quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Reputação.

Reputação.

Substantivo feminino

1. Conceito; opinião pública, favorável ou desfavorável.

2. Fama; renome; nomeada.

Um episódio vivenciado por mim recentemente, mais exatamente nos últimos três meses, me fez refletir acerca da reputação de uma pessoa. Segundo o significado do dicionário, reputação é o mesmo que a fama de alguém, a opinião pública acerca de um indivíduo. Basicamente é algo a ser preservado e valorizado por todos. Todavia acabei descobrindo que o que julgava ser necessário para se manter uma boa reputação não era suficiente. Fatores externos influenciam diretamente o conceito que as pessoas do nosso convívio têm a nosso respeito.

Para exemplificar o sentimento que tenho dentro de mim nesse momento, vou contar uma história que ouvi a bastante tempo, e que me marcou de forma profunda, a ponto de não me permitir esquecê-la. Vou contá-la da maneira que ainda me recordo, ou seja, com seus fatos principais.

Em uma cidade pequena, do interior do Estado, havia uma igreja cristã, cujo pastor era motivo de orgulho de todos. Ele era um homem de bem, casado, pai de dois filhos, e renomado dentre todos. Sua reputação o precedia, fazendo-o respeitado em qualquer lugar que ele estivesse. Suas palavras eram reverenciadas.

Certo dia, durante um culto de domingo, uma senhora, com uma criança recém nascida no colo, apareceu na igreja. Ela não era conhecida na cidade, o que intrigou a todos. Sob o olhar curioso dos presentes, a senhora de aproximou do púlpito da igreja, no qual estava o pastor a pregar, e diante de todos, apresentou aquela criança como sendo filha daquele pregador.

O fato trouxe surpresa a todos. Espanto geral. Como poderia ser? Aquele homem tão respeitado por todos tinha um filho fora de seu casamento? Tinha ele um relacionamento extraconjugal?

Espanto é a palavra mais suave para demonstrar o sentimento dentre os moradores daquela cidade. Em poucos dias, aquele homem até então respeitado por todos, estava no opróbrio total. Perdeu seu “emprego”, sua esposa o deixou (levando seus dois filhos), foi excomungado da igreja e ainda passou a viver de favores de um ou outro que ainda lhe davam alguma credibilidade ou que tinham compaixão da criança que havia sido deixada com ele por aquela senhora desconhecida. Nem emprego ele conseguia depois daquele “escândalo”. Sua reputação estava acabada. Seu bom nome não mais existia.

Aquele homem não conseguia acreditar em tudo que havia passado naqueles dias. Era algo inacreditável, tal como se fosse um conto de fadas. Sendo que nesse caso ele era o vilão da história. Mas ele ainda acreditava em Deus, e soube suportar todas as dificuldades e provações que a vida lhe apresentou, vivendo os anos conforme lhe era possível.

Alguns anos se passaram, quando aquela pequena cidade recebeu novamente a visita daquela senhora desconhecida. Era um domingo pela manhã, e as pessoas estavam reunidas na praça central em comemoração ao aniversário da cidade. Mais uma vez, ela se dirigiu ao “ex” pastor e, com lágrimas nos olhos, se ajoelhou diante dele, lhe pedindo perdão pelo que havia lhe feito passar. Diante dos que ali estavam ela confessou que, por passar grandes dificuldades quando do nascimento de seu filho, procurou pelas cidades da vizinhança alguém que fosse digno e honrado para cuidar e criar seu filho. E ela não encontro nenhum outro senão aquele que era o mais renomado da região, o pastor. Ela sabia em seu coração que não existia nenhum outro que teria tanto cuidado e criaria tão bem uma criança. O que era verdade.

Novamente a cidade foi tomada de espanto. O que era aquilo que estavam ouvindo? Como alguém poderia ser tão cruel a ponto de destruir a vida de uma pessoa? Houve revolta da parte de muitos, sendo que alguns queriam inclusive agredir aquela dona. Houve intervenção da parte do pastor, que pediu a todos que nada de mal fizessem àquela senhora, visto ele a estar perdoando pelo que havia lhe feito. Surpresa de todos! Perdão? Como perdoar um ser tão vil? Mas ele ali estava exercendo um direito seu. O de perdoar.

Entretanto, um fato chamou a atenção. O pastor convidou a senhora para lhe fazer companhia em uma caminhada. Ele buscou uma sacola em casa e se puseram a caminhar. Durante o trajeto os dois conversaram muito, sendo que em boa parte dele, o pastor contou para a senhora dos cuidados que ele havia tido com a criança. Em determinado ponto os dois se detiveram no alto de uma montanha. Era uma paisagem linda. Naquele instante a senhora perguntou-lhe o motivo dele tê-la levado até aquele monte. Ao que o pastor lhe respondeu:

- Eu lhe perdoei pelo que fizeste comigo. Todavia quis lhe trazer aqui para lhe mostrar algo. – Nesse instante o pastor retirou um travesseiro de penas de dentro da sacola.

- Todo homem deve preservar o seu bom nome, sua reputação. – disse o pastor. O perdão eu posso lhe dar – continuou ele (e com uma faca, cortou o forro do travesseiro, fazendo voar as penas que estavam em seu recheio por todos os lados. Não se podia ver para onde voavam todas aquelas penas, pois ventava muito no local).

- Todavia, meu bom nome, minha reputação, só retornarão a mim, quando a senhora conseguir recolher todas essas penas que voaram de dentro do travesseiro, pois foi isso que você fez, espalhou-os como ao vento, ao me caluniar daquela maneira.

- Eu posso ter meu emprego de pastor de volta. Muitos podem voltar a me respeitar. Contudo minha esposa não mais retornará a mim, visto que ela se casou com outro homem em uma cidade vizinha. Além disso, alguns moradores da cidade morreram nesse tempo que se passou, levando consigo uma imagem errada a meu respeito. Outros não acreditarão no que ouviram de sua boca. Outros tantos se mudaram daqui, ou seja, nada mais será como era antes.

Aquelas palavras demonstraram para aquela mulher, o peso que existe em nossas palavras. Elas, uma vez proferidas, não voltam mais. Seu coração se entristeceu sobremaneira.

Portanto, fica aqui um conselho a todos e a mim mesmo: sejamos sempre tardios ao falar, sempre aptos a ouvir, e com discernimento para separar o joio do trigo. Devemos ser capazes de julgar todas as coisas e reter apenas as que são boas. Pense duas vezes ao falar algo que poderá trazer estragos enormes na vida de alguém. Isso pode não ter volta, causando dano muito maior do que o previsto por você.

Não comparo a situação vivenciada por mim à história contada. Ela serve para exemplificar apenas, como uma pessoa pode ter seu nome e sua reputação difamados, pelo simples fato de alguém querer falar o que quer, sem ao menos conhecer uma determinada pessoa, ou até mesmo, saber sua versão para os fatos. Isso entristece o coração de qualquer pessoa.

“Como maçãs de ouro, em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo.” Provérbios 25:11.

“Maça, espada e flecha aguda é o homem que levanta falso testemunho contra seu próximo.” Provérbios 25:18.

Você me conhece? Não? Acha que sim? Pois bem, vamos lá:

Nome: Leonardo Rocha Pena

Data de Nascimento: 04/02/1974 (35 anos)

Brasileiro, natural de Belo Horizonte.

Portador de TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade). Não sabe o que é TDAH? Tenho o maior prazer em lhe explicar. Senão, a internet tem muito a respeito do tema.

Ocupação: Contador. (Estudante do sétimo período de ciências contábeis na PUC MINAS).

Ocupação: Gerente de Departamento Fiscal – Supermercados BH (Desde 2005). Trabalho para o Supermercado desde 2002.

Faculdades cursadas: Direito FUMEC e Direito PUC, Engenharia Metalúrgica na UFMG, Ciências Contábeis PUC.

Vestibulares que passei: Engenharia Mecatrônica, Engenharia Metalúrgica, Administração, Odontologia, Direito (3x), Gastronomia, Ciências Contábeis.

Como bom portador de TDAH que sou, entrei em várias faculdades, mas não tive a motivação e o ânimo suficientes para levá-las adiante.

Q.I.: (quociente de inteligência): 136

Q.E. (quociente emocional): não tão “alto” assim. Uma questão de emoções!!!

Pai de uma filha linda de 3 anos (Isabella)

Hobby: Cozinhar, escrever.

Esportes: Tênis (verdadeira paixão) e xadrez (pra mim é esporte).

Introvertido, tímido, sincero, hiperativo e desatento. Ampla facilidade em lidar com números e com palavras. Atenção dispersa e abrangente, extrema dificuldade com relacionamentos humanos (tanto que tenho poucos). Nada invejoso, nem egoísta. Gosto com facilidade (desde que esse gostar seja merecido), emotivo, impulsivo, ansioso, desorganizado...

Bom, já falei um tanto bom acerca do meu eu. Agora, quer falar de mim? Tanto faz.

Voltando rapidinho no texto que escrevi, o que mais me entristeceu na história não foi a atitude da mulher que caluniou o pastor, mas sim o fato de todos que o admiravam e respeitavam terem acreditado na história dela e terem julgado aquele homem, como se nunca o tivessem conhecido. Isso sim fez a diferença.

Um abraço a todos.

Duas Verdades, dois pontos de vista.

Não é de hoje que costumo dizer às pessoas que, na vida, existem sempre duas (ou mais) verdades. Como exemplo, posso citar o binômio "Duas Verdades", no qual existe uma verdade absoluta e outra relativa. Uma relacionada ao valor que damos às coisas e outra relacionada ao real valor delas. Deixe-me ser mais claro. Você possui um cordão de ouro, que lhe foi dado de presente por alguém muito especial. Nesse momento, você confere ao objeto um valor relativo, intimamente relacionado ao seu sentimento por essa pessoa que lhe presenteou. Provavelmente esse se tornará um objeto de valor inestimável para você. Por outro lado, caso esse cordão de ouro seja levado a uma casa de penhora, lhe será conferido o seu valor segundo seu peso. Ou seja, algo infinitamente menor do que você imagina. Essa é uma situação clara de verdades relacionadas ao valor que damos às coisas.

Outro exemplo que gosto de utilizar, diz respeito ao ponto de vista de cada um. Imagine que você está dentro de um ônibus, sentado ao lado de Marcos, um amigo. Segundo o seu ponto de vista, ao olhar para Marcos, verá alguém parado, imóvel. Agora, imagine um outro amigo seu, Marcelo, que chegou atrasado ao ponto de ônibus e olha, pelo lado de fora, vocês partindo dentro do coletivo. Para Marcelo, todos aqueles que se encontram dentro do ônibus estão em movimento. Temos aqui, claramente, duas pessoas com dois pontos de vistas diferentes, e automaticamente duas verdades distintas relacionadas a eles. Aquele que se encontra no ônibus, se questionado, dirá que Marcos se encontrava, naquele momento, parado. Para Marcelo, não apenas Marcos, mas também você, estavam, naquele momento, em movimento. Então lhe pergunto: qual dessas duas pessoas estava correta? Qual era a verdade a ser aceita? Não são elas contraditórias?

Não são poucas as situações vividas por nós, em que mais de uma verdade deve ser aceita. São diversos os momentos em que mais de um interlocutor está correto. Não existe contradição entre eles. Existem apenas pontos de vistas diferentes. Maneiras peculiares de cada um enxergar a mesma situação.

Volto a frisar aquilo que venho falando nos últimos dias. É necessário ouvir as pessoas. Entender seus pontos de vistas. Não fazermos julgamentos preciptados. Procurar ver que na vida, muitas coisas são relativas, e muitos os pontos de vista. Lembrando sempre que esses são parâmetros extremamente variáveis.

No nosso dia a dia convivemos mais com o que falei, do que imaginamos. Para simplificar bem a coisa, imagine que você não gosta de determinada pessoa do seu trabalho. Por um acaso, algum desavisado lhe procura para saber acerca desse indivíduo. Provavelmente nosso desavisado sairá dessa conversa com uma impressão não muito boa acerca de seu colega de trabalho. Isso tudo, pelo simples fato de uma opinião ter sido emitida, baseada no ponto de vista de um desafeto, ou até mesmo de um desinteressado.

Acho impossível nos livrarmos do que acabo de falar. O ser humano é, em sua essência, assim.

Não muda.

Um abraço a todos.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

So this is Christmas

E então é Natal! A festa cristã mais comemorada no mundo. E qual o significado do Natal para você? Será que lembramos ao menos o que é comemorado nesse dia? Provavelmente muitos se lembram, porém apenas quando questionados. Fora isso, comemora-se o feriado, os presentes... Talvez nada mais.

Natal é momento de reflexão. Momento de ponderarmos sobre a pessoa de Cristo e seus ensinamentos. É época de pensarmos no amor ao próximo, no perdão retido. O Natal representa as virtudes maiores que um ser humano possa ter, quer seja humildade, generosidade, gratidão, benevolência, dentre outras.

Natal é a celebração da vida. É a época do ano em que desejamos paz, saúde e prosperidade a todos. Esse é o período do ano em que nosso bolso mais dói, em função de tantos e tantos presentes que necessitamos dar aos nossos pares. Porém, aqui vai uma sugestão de bons presentes a serem compartilhados: um belo sorriso, um abraço fraterno, um carinho de irmão. Esses presentes não nos custam muito mais do que abrir mão de nosso orgulho e do nosso eu.

Enquanto minha pequena Isabella ainda não foi contaminada pela falta de espírito natalino, me divirto muito a seu lado, vendo seus olhos brilhando ao falar do Papai Noel, dos presentes, das festas. São essas pequenas coisas que deveriam nos contagiar durante todo o ano. A pureza de uma criança, a inocência, e principalmente a esperança que mora dentro de seus corações.

Natal é época de alegria, de compartilharmos aquilo que temos de melhor dentro de nossos corações (mesmo que isso seja difícil).

Nessa época do ano, refaça seus planos, planeje mudanças, critique seus caminhos, procure ser diferente. Deixe de lado as mágoas e os ressentimentos. Deixe florescer a semente da esperança em seu coração. E voltando à postagem de ontem, lembre-se, é necessário perder para ganhar! Em algum momento, deixe de lado o seu eu em prol de ganhar a felicidade ao lado daqueles que você ama (e dos que não ama também).

Feliz Natal!

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

À Procura da Felicidade.

Ontem à noite passei longas horas, como sempre, aguardando o sono chegar. Cada dia com sua razão, sendo que ontem eu estava acometido de uma tremenda irritação em meu rosto. Foram horas fazendo compressa com água fria para diminuir a sensação terrível que estava com ela. Enquanto o tempo passava, me detive em frente ao televisor para assistir o filme “À Procura da Felicidade”. Confesso que apesar de antigo, não tinha visto o filme em questão. Azar o meu. Após seu término, foram mais algumas horas meditando sobre sua mensagem.

Domingo pela manhã, depois de anos sem entrar na Igreja, assisti a um culto na IBC. O pregador, Pastor Magid, trouxe uma palavra tremenda acerca de “perder para ganhar”. Algo que deveria ser presente na vida de qualquer pessoa, independente de ser cristão ou não. Esse é um dos grandes segredos na vida. Abrir mão do seu eu, em prol do próximo. Perder a sua vida para ganhá-la.

Porque, quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas quem sacrificar a sua vida por amor de mim, salvá-la-á. Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se vem a perder-se a si mesmo e se causa a sua própria ruína? - Lucas 9, 23-26

Tantas são as possíveis interpretações para o sentido do filme em si. Todavia a minha se deu na percepção de um pai que diante de todas as dificuldades da vida, procura fazer o seu melhor em prol de seu filho. Ele tem no seu filho a coisa mais preciosa de sua vida e para tanto faz de tudo para tomar conta de Chistopher (filho). Talvez tenha sido o caso de perder para ganhar. O protagonista da trama perde tudo, menos a esperança de ser feliz ao lado de seu filho um dia. Foi necessário perder tudo para enxergar o verdadeiro valor em sua vida.

Muitos se emocionam com o filme, mas verdadeiramente por se imaginar na situação passada por Gardner. Quem de nós supõe agüentar todas as provações passadas por ele enquanto busca uma solução para sua vida? Poucos. Todavia na maioria dos casos a verdadeira felicidade só será encontrada quando tivermos passado por provações suficientes para nos mostrar que nossos esforços de nada são válidos se não temos um propósito verdadeiramente importante em nossas vidas. No caso do filme, o filho era a grande motivação do protagonista. No caso dos cristãos, Cristo os exorta a sacrificar a própria vida por amor a Ele. Vejam que em nada adianta se o foco for a nossa pessoa. Em nada adianta se nos basearmos no egoísmo. Se assim o for, dificilmente alguém alcançará a verdadeira felicidade. O próprio versículo no qual Cristo fala sobre perder para se ganhar, Ele cita que de que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro, se por conta disso causa a sua própria ruína (em algumas versões diz: perder a sua alma). Deus nos diz: bem aventurado é aquele que suporta a provação, pois depois de ter passado na prova, receberá o prêmio que o Senhor tem para aqueles que o amam.

Mesmo que você não seja cristão, acredito que o princípio serve para todos. Ter um objetivo maior, que não seja o próprio eu, traz melhores resultados quando buscamos a verdadeira felicidade. Quando abrimos mão do nosso eu, em função do próximo.

Experimente!

Um abraço a todos.

Reflexão.

A maioria das pessoas aprende, com o tempo, a diferença entre dar a mão a alguém e aprisionar uma alma. Aprende que amar não significa amparar-se, que companhia não significa segurança e que estar junto não é bem um contrato de compra e venda, nem tampouco de prestação de serviços.

Durante a vida aprende-se que todas as derrotas devem ser aceitas de cabeça erguida, que devemos aceitar os desgostos do dia a dia, como adultos, e não como crianças. Não existe uma estrada pronta para se seguir. Os caminhos são construídos, trilhados, partindo-se do hoje, visando o futuro, que por sinal é bem incerto, e para muitos a Deus pertence.

Com o tempo, aprende-se que quem brinca com fogo acaba se queimando, e que infelizmente vamos nos importar com pessoas que simplesmente não se importam.

Um dia descobrimos que não faz diferença o quão boa seja determinada pessoa, que não importa o quanto ela te ame e admire, ela vai feri-lo. E você? Você deve perdoar.

A escola da vida vai nos ensinar que as verdadeiras amizades não se perdem pelo caminho. Não precisamos mudar de amigos, basta entendermos e aceitarmos que eles mudam. Basta compreender que nada ou tudo, estando ao lado de quem se gosta, vale muito.

Vamos aprender que desabafar alivia a dor da alma. Vamos sofrer ao descobrir que se levam anos para construir e ganhar a confiança de alguém, e apenas segundos para destruí-la. Em poucos instantes fazemos coisas que nos trazem arrependimento, quem sabe, pelo resto da vida.

Ah, você vai aprender, infelizmente, que as pessoas que amamos, nos são tiradas muito antes do que esperamos. Meu falecido avô é um grande exemplo disso. Portanto, devemos aprender a sempre nos despedirmos de quem amamos com palavras doces, pois talvez tenha sido essa a última vez que a vimos.

Circunstâncias e ambientes nos influenciam, vivemos fazendo comparações entre as pessoas, mas no fundo, cada um é responsável por si mesmo, e se cabe alguma comparação, essa deve ser de nós mesmos, com o melhor que poderíamos ser. E esse ser, leva muito tempo para ser construído, mesmo sendo o tempo para se viver muito curto.

Sabes aonde estas? Sabe pelo menos para onde está indo? Se sua resposta for não, vai acabar descobrindo que lhe falta objetivo e que qualquer lugar lhe serve. Ou você toma as rédeas da sua vida, ou ela vai te levar para qualquer lugar.

Seja flexível, mas sem perder a sua personalidade. Entenda que para se ter paciência, é preciso exercitá-la, e que isso requer paciência... Sonhos não são bobagens, nem sei ao certo quais coisas seriam bobas... mas os sonhos não passam nem perto disso. Eles são feitos para nos motivar.

Se alguém não te ama da maneira como você gostaria, não pense que por isso não existe amor na relação. A forma de demonstrá-lo é que não lhe agrada. Respeito o fato e, quem sabe, procure entender, ou procure esquecer.

Toda moeda tem dois lados. Quais seriam eles mesmos? E a verdade? Teria ela dois lados? Existem duas verdades? Ou apenas uma? Talvez a verdade esteja intrinsecamente ligada ao ponto de vista. Depende de quem vê. E o que lhes disse, é verdade? Não sei. Cabe aqui o seu ponto de vista. É isso que quero que entendas...

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Orgulhoso, eu?

Sim, você! (e eu também). Ah, não se acha orgulhoso? Bem, então vamos lá.

O orgulho é um sentimento que emana de todos nós quando sentimos que nossa dignidade está em jogo. Esse é o lado positivo da palavra, aquele que se relaciona com os brios de um ser humano. Doutra forma, existe sim o lado negativo, e é esse que gostaria de me deter por alguns instantes.

Soberba, arrogância. Uma determinada forma de exaltação própria. Esse é o sentido negativo do orgulho. Prefiro ainda falar acerca de certo “exagero” quanto a valores e princípios de alguém. Sobre o valorizar algo em si próprio, julgando ser isso mais importante do que as outras pessoas.

O orgulho é, possivelmente, uma necessidade de auto-afirmação de uma pessoa. É a obrigação que alguém sente de demonstrar que está certo. Há casos em que mesmo certo, se está errado, e é nesse momento que precisamos refletir.

Ouso a dizer que o orgulho é o inimigo número um do perdão. Não são poucas as vezes em que, mesmo fazendo aquilo que julgamos correto, acabamos ferindo a outra pessoa. Uma resposta “mal dada”, um comentário infeliz, uma surpresa mal sucedida. E é exatamente nessa hora que entra o orgulho. É a falta de capacidade de reconhecer a infelicidade da resposta, do comentário, da surpresa (da reação à surpresa). É a total incapacidade de ser humilde e pedir desculpas, mesmo estando correto (entre aspas).

A situação se torna mais complexa quando a pessoa que se sentiu ofendida, que foi ferida, não aceita as desculpas. Nesse caso, ela prefere romper os laços afetivos, a exercer o perdão. Ela abre mão de fazer uso dos obstáculos da vida para crescer. Na vida, não custa nada ser diferente. Não custa nada abrir mão da amargura e do ressentimento. Vale à pena deixar de lado as picuinhas e não se prender às justificativas que o levam a se sentir injustiçado.

Em uma postagem passada falei acerca do perdão. Volto a frisar: não retenha o perdão. Ao se recusar a perdoar, os grilhões que o aprisionam ficaram contigo indeterminadamente. E não se engane. Diversas outras partes de sua vida serão afetadas pela sua atitude. Imagine que seja tal como uma represa construída, mas que não é capaz de reter todo o fluxo de água. Em um determinado momento, tudo transbordará. E é quase certo que os estragos da inundação serão enormes.

Deixe-os ir. Liberte aqueles que estão presos em seu coração. Caminhe mais uma légua com seus inimigos. E quem sabe mais umas mil com seus amigos. Vale refletir sobre isso.

Um abraço a todos.

"O orgulho é o complemento da ignorância." (Bernard le Bovier de Fontenelle)

"O orgulho divide os homens; a humildade une-os." (Henri Lacordaire)

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Por que não te calas?

Essa foi uma frase célebre dita pelo rei Juan Carlos da Espanha diante de palavras ditas pelo Presidente da Venezuela Hugo Chaves. Agora qual foi o motivo para mandar alguém mandar o outro se calar? Bom, no caso específico, Chaves acabara de chamar o de “fascista” o ex-premier Espanhol, Juan Maria Aznar.

Na essência, acredito que as palavras tenham sido motivadas por alguém que não tem as chamadas “papas na língua”. E ainda mais nesse caso em que um tinha a nítida vontade de falar o que quer e esperava que os outros se calassem diante de suas palavras.

Bom, a “introdução” acima teve o intuito de fazer uma autocrítica. Talvez por ser eu uma pessoa impulsiva e que vive a dizer o que pensa, sem ponderar as possíveis conseqüências de minhas palavras. É claro que não ando a chamar ninguém de fascista, mas certamente já falei muita coisa que leva alguém a se ofender.

Não quero entrar no mérito dos sentimentos, até mesmo pelo fato de já ter me expressado a respeito e, naturalmente, ter ofendido mais um ser humano. Tenho o velho hábito, adquirido de um grande amigo, de dizer que muitas vezes usamos em nossas vidas justificativas que poderiam muito bem passar como sendo reais. Todavia costumo chamá-las de boas desculpas. Algo do tipo: “Ah, essa foi uma boa desculpa, mas qual é mesmo a verdadeira razão em seu coração?” Tais questionamentos levam os demais a querer me dizer: “Por que não te calas?”, tal como o rei da Espanha.

Fico a pensar se devemos nós refletir apenas acerca do nosso próprio umbigo. Será mesmo que essa é a realidade e o compromisso que devemos ter com as pessoas com as quais nos importamos? Não sei. Hora de parar e pensar. Quem sabe não chego à conclusão de que melhor é ficar calado mesmo?

Ou melhor: Por que não me calo?


Um abraço a todos.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Perdão.

Durante os últimos 16 anos, provavelmente essa seja a palavra que mais me impressionou de maneira positiva. Senão, vamos ao seu significado do dicionário:

Perdão
(origem controversa)
s. m.
1. Remissão de culpa, dívida ou pena. Desculpa.
2. Absolvição, indulto.
3. Benevolência, indulgência.
interj.
4. Fórmula que exprime um pedido de desculpas.

Todas as definições acima exprimem o que é o perdão. Todavia, a que mais gosto, está de fora do dicionário. Seria ela: “deixar livre para fazer novamente”. Esse sim é o melhor significado, na minha opinião, para perdão. É deixar a outra pessoa livre para fazer conosco a mesma coisa. Isso mesmo: novamente o mesmo erro. Imagine que alguém tenha errado com você. Bom, o que podemos esperar dela é um pedido de desculpas. Porém, qual a nossa reação mediante esse pedido? Essa é a resposta: Deixá-la livre para cometer novamente o mesmo erro conosco.

Muitos devem pensar que isso é pedir demais ao nosso “eu” racional. Entretanto lhes digo que é a melhor coisa que devemos fazer. O perdão traz liberdade. Traz refrigério à nossa alma e ao nosso espírito. E não é apenas liberdade para nós. Perdoar é dar, também ao outro, a sua liberdade. É não deixar alguém preso a nós por conta de um erro, de uma “burrada” que seja.

Confesso que não é fácil deixá-los ir. Nossa mente quer manter todos aqueles que “pisaram na bola” presos. Mas, para mim, somos nós que nos tornamos prisioneiros do orgulho. Portanto, se alguém lhe bater em uma face, dê-lhe a outra.

Ou melhor: “Let them go”.

Um abraço a todos.