quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Roses nothing more than roses.

Acabei de sair de uma conversa que me fez refletir sobre nossos valores. Uma pessoa é presenteada com rosas. Muitos se vêem encantados com o presente. Afinal são 5 dúzias de rosas. Quantos gostaria de ser presenteados dessa maneira? Todavia esse encanto se transforma em “chacota”. A regra diz que se alguém fez isso é porque cometer uma falta grave. E nesse caso, muito grave.

Não existe mais o encanto. Não existe mais o romantismo. A conquista e o prazer de amar se foram. Perderam-se em algum lugar do passado. Aliás, acho que nunca existiram.

Coloco-me a pensar. Como então encontrar a pessoa certa? Se todas elas são erradas? Se todos nós, infalivelmente, vamos nos tornar seres inescrupulosos, frios e vazios no decorrer do relacionamento? Não existe mais razão para o casamento. Aliás, existe o contrato, a aliança apenas. Um compromisso.

Se todos estamos fadados a sermos alguém sem amor depois que nos casamos, melhor continuarmos apenas namorando. Quiçá devemos ficar noivos.

Ser romântico diz respeito a uma maneira de agir, de se comportar, de criar, de interpretar a realidade vivida. O romantismo envolve sonhos, emoções. E ser conformado com a vida, não tem nada de romântico.

Comentei durante a conversa, que devemos procurar quem nos faça feliz, que mantenha a chama do relacionamento acesa. A conclusão a que cheguei é que deveríamos trocar de parceiro de maneira infindável. Mas isso é apenas uma figura de linguagem. Pois se assim o fosse, estou tentado a dizer que o problema está conosco. Se preciso constantemente trocar de amores, devo olhar para dentro e ver o que aconteceu. Algo deve estar errado em mim. Talvez eu não seja mais inspiração. Quem sabe eu mesmo não me dedico o suficiente.

Não sei. A cabeça está confusa. Quero e sempre quis acreditar que existem relacionamentos que são “para sempre”. E não “eternos enquanto durem”. A crítica serve para mim mesmo. Mas sei das minhas razões. Sei dos meus motivos.

Aos 19 anos, namorava uma garota da igreja. À época, fazia cursinho para entrar na faculdade (engenharia metalúrgica). As aulas eram durante o dia inteiro. Eu levava dinheiro de casa para almoçar. Todavia, boa parte do meu dinheiro, ia para economias que fazia para presentear minha namorada. Foram 2 anos de namoro, sendo que durante todo o período, tentei ser o melhor e mais romântico namorado possível. Esse relacionamento não durou. Frustrei-me amargamente.

Esse é um exemplo de alguém que investiu em seu relacionamento. Talvez eu tenha sido diferente em outras épocas, até me casar. Todavia, a essência sempre permaneceu em mim. E acredito que essa chama pode ser acessa quando quisermos. Basta encontrarmos o combustível certo.

O amor não é um sentimento exato. Ele é complexo, demanda de nós empenho e dedicação. Requer cuidados. Precisa ser acompanhado constantemente. Talvez esse seja o erro de muitos. Existem aqueles que acreditam que o amor, uma vez sentido por alguém, acabou. Nada mais precisa ser feito. Nenhum cuidado. Ele caminha por si só. E isso não é verdade. O amor, acima de todas as coisas, precisa ser tratado como se fosse a flor mais preciosa. Como se morrêssemos se ele morresse.

Mas não é assim. Pensamos: já amei o suficiente. Já gostei pro resto da vida. E quando olhamos, quando nos damos conta, estamos ao lado de um completo estranho em nossas vidas. E a culpa não é do outro. É nossa. Ele pode ser culpado também. Mas nos tornamos cegos como morcegos. E sem senso de direção.

Acredito que o amor existe. Deus não mentiria para nós.

Ou mentiria?

Comentando...

Bom, falei para alguém que tentaria comentar algo a respeito da saga “Crepúsculo”. Confesso que não sou fã dessas histórias de vampiros e tudo mais. Mas como sou de falar de tudo, lá vamos nós.

Ao que entendi, Crepúsculo é o início de tudo. A transição na vida da protagonista (Bella) do dia para a noite. Da claridade para a escuridão (sinistro). Algo como se fosse uma transição de seu lado humano (claridade) para o lado vampiro (escuridão). O segundo livro, ou filme (fica a critério de quem leu ou viu), “Lua Nova”, diz respeito ao ponto mais escuro da noite. É a “meia noite” na vida de Bella. Momento no qual Edward lhe abandona, lhe deixando à mercê de seus sentimentos, a ponto de se envolver com Jacob, que aparentemente lhe tem um amor sincero.

“Eclipse”, a meu modo de ver, diz respeito ao lado sombrio (Edward) ofuscando o lado mais humano que ainda resta em Bella. Talvez o amor representado pela figura de Jacob em sua vida, e, por mais que ele não seja humano, seu vínculo com a humanidade. É nesse momento que a protagonista decide (se é que tem escolha) entre os dois. Não existe mais o sol. Apenas Edward.

Em “Amanhecer”, Bella se “apresenta” para sua nova vida, nova realidade. Na minha humilde opinião, não existe nada de amanhecer nisso. Ela nasce para sua vida de vampiro (escuridão total!). Passa de um simples peão no tabuleiro de xadrez, a uma Rainha no “jogo”.

Ouvi dizer que existe um outro: “Sol da meia noite”. Não estou certo, até mesmo por não ter lido os livros, nem ter interesse neles. Parece-me que foi cancelado, ou algo do tipo. Assim sendo, não dá nem para fazer comentários acerca dele. Que sol há em meio a tanta escuridão?

Como não podia deixar de ser, vai aqui meu comentário. Talvez algo do tipo: em meio a tanta escuridão, eu escolha a Cristo.

Em 2 Pedro 1:19 temos: “E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça, e a estrela da alva apareça em vossos corações.”

Jesus é a estrela da manhã. Aquele que verdadeiramente vem para iluminar nossos corações.

Um abraço a todos.

Razão X Emoção.

Qual o motivo desse “duelo” estar sempre presente em nossas vidas?

A Emoção nos compele a agir por impulso, visando um bem estar, mesmo que momentâneo. Uma alegria passageira. Ela nos leva a sorrir e a chorar. Muitas vezes na mesma situação.

A Razão nos pede para pensar um pouco. Planejar. Olhar bem quais são as conseqüências de nossos atos. Ver o amanhã.

Quem é que nunca viveu esse dilema? Ouvir o coração ou a razão? Quem é que nunca teve que fazer esse tipo de escolha? Abrir mão de um em prol do outro? Vamos imaginar que você trabalha em uma empresa a um bom tempo. Tem um salário razoável, benefícios compatíveis com suas necessidades, estabilidade. Mas digamos que uma oferta tentadora bate à porta. Qual a melhor decisão a ser tomada? Ser emocional ou racional?

Trocar o que nos é estável por aquilo que nos balança o coração? Trocar a tranqüilidade do travesseiro por aquilo que nos tira o sono? Trocar a pseudo segurança por uma aventura?

Mas existe mesmo essa estabilidade que você diz? A tranqüilidade que sentes é real mesmo ou você quer acreditar nela? Qual a segurança existente nessa situação? Não poderá você perder seu emprego nessa empresa que te traz tanto conforto e segurança?

São duas horas da manhã e cá estou eu, pensando nisso...

Qual o motivo de não associarmos as duas coisas na procura daquilo que nos é ou será melhor nessa vida? Uma dose de cada um. Uma pitada de razão, misturada a um bocado de emoção. Tudo isso misturado a uma imensa vontade que você deve ter de ser feliz. De realizar seus sonhos, de acreditar que a vida pode ser diferente. E melhor.

Mas e se for pior? Bom, o futuro a Deus pertence. Mas Ele lhe deu todos os subterfúgios para procurar fazer aquilo que seja melhor. E a coragem está por aí, em algum lugar. Talvez bem escondidinha, passando despercebida por você. Errar tudo mundo erra. Mas sempre acho pior aquele que errou, por não ter tentado. Por ter se rendido aos seus temores.

Bem, são duas e 10...

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Pincelando o TDAH.

Muita gente tem me perguntado mais acerca do TDAH. Assim sendo, resolvi pegar um resumo, na verdade uma lista com critérios sugeridos para TDAH, do que Ana Beatriz Barbosa Silva diz em seu livro “Mentes Inquietas” e colocar aqui. Só frisando que não copiarei o que está no livro, apenas resumirei da minha maneira.

1º Grupo: Instabilidade de Atenção:

  1. Desvio, com facilidade, de atenção;
  1. Dificuldade em prestar atenção à fala dos outros;
  2. Desorganização cotidiana;
  3. Apresenta “brancos” durante conversas;
  4. Tendência a interromper os outros durante conversas;
  5. Costuma cometer erros de fala, leitura ou escrita;
  6. Hiperfoco (concentração intensa num único assunto num determinado período).
  7. Dificuldade em permanecer em atividades obrigatórias de longa duração;
  8. Interrompe tarefas no meio.

Dos 9 critérios acima, me identifico com 6 deles, principalmente com os itens 1, 3, 5, 7, 8 (nem se fala) e 9.

2º Grupo: Hiperatividade física e/ou mental:

  1. Dificuldade em permanecer sentado por longos períodos (se mexe o tempo todo).
  2. Está sempre mexendo os pés e as mãos;
  3. Inquietação e ansiedade;
  4. Costuma estar sempre ocupado com algum problema seu ou dos outros (remoendo os problemas);
  5. Costuma fazer várias coisas ao mesmo tempo;
  6. Envolve-se em vários projetos ao mesmo tempo (muitas idéias);
  7. Às vezes se envolve em situações de risco;
  8. Freqüentemente fala sem parar, monopolizando as conversas;

Bom, vamos lá. Dos 8 sintomas citados acima, identifico-me com... Bem, vejamos... 8. Essa foi fácil. Não ficou nenhum de fora. O número 7, hoje em dia, apenas no trânsito, mas quando era mais novo, adolescente principalmente, nem se fala. Meu amigo Jonas, que tem recebido e lido o Blog, que me ajude a fazer as contas das situações de risco (risos).

3º Grupo: Impulsividade:

  1. Baixa tolerância à frustração;
  2. Costuma responder a alguém antes que este complete a pergunta;
  3. Costuma provocar situações constrangedoras por falar o que vem à mente sem filtrar antes o que vai ser dito;
  4. Impaciência marcante no ato de esperar ou aguardar por algo. Filas, por exemplo.
  5. Impulsividade para comprar, sair de empregos, praticar esportes radicais, comer, jogar, etc.
  6. Reage irrefletidamente às provocações, críticas e rejeições;
  7. Tendência a não seguir regras ou normas preestabelecidas;
  8. Compulsividade;
  9. Sexualidade instável. Alterna períodos de altos e baixos desejos sexuais;
  10. Ações contraditórias. O TDAH é capaz de externar uma raiva por causa de uma pequena coisa e depois de minutos estar bem novamente, externando carinho e preocupação;
  11. Hipersensibilidade. Melindra facilmente.
  12. Hiperreatividade. Contagia-se com os sentimentos dos outros;
  13. Tendência a culpar os outros;
  14. Mudanças bruscas e repentinas no humor;
  15. Tendência a ser muito criativo e intuitivo;
  16. Tendência ao desespero diante de algo difícil.

Bom, das 16 características acima, identifico-me com a maioria, talvez umas 13 delas. Em relação a algumas, fiquei realmente em dúvida. O livro explica melhor cada uma delas, mas não estou certo sobre todas.

4º Grupo: Sintomas secundários:

  1. Tendência a ter um desempenho profissional abaixo do desejado e esperado;
  2. Baixa autoestima;
  3. Dependência química;
  4. Depressões freqüentes;
  5. Intensa dificuldade em manter relacionamentos;
  6. Demora excessiva para iniciar ou executar algum trabalho;
  7. Baixa tolerância ao estresse;
  8. Tendência a apresentar um lado criança que aparecerá, por toda vida, na forma de brincadeiras, humor refinado, caprichos, pensamentos “mágicos” e intensa capacidade de fantasiar fatos e histórias;
  9. Tendência a tropeçar, cair, derrubar objetos;
  10. Tendência a apresentar caligrafia ruim ou de difícil entendimento;
  11. Tensão pré-menstrual muito marcada;
  12. Dificuldade de orientação espacial, tal como encontrar um carro no estacionamento;
  13. Avaliação temporal prejudicada.
  14. Hipersensibilidade a ruídos, principalmente se repetitivos;
  15. Tendência a exercer mais de uma atividade profissional;
  16. História familiar positiva para TDAH.

Das 16 citadas acima, acho que me enquadro claramente em 10 delas. É claro que não tenho TPM, mas deixei bem descrito o item 8, pois é uma das características secundárias que mais me identifico. Claro que sou muito 1, 2 nem se fala, graças a Deus passei longe do item 3, 4 poucas vezes, 5... Bem, meus dois amigos hoje podem falar melhor a respeito, 7? Sou eu. O 9, acho que não. Quem trabalha comigo, sofre com o 10. Não tenho 11, nem 12, nem 13 (sou pra lá de pontual). 14? Os toques de celular fora de hora no trabalho que o digam. 15? Nem sei. Acho que sim. E 16, minha família fala por si mesma.

Acho que é isso. Em 50 devo ter tirado A+ (risos). Como se isso fosse vantagem pra alguém. Estou apenas descontraindo. Acredito que, para aqueles que convivem comigo, essa explicação básica, deva ajudar bastante. Espero que sim. Até mesmo para cessarem alguns comentários maldosos que vemos no dia a dia. Tem coisas que fogem do nosso controle. São impulsos, e seria ótimo que as pessoas percebessem isso e mais ainda, entendessem que não é por mal. Isso é um transtorno.

Isso é ser um TDAH.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Coração Partido.

Esse final de semana tomei uma das decisões mais difíceis da minha vida. Depois de praticamente seis anos ao lado de um dos meus filhotes (Duque), resolvi que era hora de conseguir um novo lar para ele. Poucas vezes senti tanta tristeza dentro de mim.

Duque é um Basset Hound que comprei no Mercado Central de Belo Horizonte há algum tempo. À época descobri que o mesmo estava com Cinomose (doença extremamente grave). Dei meu coração por esse animal. Foram noites e noites sem dormir por conta dele, mais um montante expressivo de dinheiro gasto. A maior alegria foi vê-lo superar sua doença, ficando apenas com poucas seqüelas da mesma.

Todavia todo esse cuidado tornou meu filhote extremamente carente. Ele sente falta de todos que estão ao seu redor. Para que vocês tenham idéia, ele é tão apegado ao Teddy (meu outro filhote), que os dois precisam ir ao Pet Shop juntos. Se alguém os separa, o Duque late incessantemente. Sem brincadeira. Ele fica horas latindo sem parar. E é exatamente esse latido o meu grande problema. Inclusive já me mudei uma vez por conta disso. Problema com os vizinhos.

Sempre relutei em relação a doá-lo a um estranho. Mas agora cheguei num ponto que precisei tomar essa decisão. O incômodo aos vizinhos estava demais. E, infelizmente, muitos já não estão agüentando a situação, e eu, cansei de brigar com tudo e com todos. Estou literalmente cansado.

Acredito que a pessoa certa tenha aparecido. É uma senhora que mora na vizinhança e que também tem um Basset em sua residência. Ela mora em uma casa com um terreiro bom, e, além disso, possui outros cães. Propus um período de adaptação. Também vou ajudar no custei das despesas com ele. Mas isso não conforta meu coração. Na verdade nem consigo falar muito a respeito. Escrever foi, mais uma vez, a forma de desabafar.

Criamos ao decorrer de nossas vidas diversos vínculos que são muito difíceis de serem quebrados. Com um animal, ainda mais. Não existe companheiro melhor, mais fiel, mais amoroso, que nos ama de uma maneira única. Espero estar tomando a decisão correta. Que Deus tome conta do meu filhotinho e não deixe nada acontecer a ele. Vou estar por perto. Quero estar perto. Quisera que as coisas fossem diferentes.

Mas não são.

sábado, 9 de janeiro de 2010

Teoria da Ação Comunicativa.

Vou ousar divagar um pouco dentro do universo de Habermas e sua Teoria da Ação Comunicativa.

Habermas é um filósofo contemporâneo que trouxe consigo umas das teorias que mais influenciaram meu modo de pensar. Na Teoria da Ação Comunicativa Habermas pretende mostrar algumas peculiaridades existentes na comunicação entre os indivíduos. Basicamente podemos trabalhar com dois pensamentos, sendo o primeiro relacionado ao que está sendo falado e o segundo relacionado à intenção que se tem ao falar.

Em sua ação comunicativa Habermas propõe que os indivíduos devem se envolver em um diálogo em igualdade de condições, sem coação ou coerção, e que dessa maneira, através do melhor argumento, as ações que determinarão a vida social serão tomadas.

Basicamente trabalhamos com situações ideais de fala, nas quais t0dos possuem a oportunidade de falar, se expressar, ouvir, contestar, sem que haja influência ou coação envolvida. A partir desse ponto, a força do melhor argumento entrará em ação e todos chegarão a um consenso, entrarão em acordo. Aqui vale apenas o "melhor argumento".

Assim sendo, supõe-se que as ações dos indivíduos possuem a verdade como objetivo pretendido. Dessa maneira muda-se a concepção de entendimento. Ele deixa de ser um objetivo final e passa a fazer parte do processo de interação entre indivíduos. Não necessariamente saimos de um diálogo com um entendimento. Mas esse passa a ser um consenso: o de que não há um "acordo" naquele momento. Não houve força suficiente de argumentação para se chegar a um veredicto.

Essa deveria ser a forma adequada de comunicação entre todas as pessoas. A partir daí sumiria a velha frase que aprendi com um amigo (hoje distante) quando questionava as pessoas acerca de suas razões. Dizia ele: "essa é uma boa (às vezes ótima) desculpa, mas qual a verdadeira razão (verdade)?"

Muitos são os casos em que estamos em um diálogo, discussão, conversa, etc., em que temos exatamente essa sensação. A de que estamos ouvindo uma bela desculpa, mas não a verdadeira razão existente no coração de nosso interlocutor. E acredito, tal como Habermas, que o melhor entendimento só se dará se as pessoas se relacionarem sempre de maneira igual, buscando a verdade através de suas ações, e não mais com intenções ocultas em suas ações.

Um abraço a todos.



Ratatouille.


Receita típica da região de Provence na França, onde é servida como entrada ou até mesmo como acompanhamento de outros pratos. Mas não quero falar da comida e sim do filme. Esse sim vale a pena ser visto. Além de ser uma ótima animação, na qual temos um ratinho Chef de cozinha, o filme traz uma mensagem tremenda com a qual me identifico extremamente.

A mensagem do filme é “Qualquer um pode ser um cozinheiro”. A bem da verdade, qualquer um pode ser o que quiser nessa vida, basta acreditar em si mesmo e nas oportunidades que a vida lhe dá. E é exatamente isso que falo para as pessoas que convivem comigo o tempo todo! Acredite em seus sonhos e trabalhe para torná-los realidade. Para tanto faça uso de todos os artifícios possíveis e conquiste pelo caminho amizades, amigos, amores, prazeres. Isso sim é viver.

Uma passagem do filme me chamou bastante a atenção. Nosso ratinho protagonista está mantendo uma conversa com seu pai. A intenção do patriarca é mostrar para nosso pequeno roedor que cada um nasceu para ser aquilo que é. No caso específico: um rato. Nada, além disso. Que não existe amizade entre humanos e ratos e por aí a fora. Todavia nosso pequeno Chef se recusa a aceitar a realidade que lhe foi posta. Ele realmente acredita que pode ser diferente, que pode mudar o futuro (e não apenas dele!). Isso sim é uma grande lição. Ao término do diálogo, temos a seguinte passagem:


___“- A Natureza tá sempre em mudança, Pai. E essa responsabilidade tem que ser nossa. A começar pelas nossas próprias atitudes!

- Aonde você vai? - quis saber o Pai.

- Se eu der sorte... em frente!

Se eu der sorte, em frente! Que frase magnífica. Não sei se vocês viram o filme, mas os convido a fazê-lo. Eu me cobri de emoções ao ouvir essas frases. Qualquer um pode dizer para si mesmo: “Se eu der sorte, em frente”. Ouso apenas a dizer que não dependemos tanto da sorte assim. Mas vale o sentido que o texto traz às nossas vidas! Qualquer um pode seguir em frente. E não para os lados, nem tampouco para trás! Caminhem em frente, rumo aos seus objetivos.

Ame a si mesmo e realize seus sonhos, afinal de contas, qualquer um pode se tornar um cozinheiro, até mesmo um rato! E você, até quando vai ficar se sentindo apenas um rato nessa vida?

Um abraço a todos.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Queria não ser um TDAH.

Essa postagem vai mais como um desabafo. No fundo no fundo, sofro e sinto-me péssimo em ser um portador de TDAH. Se é que alguém quer saber disso.

Em sua essência, em um portador de TDAH, os neurotransmissores, dopamina e noradrenalina, estão em menor concentração no cérebro. Isso torna o seu portador menos atento e com menor controle sobre si mesmo. Isso nos torna menos atento às coisas, mais impulsivos e hiperativos. A impulsividade até pode ter seus aspectos positivos, mas em um portador de TDAH causa problemas. Estamos sempre procurando sermos gratificados o tempo todo, de forma imediata. Queremos sempre as coisas a nosso tempo. E essa busca normalmente é intensa demais. Sinto que nunca vale a pena o risco que corremos.

Vivo em conflito, quer seja comigo mesmo, quer seja com alguém próximo. E muitas vezes quando percebo, já é tarde demais. Não tenho controle sobre isso. Fico sufocado e sufoco as pessoas ao meu redor. Tudo comigo, sempre acaba em confusão.

Apesar de inteligente e criativo, ser um portador de TDAH é um “saco” (me perdoem a palavra). Não consigo me realizar. Sempre me perco no meio do caminho. Nunca termino o que precisa ser feito. Sempre tenho algo incompleto em minha vida. Talvez tudo. Vivo errando pela falta de atenção e muitas vezes pela falta de cuidado com aquilo que prezo. Estou sempre perdido em meus pensamentos. Eles me levam sem ter como eu impedir.

Sou desorganizado por natureza. Faço 1 milhão de coisas ao mesmo tempo. Custo a terminar as coisas. Na verdade, assusto as pessoas. Vejo isso da pior maneira possível. Sou dominado pela minha impulsividade (queria que fosse diferente). Queria não ser compulsivo com minhas coisas. Tem horas que até acho que vai dar certo, mas... Dá-lhe impaciência, irritação, mal humor. E quem é que agüenta isso? Nem o “papa”. Quem dirá pessoas “normais”.

Queria ser diferente. Como já disse: quem sabe normal. Ser “demais” às vezes assusta. Afasta as pessoas.

Um abraço a todos.