quinta-feira, 12 de julho de 2007

Felicidade

Desde o dia 05/03/2007 que o meu conceito sobre felicidade sofreu uma grande mudança. Com o nascimento da minha “princesa” Isabella, minha vida passou a ser muito mais alegre.

Quando tinha 12 anos de idade, não me lembro mais por que circunstâncias, resolvi que gostaria de ter um filho. Fico imaginando o que se passava na minha cabeça para ter fixado essa idéia em meus pensamentos. Desde aquela época, tinha por convicção que teria um filho homem e que ele se chamaria Thiago. Para minha grata surpresa, em meados do ano passado, Lucila me comunicou que poderia estar grávida. Naquele momento muita coisa se passou pela minha cabeça. A começar pela dúvida de que estaria pronto para ser pai passando pelo fato dos médicos terem falado que a probabilidade dela engravidar era mínima, dentre outras. Uma notícia daquela serviria para abalar qualquer um, mas para mim, imaginei que seria Deus me dando de presente aquilo com que sonhei desde menino.

Digo a vocês que não tinha dúvidas quanto ao nascimento de meu tão esperado filho. Já imaginava a decoração do quarto, os presentes, as roupas, os brinquedos, os passeios, o futebol... Lucila, pé no chão como sempre, me alertava para o fato da criança poder ser menina. Isso para mim era absurdo. Como poderia eu ter sonhado por tanto tempo com um menino, ter comprado diversos brinquedos durante a minha vida, ter imaginado tantas coisas que faríamos juntos, e de repente, nascer uma menina? Não, isso não era possível.

Passados os quatro meses necessários para se consultar o sexo do bebê, fomos ao médico para fazer o tão esperado ultra-som. Eu, em minha confiança, aguardava apenas a comunicação: É menino. Confesso a vocês que não sentia nem um pouco de ansiedade quanto a isso, tamanha era a minha certeza. Bem, ao fazermos o exame, veio a surpresa: É uma menina...

A minha vontade era de contar a todos que tive a melhor das reações quando recebi a notícia. Mas essa não seria a verdade. Um sentimento de tristeza tomou meu coração naquele momento, de modo que não pude conter as lágrimas. Talvez nem tanto pelo sexo do bebê, mas mais pelo sentimento de ter sido abandonado por Deus naquele instante. Um mundo de coisas se passava pela minha cabeça. Precisei me afastar para espairecer, recobrar a consciência. Aqueles minutos pareciam eternos. Nem notei que Lucila estava a me esperar. Ela também trazia lágrimas nos olhos, mas provavelmente lágrimas de frustração por não estar podendo realizar meu sonho comigo. Aproveito esse momento para lhe pedir desculpas por meu comportamento. Sei que foi difícil para você.

Meses difíceis sucederam aquele dia. Confesso que custei bastante para me acostumar com o fato. Mas Deus, em sua misericórdia, curou a ferida que estava em meu coração. Para ir me adaptando à idéia, decidi que toda a decoração do quarto da minha filha seria feita por mim mesmo. Fiz questão de cuidar de cada detalhe, desde a pintura, até a escolha dos enfeites. Cada pequena coisa que está em seu quarto, passou pelo meu crivo. Foram alguns meses dedicados a esse “trabalho” (na verdade foi um prazer). A obra final, convido a todos para verem com os próprios olhos fazendo uma visita. Serão todos bem vindos.
Para finalizar, deixo aqui o testemunho: Assisti ao parto, e vibrei ao vê-la nascer. Hoje, não tenho nada mais precioso na vida do que minha amada filha. Não tenho mais aquele sentimento de decepção com Deus. Ele, em sua imensa sabedoria, colocou em minhas mãos uma pedra preciosa. A mais valiosa de todas. Para cuidar e apreciar.

Em uma outra postagem contarei a todos a história do nome da criança: Isabella. Se fosse falar aqui a mensagem ficaria enorme (já não está? Risos). Acho que vale a pena compartilhar com vocês como Deus nos deu o nome adequado para essa maravilhosa criança.

Um forte abraço a todos. E obrigado pelas visitas ao Blog.


Os.: Para que não fiquem dúvidas acerca da minha alegria, coloquei a foto que mais gosto aqui no Blog. Nela expresso toda a alegria de tê-la em meus braços. FILHA, PAPAI TE AMA.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Motivação

O que é motivação? Talvez uma boa definição seja: força que leva os indivíduos a agirem de uma forma específica. É claro que não podemos nos ater apenas a isso, pois temos muitas implicações além dessa definição. Mas creio ser esse um bom significado.

Há tempos resolvi de alguma forma me dedicar (em parte) a motivar as pessoas que trabalham comigo. No meu departamento existem aproximadamente 30 pessoas trabalhando, mas em minha sala apenas 12. Muitas vezes ao chegar no trabalho (sempre por volta das 06:15) procuro deixar algumas frases que retiro de livros que leio na mesa dos “meninos”. Chamo-os de meninos, pois são todos mais novos que eu. A minha intenção com essas frases é sempre trazer algo de novo, de desafiador, de motivador para a vida deles, principalmente no sentido de auto-realização. Mostrar-lhes que todo mundo tem capacidade de se desenvolver e atingir seus sonhos. Eu mesmo, desde que me dei conta da minha doença tenho me dedicado à realização dos meus. Acredito que todo ser humano tem um potencial enorme a ser desvendado. Acontece que, em uma das teorias que trata sobre o assunto motivação, Abraham Maslow diz que todos os indivíduos apresentam uma hierarquia de necessidades a serem satisfeitas. Infelizmente, a de auto-realização se encontra no topo da pirâmide. Isso quer dizer que sempre que a pessoa tiver satisfeito suas necessidades fisiológicas, de segurança, sociais e de auto-estima, aí sim ela se dedicará à sua realização pessoal. No entanto, sempre que uma das necessidades que se encontram em um nível inferior estiver ameaçada, a pessoa direcionará sua motivação para ela. Isso implica no que vemos no nosso dia a dia. Pessoas que se dedicam quase que o tempo todo à sua necessidade de alimento, segurança, amizades, e reconhecimento em detrimento de sua realização.

A minha parte procuro fazer. Aos meus “garotos” e “garotas” fica aqui mais uma vez a minha expectativa: REALIZEM SEUS SONHOS.

No que depender de mim, procurarei ser um bom líder, incentivando-os a trabalhar em equipe, a aprimorarem seus trabalhos, a desenvolver as pessoas. Quanto à remuneração, isso não depende de mim (risos), mas sempre estarei procurando lhes propiciar um ambiente de trabalho seguro e saudável.

Um abraço a todos.

Ps.: Para escrever essa postagem me utilizei do livro “Como Motivar Pessoas” – Iain Maitland. Editora Nobel.

terça-feira, 10 de julho de 2007

Mercado Central

Quando criança um dos programas que mais gostava de fazer era ir ao Mercado Central com meu pai. Não sei se era pelo fato dele viajar muito, mas para mim os dias em que podia estar com ele eram sensacionais. Bons e velhos tempos.

O Mercado Central de Belo Horizonte é um dos lugares mais fascinantes que conheço. Variedade de produtos, cores, pessoas, tudo disposto nos corredores que se cruzam. Para mim deveria fazer parte do Patrimônio da Cidade. Desde menino, dentre as diversas coisas que se encontram naquele local, a minha preferida era o pastel frito na hora, por um chinês, em uma lanchonete que ficava em uma das entradas. Programa de domingo: ir ao Mercado Central, comer pastel e passear com meu pai. Esse era sim um dos meus favoritos (queria que ele soubesse disso...).

Bem, saudosismos à parte, o que gostaria de contar foi um dos episódios mais engraçados (?) da minha infância. Em um daqueles domingos em que passeava com meu pai, ele aproveitou para comprar diversos produtos que levaria para sua lanchonete (se não me engano em Ouro Branco). Quando já estava por finalizar sua compra, subimos e meu pai me deixou no carro – um Fiat 147 – enquanto buscava a última coisa. Essa hora eu também adorava. Ficava sentado ao volante fingindo estar dirigindo.

Como meu pai estava demorando, resolvi verificar quais eram as mercadorias que ele havia comprado. Abri o porta-malas e encontrei uma caixa cheia de abacates. Dentro dela, havia um que dei por estragado (imaginação de criança) e, por isso mesmo, resolvi jogá-lo fora. Como eu sempre fui de fazer “arte” , como diria meu irmão, fui até a beirada do estacionamento (que fica na parte superior das lojas) e fiquei a ver as pessoas passarem lá embaixo. Em determinado momento, como que compelido por forças ocultas (risos), joguei o abacate no meio de um dos corredores. O que eu não imaginava é que ele acertaria bem em cheio a cabeça de um homem que passava lá embaixo. Foi muito engraçado vê-lo com a cabeça toda verde procurando que havia lhe jogado aquele abacate. Ainda bem que meu pai chegou logo em seguida e fomos embora.

Até então o fato ocorrido não parece tão engraçado, certo? Pois bem, então vou contar o motivo da graça. Na segunda-feira ao ir para o trabalho (minha mãe trabalhou uns 30 anos na Usiminas) ela se deparou com um colega seu de trabalho a lhe contar a seguinte história: “Neide, você não sabe o que me aconteceu no final de semana. Estava eu fazendo compras no Mercado Central, quando de repente um abacate caiu direto em minha cabeça. Não sei quem foi que me acertou, mas ai dele se eu o tivesse encontrado...” Minha mãe teve que se segurar, ou para não rir ou para não contar a verdade sobre o ocorrido. O que sei é que, para variar, apanhei por causa de minhas travessuras.

Até breve.

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Pandiá Calógeras.

Quando criança, com provavelmente cinco para seis anos, minha mãe me colocou para estudar na E.E. Pandiá Calógeras (escola estadual em Belo Horizonte). Creio que ela não imaginava o tanto de trabalho que teria comigo. Algumas coisas, que trago na lembrança e também através de histórias que minha mãe conta, pude relacionar claramente com o TDAH e como ele atrapalhava meu desenvolvimento escolar e social.

Por ser extremamente agitado, sempre acabava as atividades escolares antes dos outros colegas de sala e com isso passava a azucrinar a vida de todos dentro da classe. Era tiro e queda. Todos os dias a rotina de incômodo aos alunos e professores se repetia. A solução “criativa” dos professores da escola foi me colocar para cuidar de alguns animais que existiam na escola. Que minha mãe se lembra eu cuidava muito de coelhos (disso não me recordo). Isso fez com que eu não cultivasse amizades. Pra que vocês tenham idéia, não me recordo de nenhuma pessoa com a qual tenha estudado naquela escola, apesar de me lembrar bem do lugar, da sala, dos brinquedos. Também não criei interesse pelos estudos.

Outro acontecido engraçado que me veio à memória foi um dia em que cismei que queria fugir da escola. Tramei meu plano e, despistando a professora e os funcionários, fui parar na praça da Assembléia (que fica logo em frente). Ali, sentado no banco de frente para a portaria central, me senti o maior fugitivo da história. Não é necessário dizer que logo em seguida me encontraram. Foi um grande susto que dei naquelas pessoas.

Ainda bem que nos dias de hoje esses procedimentos de isolamento da criança já não são adotados mais nas escolas. Ainda melhor é o fato do TDAH estar bastante divulgado o que faz com que o diagnóstico em crianças com meu comportamento seja mais fácil.

Minha estada naquela escola foi bastante curta. Graças a Deus minha mãe conseguiu nos colocar para estudar no Colégio Pitágoras - na minha opinião uma das melhores instituições de ensino particular da cidade. As histórias dos meus nove anos no Pitágoras serão contadas mais adiante.

Grande abraço.

domingo, 8 de julho de 2007

O Filho Pródigo.

Dias atrás postei uma mensagem na qual falava sobre o filho pródigo. A parábola fala sobre um filho (mais novo) que chegou até o pai e lhe pediu a parte que lhe cabia de sua herança. O pai atendeu seu pedido e repartindo os bens viu seu filho partir para terras distantes (até onde irei?) aonde desperdiçou os bens vivendo dissolutamente. Em meio à fome que assolou a terra naquele tempo, o jovem começou a passar por necessidades. Achegando-se a um morador daquela terra foi mandado a apascentar os porcos. Sua necessidade era tanta que se viu a desejar a comida dos porcos como alimento. Caindo em si, o jovem pensou: por que não voltar a casa de meu pai, pois ali, mesmo não encontre o perdão, encontrarei sua benevolência e fome certamente não passarei. Acontece que o jovem não imaginava que seu pai lhe receberia com tanta festa e alegria. Indagado por seu filho mais velho acerca do tratamento dispensado a seu filho mais novo (tido por ingrato pelo irmão mais velho) o pai lhe respondeu: “Mas era justo alegrarmo-nos e folgarmos, porque este teu irmão estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado”.
Diante de tudo o que tenho passado recentemente, espero um dia me encontrar novamente com Deus, encontrando também seu perdão e sua graça.
A paz seja com todos.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Solidão

Algumas vezes em minha vida me peguei divagando sobre o que é solidão. Segundo o dicionário, seu significado é:

Solidão – s.f.,
estado de quem está só; (solitário; sem companhia; afastado da convivência social).

Durante as seções de psicoterapia que tenho feito fui questionado pela psicóloga acerca de meu comportamento social. Ela me perguntou se tinha muitos amigos. A resposta como muitos de vocês já sabem foi: Não. Indagado sobre os motivos desse isolamento pudemos concluir que, devido a minha doença, desenvolvi uma característica peculiar: sempre que me vejo diante de algum desafio ou problema, procuro uma rota alternativa que evite o confronto. Sempre fujo dos enfrentamentos.
Talvez isso explique por que durante a minha vida tive poucos amigos. Sempre achei que amigos de verdade eram aqueles que não tinham nenhuma expectativa a nosso respeito. Que eram aqueles que conviviam conosco pelo simples prazer de estarmos juntos. Por isso, sempre me afastei de pessoas que esperavam alguma coisa de mim, quer seja atitude, que seja comportamento ou quem sabe até que eu não me comportasse de determinada maneira.
É claro que ótimas amizades surgiram nesse tempo. Faço aqui menção a meus dois grandes amigos: Pablo e Daniel. Amigos sinceros, fiéis, sempre solícitos. Mas não deixo de fazer referência a amigos de tempos atrás. Jonas, eu sei que está fora do Brasil mas creio que sempre seremos amigos. João, talvez o tempo que você passou na África tenha esfriado nosso convívio. Mas certamente guardarei os bons momentos de nossa infância na memória. Tentei pensar em mais alguém. Vi que não sobrou muita gente.
O TDAH é um transtorno por muitos desconhecido. Agradeço a Deus pelo fato de agora estar sendo bastante divulgado. Sofri muito desde pequeno para me adaptar aos diversos grupos sociais em que estive presente. A Igreja Batista me acolheu como um filho. Pena que esse filho (talvez como na parábola do filho pródigo) esteja distante.
Queria deixar registrado que agora a minha busca é por abertura. Abertura de sentimentos, de pensamentos, de mim mesmo. Se vou conseguir me livrar da solidão, somente o tempo vai dizer. Quero não mais me sentir isolado do mundo, recluso onde ninguém possa me encontrar e incomodar.
Deus abençoe a todos.

quarta-feira, 4 de julho de 2007

O SEGREDO.


Há duas semanas atrás, minha mãe me pediu para conseguir para ela o DVD do filme “The Secret” – O Segredo. Após me empenhar por uma semana consegui o filme. O interessante dessa história é que no último final de semana estive em um Shopping da Capital para comprar algum livro para ler durante a semana. Acabei me deparando com o livro do filme acima citado. Curioso, acabei comprando-o e para minha surpresa segue o que relato abaixo;

Como gosto de leitura em geral, não me importei com o fato do livro me parecer “meio esotérico”, uma vez que sou cristão. Creio que devemos julgar todas as coisas e reter aquilo que é bom. Acontece que consegui enquadrar a mensagem do livro para a minha vida cristã, principalmente a parte que diz que devemos ser gratos por tudo aquilo que recebemos. A passagem do livro que trata sobre gratidão fala sobre uma determinada pessoa que ao passar por certos problemas em sua vida encontrou uma pedra, passando a denomina-la “pedra da gratidão”. Independente dos acontecimentos citados no livro, tive um sentimento de que seria muito bom se eu também tivesse um objeto que me trouxesse à mente o desejo e o compromisso de ser grato pelas coisas que Deus tem me dado. Pensei que uma pedra seria um objeto muito interessante.

Bem, toda segunda-feira faço consulta com minha psicóloga. O nome dela é Ana Paula (vai aqui meu agradecimento pelo progresso que tenho sentido desde que nos conhecemos). Na segunda passada, passei o dia inteiro pensando em como deveria ser grato por tudo em minha vida e como é fácil nos esquecermos de agradecer as bênçãos recebidas a cada dia. Ao final do dia, ao sair do consultório da psicóloga, bem diante do elevador, me deparei com duas pedras bem singulares, ali no chão (no Hall do elevador). Pensei comigo: “Essas pedras são minhas”, pois como poderia ser diferente, uma vez que havia passado o meu dia pensando na gratidão pela vida e em como seria bom ter um objeto que me lembrasse todos os dias de agradecer a Deus. Posso dizer agora que não tenho mais essa dificuldade. Todos os dias ao me levantar e me arrumar para trabalhar, coloco a minha pedra no bolso lembrando da gratidão devida. Ao chegar em casa o processo é o mesmo. Sempre que tiro a minha pedra do bolso trago na lembrança os agradecimentos que devo fazer.


Ps. A outra pedra que encontrei dei de presente para minha mãe. Contei a ela o acontecido e lhe disse que ela também deveria ter a sua “pedra da gratidão”. Espero te-la ajudado.

Um abraço a todos.

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Por que Memórias de um Cárcere Privado?

Algumas pessoas têm-me perguntado o por que do nome do blog que aqui escrevo. A resposta creio ser simples. Como relatei em minha primeira postagem, descobri a pouco mais de um mês que sou portador de TDAH. Desde então venho fazendo tratamento junto a um neurologista, um psiquiatra e também com uma psicóloga. O tratamento envolve não apenas a psicoterapia como também o uso de remédios. No meu caso tenho utilizado a Ritalina LA e também o Efexor XR. Desde o início do tratamento tenho sentido melhoras expressivas onde certamente posso destacar o fato de agora conseguir me concentrar em minhas atividades. As que me tem sido mais prazerosas, seguramente são a leitura e a dádiva de escrever neste blog. Bem, até então não expliquei as razões do título do blog. Após esse breve relato que fiz, segue minha explicação:

Memórias? Sim, certamente aqui estarão as minhas memórias. Relatarei as experiências vivenciadas por mim nesses 33 anos de vida.

Cárcere? A expressão cárcere me surgiu por dois motivos. Primeiro, em homenagem a Graciliano Ramos – por seu livro “Memórias do Cárcere” – Creio que me serviu de inspiração para o título. E segundo, e mais importante, porque hoje tenho a convicção de ter vivido durante meus 33 anos de vida “preso” a TDAH. Preso à ignorância de não saber nada sobre esse transtorno. Preso ao preconceito das pessoas. Preso aos rótulos que me foram dados durante esses anos. Mas tranqüilamente já não me sinto mais cativo dessa doença. O tratamento e o conhecimento acerca da TDAH quebraram os grilhões em que me encontrava.

Privado? Privado tão somente por ser uma coisa minha. Particular. Relativa a mim mesmo. O cárcere em que me encontrava era unicamente meu. Não dizia respeito a ninguém mais. Por isso me veio a expressão.

Espero ter esclarecido as dúvidas de todos. Caso contrario peço a gentileza de postarem algum comentário deixando o seu e-mail que terei o maior prazer em respondê-los.

Fiquem com Deus.