Semana passada tivemos uma reunião no escritório. Tal como dito a alguns dias atrás, coloquei-me a disposição para “ouvir” o que as pessoas tinham para falar através do questionário que postei aqui no Blog. Foi interessante.
Em primeiro lugar me surpreendi com a sinceridade que encontrei naquelas respostas. Muita gente escreveu exatamente o que estava passando pela própria cabeça. Pelo menos essa foi a minha impressão. Todavia não sou obrigado a concordar com tudo o que estava lá escrito. Afinal de contas, tudo não passa de pontos de vista. Muita coisa foi totalmente cabível, mas...
Só para exemplificar, fui questionado a respeito do que eu faria se estivesse no lugar de muitos dos meus colaboradores. Imagino que alguém esperava me colocar em alguma “sinuca de bico” com aquela pergunta, mas isso não aconteceu. Eu trabalho com Departamento Fiscal a exatos seis anos. Desde que comecei em abril de 2002, muita coisa ocorreu em minha vida. Profissionalmente nem se fala.
Quando comecei, minha função era apenas digitar notas fiscais sem saber ao certo o motivo pelo qual fazia aquele serviço. Inconformado que sou, me dispus a gastar meu tempo entendendo qual era o real intuito de uma empresa em proceder com sua escrita fiscal. Dali por diante, fui me inteirando de toda a rotina do departamento até chegar ao ponto que ter o próprio contabilista da empresa respondendo diretamente a mim. Não pensem que foi fácil. O caminho trilhado envolveu muito choro, raiva, desgaste (cheguei a trabalhar 4 meses sem sábados, domigos ou feriados). Isso sem falar que eu não tinha formação acadêmica na área. Entretanto isso não era importante naquele momento. Eu precisava dominar toda a rotina do departamento para me decidir se queria aquilo para mim. De lá pra cá fui me ajeitando nessa função. Fechamos o escritório, nos transferimos para dentro do escritório central do Supermercado e continuo a cumprir com minhas obrigações.
Se você pensa que estou acomodado, de jeito nenhum. O caminho a ser trilhado ainda está quiçá pela metade. Ainda tenho muito para crescer e desenvolver. Agora, se fosse para eu ficar desde o início pensando que aquele não era um serviço para mim, que eu deveria buscar coisa melhor para mim (fora dalí), que a vida de escrituração não me levaria a lugar nenhum, lá estaria eu... ou quem sabe cá estaria eu, mas apenas como um digitador ou “escriturador” de notas fiscais.
Não quero que essa postagem seja interpretada como crítica a ninguém. Muito pelo contrário, minha vontade é de levar ânimo e encorajamento a todos aqueles que precisam entender que para se crescer na vida é preciso coragem, além de atitude.
Lembro-me de um fato ocorrido a alguns meses atrás (poucos). Algumas pessoas que trabalham comigo foram fazer entrevista e testes em uma outra contabilidade que estava oferecendo emprego na área fiscal. O salário era mais de duas vezes o que eles ganham aqui. Minha atitude? Foi de incentivo, que eles fossem e conseguissem a vaga. Todavia chegando lá eles foram inquiridos por uma série de questões que envolviam a parte teórica de um escritório de contabilidade. Mais especificamente de sua área fiscal. O que aconteceu? Eles voltaram para trás dizendo que não sabiam responder a maioria das questões. Minha atitude? Incentivá-los. Talvez eles não enxergaram isso, mas eu sempre procuro dar ânimo a eles (do meu jeito). Ademais eu não posso fazer nada no lugar deles. Quem quer aprender tem que se esforçar, batalhar. Essa verdade vale para todos os outros que permanecem aqui comigo.
Ah, e não adianta sair daqui para ganhar um pouco mais e continuar na mesmice. A realidade é que podemos encontrar alguém que nos pague mais alguns “Reais”, mas o que isso adiantará se permanecermos sem instrução? O que isso importará em nossa caminhada para a liberdade financeira? Mudar vale a pena se for para crescer.
Outro dia li num livro uma citação. Vou deixa-la na forma de pensamento:
"Se você acha que a educação custa caro, tente a ignorância!" (Berek Bok)
Pensem nisso.
Contabilizando as memórias de um portador de TDAH (Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade). Contabilizando os problemas do dia a dia. Contabilizando os lançamentos contábeis (risos). Contabilizando os erros cometidos. Contabilizando o dia a dia. Enfim, contabilizando...
terça-feira, 25 de março de 2008
Pensem nisso.
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Um comentário:
Amor,
Parabéns pela postagem.
Sei que vc encoraja seus funcionários, ou seus "filhos" como vc costuma dizer, a cada dia.
Incentivando-os a estudar, utilizar a criatividade e a procurar desenvolver sempre e não só profissionalmente, mas também pessoalmente. Muitas vezes suas palavras são duras, mas traduzem bem o seu desejo de que cada um deles tenha sucesso na vida e alcancem a tão sonhada felicidade.
Parabéns pelo seu empenho. Sei que a Isabella está em boas mão papai.
Beijos
Lucila
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