Ouvi perto dos meus 23 anos, que todo ser humano trata o seu amor tal como se uma rosa fosse. Exatamente. Uma rosa. Já quando jovens, resolvemos plantar essa rosa em algum tipo de vaso, visto que para sobreviver, julgamos ser necessário colocá-la em um recipiente adequado. Tal atitude parece ser sensata. A pergunta é: existe um melhor vaso, aquele mais excepcional para colocarmos nossa rosa?
É usual começarmos um relacionamento amoroso quando ainda adolescentes. Os hormônios já fizeram boa parte do seu papel e a sexualidade do ser humano está à “flor da pele”. Automaticamente, escolhemos um vaso, que julgamos apropriado, e lá depositamos nossa querida rosa, nosso amor inabalável.
Com o tempo, tal como toda planta que se preze, nossa rosa cria raízes. Nada mais normal do que isso. Estamos falando de questões básicas como sustentação, fonte de alimento, proteção. Até esse determinado momento, tudo parece normal, adequado ao padrão do amor.
Passados alguns anos, alguns problemas podem ser detectados. Vou me deter em alguns dos que julgo se encaixarem melhor a esse texto. Uma das dificuldades que nossa rosa pode enfrentar no decorrer dos anos, diz respeito ao dono do vaso, que, por sua única e exclusiva vontade, resolve retirar o vaso (com a rosa) de frente da janela. Ele acredita que a rosa já teve todo sol, toda iluminação, todo contato com o ambiente externo, já foi vista e admirada o suficiente. Dessa forma, guarda-o dentro de um quarto, no qual nem uma brisa sequer pode ser sentida. O amor fica isolado, sozinho.
Outro problema encontrado é o excesso de zelo. O dono do vaso, sem entender muito acerca do cultivo de rosas, coloca sempre mais adubo do que o necessário; rega mais a rosa do que sua terra precisa. Podas desnecessárias são feitas a todo instante. O amor se sente sufocado, praticamente afogado em meio a tanta água...
Os dois exemplos que citei são apenas para ilustrar o que acontece nos relacionamentos. Existem casos em que o dono do vaso – e vejam bem o que estou dizendo: a pessoa é dona apenas do vaso, e não da rosa – se sente proprietário daquele amor. Ele entende poder fazer o que quiser com seu vaso, que a rosa obrigatoriamente vai ter que aceitá-lo. É o caso do isolamento. Relacionamentos que tornam o amor doente, murcho, isolado de tudo e de todos, em completa solidão. Em outros casos, o dono do vaso praticamente mata o amor pelo excesso. São cuidados demais, ciúmes demais, ligações demais, cartas (hoje em dia e-mails) em demasia. O amor sufoca, perde a respiração.
Esses são casos de relacionamentos doentios. Em que os pares se sentem donos da rosa, do amor do outro, sendo que na verdade, são apenas vasos, compartimentos nos quais se deposita o amor. Todavia, o grande problema aqui é que o verdadeiro dono da rosa, uma vez ela instalada em um vaso qualquer, sente medo e às vezes desespero com o simples pensamento de que deveria pensar em trocar a sua rosa de vaso. Não são poucas às vezes em que o vaso já não comporta mais o nosso amor. Ou está pequeno demais, ou com qualquer tipo de inadequação. E o medo, faz com que as pessoas vivam “presas” por anos a fio, quiçá uma vida inteira.
Você pode me perguntar qual seria então o melhor vaso, o ideal. A minha resposta é um pouco mais complicada. Vou lhe dizer que a melhor opção é plantar a sua rosa em um jardim. Em um local amplo e espaçoso, com outras flores juntas, com o tratamento adequado, com água em quantidade suficiente, bem como os nutrientes. E como encontrar um jardim? Bom, para mim, o jardim representa primeiramente amar a si mesmo. A partir daí temos o amor da família, dos amigos, dos parentes, dos filhos (no caso de quem tem filhos). O jardim significa a diversificação do nosso “amar”. É dar sentido maior a ele, de maneira que não necessitaremos mais estar presos em um vaso apenas, longe da possibilidade de compartilharmos o nosso coração. Quanto ao “amor da sua vida”, se ele(a) realmente te ama, vai valorizar, e muito, essa sua atitude, esse seu comportamento.
Para que ficarmos presos a um vaso, se podemos viver em um jardim?
Um abraço a todos.
É usual começarmos um relacionamento amoroso quando ainda adolescentes. Os hormônios já fizeram boa parte do seu papel e a sexualidade do ser humano está à “flor da pele”. Automaticamente, escolhemos um vaso, que julgamos apropriado, e lá depositamos nossa querida rosa, nosso amor inabalável.
Com o tempo, tal como toda planta que se preze, nossa rosa cria raízes. Nada mais normal do que isso. Estamos falando de questões básicas como sustentação, fonte de alimento, proteção. Até esse determinado momento, tudo parece normal, adequado ao padrão do amor.
Passados alguns anos, alguns problemas podem ser detectados. Vou me deter em alguns dos que julgo se encaixarem melhor a esse texto. Uma das dificuldades que nossa rosa pode enfrentar no decorrer dos anos, diz respeito ao dono do vaso, que, por sua única e exclusiva vontade, resolve retirar o vaso (com a rosa) de frente da janela. Ele acredita que a rosa já teve todo sol, toda iluminação, todo contato com o ambiente externo, já foi vista e admirada o suficiente. Dessa forma, guarda-o dentro de um quarto, no qual nem uma brisa sequer pode ser sentida. O amor fica isolado, sozinho.
Outro problema encontrado é o excesso de zelo. O dono do vaso, sem entender muito acerca do cultivo de rosas, coloca sempre mais adubo do que o necessário; rega mais a rosa do que sua terra precisa. Podas desnecessárias são feitas a todo instante. O amor se sente sufocado, praticamente afogado em meio a tanta água...
Os dois exemplos que citei são apenas para ilustrar o que acontece nos relacionamentos. Existem casos em que o dono do vaso – e vejam bem o que estou dizendo: a pessoa é dona apenas do vaso, e não da rosa – se sente proprietário daquele amor. Ele entende poder fazer o que quiser com seu vaso, que a rosa obrigatoriamente vai ter que aceitá-lo. É o caso do isolamento. Relacionamentos que tornam o amor doente, murcho, isolado de tudo e de todos, em completa solidão. Em outros casos, o dono do vaso praticamente mata o amor pelo excesso. São cuidados demais, ciúmes demais, ligações demais, cartas (hoje em dia e-mails) em demasia. O amor sufoca, perde a respiração.
Esses são casos de relacionamentos doentios. Em que os pares se sentem donos da rosa, do amor do outro, sendo que na verdade, são apenas vasos, compartimentos nos quais se deposita o amor. Todavia, o grande problema aqui é que o verdadeiro dono da rosa, uma vez ela instalada em um vaso qualquer, sente medo e às vezes desespero com o simples pensamento de que deveria pensar em trocar a sua rosa de vaso. Não são poucas às vezes em que o vaso já não comporta mais o nosso amor. Ou está pequeno demais, ou com qualquer tipo de inadequação. E o medo, faz com que as pessoas vivam “presas” por anos a fio, quiçá uma vida inteira.
Você pode me perguntar qual seria então o melhor vaso, o ideal. A minha resposta é um pouco mais complicada. Vou lhe dizer que a melhor opção é plantar a sua rosa em um jardim. Em um local amplo e espaçoso, com outras flores juntas, com o tratamento adequado, com água em quantidade suficiente, bem como os nutrientes. E como encontrar um jardim? Bom, para mim, o jardim representa primeiramente amar a si mesmo. A partir daí temos o amor da família, dos amigos, dos parentes, dos filhos (no caso de quem tem filhos). O jardim significa a diversificação do nosso “amar”. É dar sentido maior a ele, de maneira que não necessitaremos mais estar presos em um vaso apenas, longe da possibilidade de compartilharmos o nosso coração. Quanto ao “amor da sua vida”, se ele(a) realmente te ama, vai valorizar, e muito, essa sua atitude, esse seu comportamento.
Para que ficarmos presos a um vaso, se podemos viver em um jardim?
Um abraço a todos.
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