quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Duas Verdades, dois pontos de vista.

Não é de hoje que costumo dizer às pessoas que, na vida, existem sempre duas (ou mais) verdades. Como exemplo, posso citar o binômio "Duas Verdades", no qual existe uma verdade absoluta e outra relativa. Uma relacionada ao valor que damos às coisas e outra relacionada ao real valor delas. Deixe-me ser mais claro. Você possui um cordão de ouro, que lhe foi dado de presente por alguém muito especial. Nesse momento, você confere ao objeto um valor relativo, intimamente relacionado ao seu sentimento por essa pessoa que lhe presenteou. Provavelmente esse se tornará um objeto de valor inestimável para você. Por outro lado, caso esse cordão de ouro seja levado a uma casa de penhora, lhe será conferido o seu valor segundo seu peso. Ou seja, algo infinitamente menor do que você imagina. Essa é uma situação clara de verdades relacionadas ao valor que damos às coisas.

Outro exemplo que gosto de utilizar, diz respeito ao ponto de vista de cada um. Imagine que você está dentro de um ônibus, sentado ao lado de Marcos, um amigo. Segundo o seu ponto de vista, ao olhar para Marcos, verá alguém parado, imóvel. Agora, imagine um outro amigo seu, Marcelo, que chegou atrasado ao ponto de ônibus e olha, pelo lado de fora, vocês partindo dentro do coletivo. Para Marcelo, todos aqueles que se encontram dentro do ônibus estão em movimento. Temos aqui, claramente, duas pessoas com dois pontos de vistas diferentes, e automaticamente duas verdades distintas relacionadas a eles. Aquele que se encontra no ônibus, se questionado, dirá que Marcos se encontrava, naquele momento, parado. Para Marcelo, não apenas Marcos, mas também você, estavam, naquele momento, em movimento. Então lhe pergunto: qual dessas duas pessoas estava correta? Qual era a verdade a ser aceita? Não são elas contraditórias?

Não são poucas as situações vividas por nós, em que mais de uma verdade deve ser aceita. São diversos os momentos em que mais de um interlocutor está correto. Não existe contradição entre eles. Existem apenas pontos de vistas diferentes. Maneiras peculiares de cada um enxergar a mesma situação.

Volto a frisar aquilo que venho falando nos últimos dias. É necessário ouvir as pessoas. Entender seus pontos de vistas. Não fazermos julgamentos preciptados. Procurar ver que na vida, muitas coisas são relativas, e muitos os pontos de vista. Lembrando sempre que esses são parâmetros extremamente variáveis.

No nosso dia a dia convivemos mais com o que falei, do que imaginamos. Para simplificar bem a coisa, imagine que você não gosta de determinada pessoa do seu trabalho. Por um acaso, algum desavisado lhe procura para saber acerca desse indivíduo. Provavelmente nosso desavisado sairá dessa conversa com uma impressão não muito boa acerca de seu colega de trabalho. Isso tudo, pelo simples fato de uma opinião ter sido emitida, baseada no ponto de vista de um desafeto, ou até mesmo de um desinteressado.

Acho impossível nos livrarmos do que acabo de falar. O ser humano é, em sua essência, assim.

Não muda.

Um abraço a todos.

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