilidade, isso quando não resolvia subir no “pé” para pegá-las com as próprias mãos. Eu adorava aquele lugar.

Mas nem tudo são flores na infância de Leonardo Pena, certo? Certo. Não poderia eu deixar de perceber que dentro de um armário velho que ficava no quintal, se encontrava uma colméia. Curioso, como eu só, fiquei rodeando aquele armário, na tentativa de entender tudo o que se passava na vida das abelhas. Não obstante as minhas observações, eu tinha que saber o que havia dentro da colméia. Como fazer isso? Tirando-as de lá para assim poder abrir o armário. Como tirá-las de lá? Idéia maravilhosa! Fui até o “pé” de limões e peguei uma meia dúzia para assim poder dar cabo ao meu plano.

Mal sabia eu que as abelhas ao serem atacadas, revidam na forma de um enxame. Talvez apenas eu, naquela casa, não sabia disso. Os primeiros limões que atirei no armário não causaram muito fervor, mas quando atirei o terceiro, parece que foi em cheio. Nunca tinha visto tanta abelha na minha vida. Nem tampouco senti tanta dor.

A correria foi inacreditável. Todos na casa desesperados para fechar as portas, as janelas ou qualquer outra fresta que poderia servir de entrada para as abelhas. Mas o tempo era curto, e todo mundo levou a sua ferroada. Eu, nem se fala. Após as abelhas terem se acalmado, minha mãe precisou ficar umas duas horas retirando ferrões que estavam pelo meu corpo inteiro, ao mesmo tempo em que despejava álcool pela minha cabeça abaixo.

A triste nota para aquele dia é que a cadela da casa havia pouco tempo, dera a luz. Eram 5 ou 6 filhotes. Até onde me recordo eles eram lindos. Infelizmente nenhum deles conseguiu suportar as diversas ferroadas que levaram e vieram a falecer dois dias depois. Para mim, que sou apaixonado por cachorros, a notícia pesa até hoje. No caso dos adultos, eu já estava acostumado a ouvir os xingamentos. Nem sei quantas vezes mais retornei àquela casa. Provavelmente foram poucas. Acho que ninguém mais me queria por perto.

Um abraço a todos.

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