Ontem conversando com minha amiga Luciana (que trabalha aqui no Supermercado), percebi que muitas vezes não enxergamos nossos problemas de uma maneira mais ampla. Digo isso, pois às vezes cada parte do problema tem repercussão em outra área de nossas vidas. Explico.
Relacionamento: Toda vez que estamos com um problema de relacionamento, procuramos a saída mais fácil para ele. Todavia nos esquecemos das conseqüências dessa solução adotada. É como se você tivesse um vazamento de água no seu prédio e a solução encontrada fosse fechar o registro de água do edifício. Certamente o vazamento estaria contido. Todavia em poucas horas os vizinhos começariam a reclamar da falta de água em seus apartamentos. Claro, o recurso encontrado não previa esse contra-tempo! Ele era simples e objetivo, porém “burro”.
Nossa conversa me fez refletir. Pensar em todas as nuances dos meus problemas. Talvez meus problemas não sejam mais resolvidos de uma hora para outra, mas provavelmente a solução abrangerá uma gama maior de possibilidades de erro. Não quero ser perfeito, apenas tomar as decisões mais acertadas para minha vida.
Durante a conversa, Luciana me contou uma história que tem lá suas várias versões. Mas isso pouco importa. O conteúdo é mais relevante. Vou reproduzi-la aqui:
Havia um pai que, com muita luta, trabalhava com seu velho caminhão. Aquele veículo era o meio de sobrevivência de sua família. O caminhão vivia com defeito e aquele homem sempre era visto mexendo no motor, dando umas marteladas aqui, outras ali. Seu pequeno filho, de apenas quatro anos, sempre ficava a lhe observar. O pai era motivo de admiração para aquela criança.
Depois de muito tempo de luta, o pai conseguiu comprar um caminhão novinho em folha. Ele estava orgulhoso de sua mais nova aquisição. O próprio sustento da família estaria melhor garantido a partir daquele veículo.
O que aquele homem não podia esperar era que seu pequeno filho, agora com seis anos, ao ver que o pai não mais passava horas arrumando o caminhão resolveria “ajudá-lo”. Sem pensar duas vezes, aquele garoto pegou o martelo na garagem e passou a dar várias marteladas na lataria do veículo novinho. O pai, ao ver o que o filho fazia, e ao ver seu caminhão estragado, pegou o martelo das mãos do filho e agrediu a criança com uma martelada nas mãos. Os dedos frágeis daquele menino foram destruídos pela violência da pancada.
Desesperado ao ver o que tinha feito, o pai pegou a criança em seus braços e correu para o hospital. Após horas na espera de uma posição da equipe médica acerca do estado de saúde de seu filho, aquele pai teve a triste constatação. Como a lesão fora muito grave, alguns dos dedos de seu pequeno tiveram que ser amputados. Que tristeza no coração do pai, mas ele queria apenas ver o filho.
Quando o filho acordou da cirurgia, o pai, com os olhos cheios de lágrimas, pediu desculpas a ele pelo ocorrido. A criança disse que ela é que precisava se desculpar por ter estragado o caminhão do pai. O homem disse ao filho que não se preocupasse, pois o caminhão tinha conserto, que com o tempo ele arrumaria o estrago. O filho ficou feliz com a notícia e rapidamente, por semelhança de raciocínio, perguntou ao pai: e meus dedinhos papai, com o tempo eles também terão conserto?
Não preciso dizer mais nada. Para mim ficou a lição de que as decisões que tomamos na vida têm suas conseqüências e que devemos pensar várias vezes antes de tomá-las.
Um abraço a todos.
Contabilizando as memórias de um portador de TDAH (Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade). Contabilizando os problemas do dia a dia. Contabilizando os lançamentos contábeis (risos). Contabilizando os erros cometidos. Contabilizando o dia a dia. Enfim, contabilizando...
terça-feira, 6 de novembro de 2007
Lição de Vida.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Meu amigo, vc sabe que não gosto muito de escrever,mas...
Mesmo que os dedinhos não tenham conserto, o importante é saber se vc consegue tocar a vida sem eles.
Um grande abraço.
Postar um comentário