Ninguém gosta de apanhar nessa vida. Ainda mais por uma coisa que “não” fez. Mas a vida tem dessas coisas e gostaria de contar um acontecimento que me ocorreu lá pelos doze anos de idade. Nessa época meu companheiro inseparável era o Jonas. Quase nunca nos metíamos em encrenca e essa foi uma das boas.
O São Bento sempre foi um bairro tranqüilo, no qual podíamos caminhar, brincar, passear sem grandes problemas. Acontece que nós nunca fomos de andar por aí sem aprontar alguma. Nesse referido dia, por não ter muito para fazer, resolvemos correr pela avenida Antônio Cônsul Cadar – uma das principais do bairro – e, ao invés de tocar campainha na casa dos outros (brincadeira normal de criança), passávamos chutando os portões das casas da avenida.
A “brincadeira” já ia cansando, quando resolvi apenas acompanhar o Jonas na peripécia. Já não estava mais animado com aquela bagunça. Todavia meu caro amigo continuava a chutar e correr, chutar e correr. Eu, apenas acompanhava-o em suas corridas.
Mas não poderíamos passar impunes, certo? Certíssimo. Quando estávamos próximos ao que é hoje o Center São Bento (shopping), um daqueles pontapés nos portões nos causou grande problema. Nós não percebemos que do outro lado da avenida, dois policiais militares, caminhavam fazendo a ronda no bairro. Sem titubear, eles atravessaram a avenida correndo e nos alcançaram com grande facilidade. Começava ali o meu drama.
Os policiais, nada satisfeitos com o que viram, nos pegaram pelo pescoço e enquanto nos encaminhava em direção à última casa atingida, passavam um enorme sermão em nós. Eu, naquele instante, apenas me defendia falando que não tinha feito nada. Que não tinha sido eu que chutara aquele portão. Para o policial nada importava.
Chegando na referida casa, o policial tocou a campainha e pediu para que o proprietário descesse. Para minha tristeza, desceram a mãe e seu filho, um conhecido da escola (Pitágoras). Que vergonha. Eles conheciam minha mãe. Mas ali não estava o pior. Ao sermos atendidos por eles, os policiais (ainda nos segurando pelo pescoço), mandaram-nos pedir desculpas pelo nosso ato. O Jonas de imediato se desculpou. Eu fiquei em silêncio.
Indignado pela minha atitude, um dos guardas me perguntou o motivo pelo qual eu não estava me desculpando. Sem delongas disse que eu não me desculparia por algo que eu não havia feito; pelo menos naquela casa. Foi o suficiente para que eu tomasse um “safanão” do guarda e de imediato pedisse desculpas.
Não parou por alí. Após deixarmos a casa, os policiais caminharam conosco por mais uns três a quatro quarteirões. Eu, por minha insolência, fui apanhando até que eles nos deixaram.
A atitudes daqueles policiais foi totalmente reprovável Éramos crianças e não merecíamos apanhar. Intransigência. Hoje já não vejo muito mais atitudes como essas. Pelo menos não tenho notícias.
Eu, pra variar, ainda apanhei em casa. Não obstante ao fato em si, aquela “vizinha” ainda fez questão de comunicar à minha mãe o ocorrido. Uns tapas a mais não fizeram tanta diferença naquele dia. Já tinha me acostumado com a dor.
Um abraço a todos.
O São Bento sempre foi um bairro tranqüilo, no qual podíamos caminhar, brincar, passear sem grandes problemas. Acontece que nós nunca fomos de andar por aí sem aprontar alguma. Nesse referido dia, por não ter muito para fazer, resolvemos correr pela avenida Antônio Cônsul Cadar – uma das principais do bairro – e, ao invés de tocar campainha na casa dos outros (brincadeira normal de criança), passávamos chutando os portões das casas da avenida.
A “brincadeira” já ia cansando, quando resolvi apenas acompanhar o Jonas na peripécia. Já não estava mais animado com aquela bagunça. Todavia meu caro amigo continuava a chutar e correr, chutar e correr. Eu, apenas acompanhava-o em suas corridas.
Mas não poderíamos passar impunes, certo? Certíssimo. Quando estávamos próximos ao que é hoje o Center São Bento (shopping), um daqueles pontapés nos portões nos causou grande problema. Nós não percebemos que do outro lado da avenida, dois policiais militares, caminhavam fazendo a ronda no bairro. Sem titubear, eles atravessaram a avenida correndo e nos alcançaram com grande facilidade. Começava ali o meu drama.
Os policiais, nada satisfeitos com o que viram, nos pegaram pelo pescoço e enquanto nos encaminhava em direção à última casa atingida, passavam um enorme sermão em nós. Eu, naquele instante, apenas me defendia falando que não tinha feito nada. Que não tinha sido eu que chutara aquele portão. Para o policial nada importava.
Chegando na referida casa, o policial tocou a campainha e pediu para que o proprietário descesse. Para minha tristeza, desceram a mãe e seu filho, um conhecido da escola (Pitágoras). Que vergonha. Eles conheciam minha mãe. Mas ali não estava o pior. Ao sermos atendidos por eles, os policiais (ainda nos segurando pelo pescoço), mandaram-nos pedir desculpas pelo nosso ato. O Jonas de imediato se desculpou. Eu fiquei em silêncio.
Indignado pela minha atitude, um dos guardas me perguntou o motivo pelo qual eu não estava me desculpando. Sem delongas disse que eu não me desculparia por algo que eu não havia feito; pelo menos naquela casa. Foi o suficiente para que eu tomasse um “safanão” do guarda e de imediato pedisse desculpas.
Não parou por alí. Após deixarmos a casa, os policiais caminharam conosco por mais uns três a quatro quarteirões. Eu, por minha insolência, fui apanhando até que eles nos deixaram.
A atitudes daqueles policiais foi totalmente reprovável Éramos crianças e não merecíamos apanhar. Intransigência. Hoje já não vejo muito mais atitudes como essas. Pelo menos não tenho notícias.
Eu, pra variar, ainda apanhei em casa. Não obstante ao fato em si, aquela “vizinha” ainda fez questão de comunicar à minha mãe o ocorrido. Uns tapas a mais não fizeram tanta diferença naquele dia. Já tinha me acostumado com a dor.
Um abraço a todos.
Um comentário:
Olha só, que grata surpresa! Vir aqui lhe visitar hoje e dar de cara com este post! Muito obrigado pela referência, amigo (amigo, viu?) Leo!
Um fraterno amplexo e até sempre
Rafael Reinehr
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