segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Irreconhecível.

Quando estava lendo o livro “Quando Nietzsche chorou” me deparei com várias coisas com as quais me identifiquei. Como disse anteriormente, acredito que muitas pessoas devem se identificar com as passagens do livro, portanto não sou o único no mundo.

Todavia quero compartilhar alguma das impressões que tive em minha leitura. Acho até que não são impressões, são sentimentos semelhantes.

Uma das passagens que me chamou a atenção é a do Dr. Breuer se olhando diante do espelho (página 72). Naquele momento Breuer se depara com sua imagem diante do espelho. Essa imagem em nada lhe agrada, pois a idade já o estava incomodando. Tanto a barba, como o cabelo (ou a falta dele), bem como os dentes, a fisionomia mais velha, e não podia me esquecer, os fios brancos em sua barba.

O livro diz que Breuer detestou o reflexo no espelho. E o que me chamou bastante a atenção foi o fato dele olhar dentro de seus olhos e não encontrar mais juventude.

Esse é o sentimento que tenho. De estar velho demais, de ter perdido a minha juventude. Talvez até mesmo pelo fato de estar impossibilitado de jogar tênis devido à lesão no ombro esse sentimento tenha se agravado.

Tal como o Dr. Breuer, tenho visto diante de meus olhos a imagem de alguém mais velho, quem sabe de meu pai. Mas o que mais me impressiona é saber que, provavelmente, ainda terei uns 30 a 40 anos pela frente (se Deus permitir). Esse pensamento também me perturba. Sinto-me como se tivesse que ficar esperando que esses anos se passem para assim ter cumprido meus dias... Não me sinto forte o suficiente para tentar fazer algo diferente, recomeçar, continuar.

Os anos são cruéis para aqueles que não estão dispostos a envelhecer. Ainda mais para aqueles que precisam, pelo menos, amadurecer e encarar os problemas da vida de frente.

Sinto a falta de Deus...

“Que mais no mundo se lhe faz preciso?”.


Um abraço a todos.

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