sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Livre Arbítrio.

Liberdade de escolha. Capacidade dada ao ser humano de fazer suas escolhas. Escolhas essas de foro íntimo, sem força externa para determiná-las. Vamos por assim dizer que é um presente de Deus dado ao homem.

Todos nós temos capacidade de escolha. Sem ela, não poderiam existir responsabilidades, poderiam? E para onde iria a tal da confiança? Como poderíamos confiar em alguém se a ele não fosse dada a liberdade de escolha de suas ações? Como planejaríamos algo, se não nos fosse permitido tomar nossas decisões? Cada um trilha seu próprio caminho. Escolhe como será sua educação, a qual religião irá “seguir” e a qual deus adorará.

A capacidade de escolha é inerente ao ser humano. Faz parte da sua natureza. Não podemos negar isso. Pelo menos racionalmente, quando não estamos em tempos de guerra, ou coisa parecida. A nós foi dada a capacidade de agirmos sem coação, de escolhermos para que lado ir. Isso me faz recordar a passagem bíblica na qual Abraão conversa com Ló, filho de seu irmão. Em Gênesis, capítulo 13, versículos 9, Abraão diz a Ló: “Não está toda a terra diante de ti? Rogo-te que te apartes de mim. Se escolheres a esquerda, irei para a direita; se escolheres a direita, irei para a esquerda”.

Não estou aqui para entrar no mérito da visão que cada um tinha, de seus interesses. Não é essa uma análise da visão terrena que Ló teve ao tomar sua decisão, nem tampouco dele ter cedido às tentações e estendidos suas tendas até Sodoma e Gomorra. Esse é tão somente um pensamento sobre a liberdade que temos de tomar nossas decisões. Cabia a Ló tomar sua decisão. Certa ou errada (e isso para mim dependia do seu coração), ele tinha a capacidade de escolha. Abraão lhe deu esse direito. Deus nos deu esse direito. Mesmo indo para a campina do Jordão, Ló não precisaria ir até Sodoma e Gomorra. Essa foi outra decisão que ele tomou. Outro “arbítrio” de sua parte.

Somos movidos pelo nosso “eu”, pelo nosso “ego”. E a direção que tomamos trará consigo suas responsabilidades. Há muito nos foi dada essa liberdade. Se muitas vezes nos sentimos presos, é por medo das conseqüências dos nossos atos. Medo de errar, tal como Ló. Mas acredito sempre em correção do rumo tomado. Como disse anteriormente: a decisão de “estender” suas tendas até Sodoma e Gomorra, foi outra coisa. Não fazia parte do “pacote ir para a esquerda”. Mesmo indo para essa direção, Ló poderia ter tomado decisões posteriores que agradassem a Deus. Mas isso é outra história.

Muitas vezes o medo que sentimos não é de errar, mas sim de acertar. Não concorda? Pense bem...

Um abraço a todos.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Voltando a ser Normal.

De volta aos comentários sobre o livro “Louco para ser Normal”, me peguei “viajando” ao ler uma parte do livro.

“Ou nada do que é humano nos é alheio – somos o que qualquer um de nós é capaz de imaginar -; ou nada do que é humano pode nos ser alheio – somos apenas aquilo que faz sentido para nós”. (página 39)

A passagem acima é extremamente interessante. Afinal de contas: O que realmente nos define? Aquilo que devemos rejeitar em nós, o que não deve ser aceito como “normal” ou somos tudo aquilo que descobrimos existir dentro de nós? É nosso dever exorcizar determinadas “características” encontradas em nós ou tão somente não devemos fazer nada e apenas aumentar o leque das descrições acerca do ser humano?

Muitas coisas são associadas à “loucura”. O livro cita fobias, depressão, vícios, paranóias, obsessões, superstições dentre outras. Todavia essas são “loucuras” tão comuns a tantos, que será que existe aquele que é “normal”? Dentre as citações feitas acima, pelo menos a uma delas me associo: fobia. Mais especificamente fobia de contato social. Tenho verdadeiro pavor de determinadas situações, principalmente aquelas que envolvem locais com muitas pessoas. Quer sejam shoppings, restaurantes, jantares, ou sei lá mais o que. A questão é tão séria para mim, que costumo almoçar todos os dias mais cedo, para evitar o refeitório em seu horário de pico. Outro dia mesmo estava em um shopping da capital, e procurando um lugar para lanchar na praça de alimentação. A sensação se torna quase que de desespero ao ver tanta gente, tantas filas, tanto tumulto ao meu redor. Chega até ser engraçado. E para piorar, ninguém consegue falar baixo...

Fazendo uma viagem ao TDAH, faço um paralelo com essa questão da “loucura”. No princípio achava que o transtorno deveria ser algo “combatido” dentro de mim. Deveria ter um remédio para me “curar”. Alguns anos depois, percebo ser necessário: aceitar, entender, conviver e crescer como um portador de TDAH. Procurar quais são os meios de contornar os “sintomas” de maneira a me tornar mais “normal” aos olhos de todos e tirar proveito daquilo que puder. Para se ter idéia, estava tomando café há poucos instantes atrás e alguém me disse: “para quieto Leo” (ou algo semelhante – acho que foi isso mesmo). Agora venhamos e convenhamos: já viu um TDAH quieto???? Depois eu que sou “louco” (risos).

Um abraço a todos.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

O melhor dia da sua vida.

Ontem assisti a um filme bacana. Uma comédia que me fez rir como há muito não fazia. “Encontro de casais”. Uma comédia leve, boa de ver. Esse é um daqueles filmes que passam rápido, sem incomodar. Recomendo!

O filme me fez pensar acerca dos melhores dias de nossas vidas. Você consegue enumerá-los? Lembra-se bem quais foram eles? Eu consigo pensar em alguns momentos vividos por boa parte das pessoas que conheço e que provavelmente entrarão na lista de qualquer um. Vamos ver se consigo acertar em alguma “mosca”.

O primeiro beijo, o(a) primeiro(a) namorado(a), o dia do casamento, uma festa de aniversário, aquela viagem, aquele passeio, a descoberta de uma gravidez, o nascimento de um filho, sua conversão (para uns), sua crisma (para outros), aquele encontro casual, um jantar especial, ou quem sabe foi um piquenique, um café da manhã, aquele por do sol, o primeiro emprego... e assim vamos recordando momentos que foram, à sua maneira e à sua época, melhores dias de nossas vidas.

É importante dar valor a essas memórias, a lembranças que nos fazem bem. Talvez você esteja vivenciando um dos melhores dias de sua vida e nem se dá conta disso. Ou talvez não dê a importância devida. Sem deixar de olhar para frente, e caminhar nessa direção, acho que devemos olhar ao nosso redor, e dentro de nós mesmos, de forma a refletir sobre o momento que vivemos. Tudo isso, sem apego ao passado, sem olhar demais para trás. Algo como valorizar o momento presente e tentar fazer deste um dos melhores momentos de sua vida. E trabalhar nesse sentido.

Bom, é isso. Reveja seus conceitos. Valorize aquilo que te faz feliz. Procure ser feliz e dê boas gargalhadas durante sua vida. Vai valer a pena lembrar-se disso.

Um abraço a todos.

100%.

No dia de ontem vivenciei algo que me trouxe na memória uma frase dita por um professor de Direito Penal da PUC-Minas. Era seu costume falar, sempre no início do semestre letivo, que todos os alunos tinham com ele 100% dos pontos. Cabia a cada um resguardá-los.

“Cem por cento”. Algo que nunca pode ser alcançado novamente caso você perca quer seja um centésimo dele. 99,99% não são 100%. Algo como um chute na trave. Passou perto, mas não chegou lá.

Para um portador de TDAH sou até perfeccionista demais. Pelo menos em algumas áreas de minha vida, não me permito errar. Por mais singelo que seja o erro, ao cometê-lo, o tal dos 100% vai embora. Fiquei pensando boa parte do meu dia de ontem nisso. Um excesso de confiança, uma necessidade de prestar a informação correta no prazo mínimo. O site do governo estadual desatualizado, mais especificamente o Regulamento do ICMS do Estado de Minas Gerais, em relação aos últimos decretos publicados pelo governo. Isso foi suficiente para que eu me amparasse em bases nada sólidas (elas deveriam ser!) e prestasse uma informação incorreta. Não houve prejuízo algum (a não ser na minha imagem – imagino eu – e no meu orgulho), pois em poucos instantes a dúvida foi levantada e com um pouco mais de pesquisa, na verdade em outros 3 lugares, lá estava o famigerado decreto do governador. Publicado no dia 22 de dezembro, entrando em vigor a partir do dia 01/01/2010.

Fiquei remoendo o fato durante todo o dia. Como poderia o site da Secretaria de Estado de Fazenda estar desatualizado? Como poderia o Regulamento não conter as alterações previstas nos últimos decretos? Bom, devem ter sido as festas de final de ano. As férias dos funcionários responsáveis pela atualização, ou sabe lá Deus o motivo. A mim coube apenas refletir que preciso “baixar a bola” e aceitar que não tenho mais o meu 100%, que preciso ter outras fontes de pesquisa (até mesmo dentro do próprio site). Explico melhor: em sete anos trabalhando na área fiscal, nunca havia prestado uma informação errada à pessoa que me fez a consulta. É claro que já cometi incontáveis outros erros (sou humano), mas não com quem foi. E eu tinha orgulho disso. Mas quem disse que orgulho faz bem para alguém. Preciso esquecer o fato. Principalmente por não ter tido conseqüência concreta alguma, pois em minutos a questão estava esclarecida.

Nessas horas é preciso “deixar para trás as coisas que ficam” e seguir adiante. Prosseguir fazendo o melhor do melhor que puder.

Desculpem-me os leitores, mas precisava desabafar.

Um abraço a todos.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

A quantas anda sua memória?

Muitos são os que me falam que a sua memória “não presta”. Que não têm capacidade de prestar um concurso, um vestibular, ou o que quer que seja que lhes exija lembrar algo aprendido no passado, quer seja distante e/ou recente.

Em boa parte acredito nas palavras de Augusto Cury quando este diz ser nossa memória seletiva e que a mesma se abre ou fecha, dependendo da emoção vivenciada pela pessoa no momento presente. A afirmação não possui consenso dentre os especialistas que estudam a área, mas dou crédito ao arrojo do Autor (psiquiatra, psicoterapeuta) quando este faz afirmações tais como: “o estresse pode fechar as janelas da memória em concursos, entrevistas, apresentações públicas... gerando péssimos desempenhos intelectuais em pessoas brilhantes”.

Aprendi tarde que a nossa memória e nossa inteligência podem sofrer um processo de treinamento. E não precisa ser nenhum gênio para perceber que esse fato altera, em muito, a vida de qualquer um. Quem sofre de um processo de “fadiga mental”, conforme cita o livro “O Código da Inteligência”, pode ser incapaz de tomar uma decisão correta, aproveitar uma oportunidade. O desgaste excessivo de nossa mente, e ainda por cima de maneira inadequada, nos tira a capacidade de raciocínio e de reflexão sobre diversos assuntos que são pertinentes ao nosso dia a dia.

O ideal é que você atente para o fato que citei acima. Todavia estou falando de um processo, um treinamento, ou seja, necessita-se tempo. Por outro lado acredito valer a pena se esforçar para se aperfeiçoar (sua mente) e reduzir o estresse encontrado em determinadas situações do cotidiano.

Um abraço a todos.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Louco para ser Normal.

Como disse na postagem anterior, esse é o livro que tem prendido minha atenção nos últimos dias. Para um cristão é sempre difícil navegar pelo universo da psicanálise, por sempre nos depararmos com questões questionadoras daquilo que acreditamos. Todavia não me furto a me aventurar por algumas literaturas, tal como fiz quando li o livro "Quando Nietzsche Chorou". Naquela época escrevi até uma postagem dizendo o quanto o livro havia me influenciado. Mas sempre no contexto de "tentar" julgar todas as coisas e reter apenas aquilo que for bom. Isto explicado, aqui vamos nós!

"Louco para ser Normal" tem me impressionado de maneira positiva. Até mesmo por me identificar com os conceitos trazidos pelo autor no tocante à loucura e à sanidade. Espero escrever mais a respeito dele nos próximos dias, mas sinto um refrigério em minha alma por sempre me sentir mais louco do que são (na visão do autor). Para exemplificar o que estou dizendo, principalmente para que não me entendam mal (como louco, ou são), segue um trecho da página 26 do livro:

" A sanidade como conceito foi ela própria corrompida por um mundo corruptor; fomos seduzidos ou tentados por falsos deuses. A sanidade é realmente uma doença da alma; assim como Kierkegaard disse que a pessoa mais desesperada não está de maneira alguma sem esperança, Liang quer que acreditemos que a pessoa moderna que está mais "doente" é aquela que absolutamente não está doente. Nossas vidas dependem de uma compreensão correta da sanidade; ela passou a significar conformidade e submissão, "sucesso" social e profissional; deveria significar uma maior identificação com nossos selves "mais profundos" e "mais verdadeiros", menos alienandos daquilo que realmente dá valor às nossas vidas. Deveríamos, insistiu Liang, estar nos expressando, não nos adaptando. Deveríamos ser menos polidos".

Tenho muita dificuldade quanto a essa conformidade e submissão a que o autor se refere. Quanto ao "sucesso" social e profissional, nem se fala. E não acredito que sou sozinho ao querer sempre me expressar e não me adaptar (ou me adaptar menos) ao ambiente que nos cerca, ou melhor dizendo, à realidade ao nosso redor.

Como diria o próprio autor, a sanidade não tem visibilidade nenhuma. Na verdade nem temos tantos conceitos para caracterizá-la. Nem quem a estude. Mas quando falamos de loucura, a literatura é vasta e não são poucos os profissionais "aptos" a auxiliar aquele que é insano (psiquiatras, psicólogos, psicanalistas, etc.).

Bom, eu por natureza já me recuso a me conformar com esse mundo, e como cristão, ainda mais...

Obs.: A parte do texto em negrito foi colocada por mim, para dar ênfase nela.

Ps.:Para alguns não familiarizados com o inglês, selves = "eus". O autor se refere aos nossos "eus".

Um abraço a todos.

Livros

Faz muito tempo que não faço nenhuma indicação de livros no blog ou pelo menos indico o que estou lendo ou acabei de ler. Assim sendo lá vai:

1 - SIM! - Noah J. Goldstein, Steve J. Martin e Robert B. Cialdini.

2 - Louco para ser Normal - Adam Phillips (excepcional livro).

3 - O Código da Inteligência - Guia de Estudo - Augusto Cury (gosto de todos os livros dele).

4 - Além da Inteligência Emocional - As cinco dimensões da mente - Llorenç Guilera Aguera.


Esses são os recentes. O segundo é o que está me "prendendo" no momento.

sábado, 2 de janeiro de 2010

Medo.

Você tem medo do quê?

Basicamente o princípio por trás do medo é o instinto de preservação. Essencialmente é o “não se arrisque”. Normalmente manifestamos o medo diante de situações novas e/ou inesperadas.

Tecnicamente temos duas reações diante do medo: lutar ou fugir. E essas reações dependem, e muito, dos nossos limites. Imagine-se diante de um assalto “à mão armada”. Certamente nosso limite físico nos impede de enfrentar uma arma de fogo. A probabilidade de morte é grande. Por outro lado não são poucas as situações em que o medo requer tão somente discernimento de nossa parte para que possamos tomar a atitude correta, quer seja lutar, quer seja fugir (nenhuma delas é melhor do que a outra. Depende sempre da situação).

Falarei então apenas dessas situações em que o limite físico não é a questão principal, e ficamos presos tão somente nas frustrações sofridas no passado, nas inúmeras vezes em que não fomos bem sucedidos em uma empreitada. Conheço pessoas que têm medo de fazer “exame de rua” para tirar a tão sonhada carteira de motorista. O medo advém de tentativas frustradas, reprovações anteriores. Acontece que o medo, nesse caso, deve ser deixado de lado e a situação enfrentada com coragem, para que uma nova reprovação não aconteça, tendo como uma das causas, o receio de novamente não obter êxito. Ele deve ser usado para se ter consciência dos erros que foram cometidos para que os mesmos se transformem em acertos no futuro.

Existem também aqueles casos amorosos. São pessoas que têm medo de se relacionar devido a algum sofrimento no passado. Elas desistem antes mesmo de se envolverem, visto que “sabem” que não vão conseguir, que não vai dar certo. Esse sentimento normalmente acaba com a “auto-estima” de qualquer um. Talvez aqui, mais uma vez, seja necessária coragem de enfrentar o medo, e procurar ser feliz. O medo deve apenas orientar as atitudes que devem ser tomadas. Deve ser o norteador de atitudes precavidas, e não aquele que impede a realização de um feito. Tal quando estamos diante de um cômodo escuro. O melhor a ser feito, não é ficar com medo daquele lugar. Acenda a luz e explore o local da melhor forma possível.

Procure utilizar o medo a seu favor. Use a capacidade que ele nos dá de tomar uma atitude e decisão de forma consciente, estudada. Mesmo que no caso a decisão seja fugir ao invés de lutar.

Um abraço a todos.