quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Escorregando pelos meus dedos.

Hoje a noite, enquanto via um filme (Mamma Mia) e ouvia ABBA, tive um devaneio. Muita coisa se passou diante dos meus olhos. Voltei alguns anos de minha vida e caminhei outros tantos para frente. Muito do meu pensamento estava focado na pequena Isabella. Fiquei imaginando ela saindo de casa de manhã cedo, com a sua mochila da escola na mão. No seu rosto um sorriso e suas mãos, acenando para mim. Em mim certa onda de tristeza, onda essa que me faz sentar um pouco. No coração o sentimento de que a estou perdendo para sempre, e de alguma maneira, não consigo entrar em seu mundo.

Quero e preciso estar feliz todas as vezes que posso compartilhar de sua risada. Risos dessa menininha engraçada.

Sinto-a escorregando pelos meus dedos o tempo todo. Tento capturar cada minuto, cada sentimento envolvido nisso. Sinto-a escorregando pelos meus dedos. Tenho como saber o que está em sua mente? Creio que não. Cada vez que penso estar chegando perto, ela cresce um pouco mais... e continua crescendo... e crescendo.

O sono está em meus olhos. Vejo-a na mesa do café. Meio acordado, deixo o tempo passar. Então, quando ela se vai, tenho aquele sentimento melancólico. Um sentimento envolto em culpa.

Não quero perder nenhuma das aventuras maravilhosas ao lado da minha pequena princesa. Quero sempre planejar lugares maravilhosos para irmos. Algumas dessas aventuras, ela já fez (não ao meu lado). Mas a maioria ainda está por vir. E me entristeço ao imaginar que perderei outras tantas. E o por quê? Simplesmente não sei.

Sinto-a escorregando pelos meus dedos. E tento capturar cada minuto, cada momento presente. Infelizmente, toda vez que me aproximo de saber o que está em sua mente, ela cresce um pouco mais. E vai crescendo... e continua crescendo.

Escorregando pelos meus dedos. Às vezes eu queria poder congelar a imagem, o momento. E salvá-la das pegadinhas que a vida nos prega. Mas ela vai escorregando pelos meus dedos.


E com a mochila não mão ela se despede de mim, com um lindo sorriso em seus lábios.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Todo Querer.



Outro dia li um texto que me levou a refletir. Por isso, vou divagar um pouco sobre suas palavras.

Quando queremos alguma coisa, estamos exprimindo um desejo intenso de obtermos algo, um certo resultado. Tal querer, é uma força que nos move, que impulsiona nossas aspirações pessoais em direção a um “lugar” sonhado.
Ademais, pode-se exprimir esse querer, esse desejo, como sendo interno e externo.

Desejos internos, são aqueles que, independente de qualquer outra pessoa, praticamente inexiste. Eles dependem apenas de nossas aspirações, atitudes, sonhos, ambições, que nos levam a transformar a realidade ao nosso redor. Entendo que, o querer interno, dependa tão somente de nós mesmos.

Doutra forma, o querer externo, traz consigo a consignação a diversos fatores externos à nossa vontade. Fatores esses, muitas vezes, incontroláveis. São oportunidades, política, economia, educação, saúde, religião... dentre outros. Muitas são as influências que nos deixam à mercê dentro desse querer.

Assim sendo, querer, internamente, envolve a nossa capacidade de conseguir algo, atingir um objetivo. Por outro lado, querer, externamente, significa possibilidade, probabilidade de se obter êxito, ou não.

Dessa forma, qual atitude devemos ter em relação ao nosso querer?

Quanto ao querer externo, procure sempre fazer aquilo que está ao seu alcance para tornar seu sonho (desejo), realidade. Seja eficaz, eficiente. Mesmo assim, pode ser que nada seja suficiente para alcançar o objetivo. Já em relação ao desejo interno, que dependem de nós mesmos, lembre-se que todos os fatores estão em nossas mãos. Somos nós que conduzimos o querer em seu caminho, rumo à sua realização.

Lembre-se apenas que ambas as formas de querer, dependem de constância e consistência, para que se tornem realidade. Portanto deixe de ser passivo na vida e tome as rédeas das situações que envolvem o seu ser. Independente do querer, faça sua parte e torne seus desejos, seus sonhos realidades. Seja alguém de atitude. Sem atitude, é impossível alcançar seus desejos e objetivos.

Um abraço a todos.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Depende do jeito que a gente vê! – II

Voltando ao último texto que escrevi no Blog, tudo depende do jeito que a gente vê. Como portador de TDAH sou mais do que adepto dessa posição.

Muitos acreditam que o portador de TDAH deve ser analisado e julgado pelos sintomas do transtorno tão somente. Descartam a realidade de que nem todos manifestam as características em sua totalidade.

Confesso que me enquadro naqueles que passam com “louvor” nos testes aplicados aos portadores. Mas isso não quer dizer que sou tudo, ou estou em tudo aquilo relacionado ao TDAH.

Sempre fui de difícil convivência. A impulsividade na comunicação, sem filtros para as minhas colocações e falas, sempre me trouxe problemas. Outra questão envolve a desatenção, o que me leva muitas vezes a “não ouvir” o que as pessoas dizem, por estar eu “ocupado” com outras coisas (viajando...). Sempre fui daqueles que fazem as coisas do próprio jeito, meio que senhor da verdade. Todavia, de uns tempos para cá, vejo que isso tem mudado em minha vida. Meu orgulho e presunção, já não são os mesmos a tempos... Não gosto de rotina. Quem anda comigo sabe disso. A rotina me deixa entediado. Gosto de fazer coisas diferentes (muitas vezes ao meu jeito), mas tudo na vida é negociável. Tenho prazer em passear, viajar, sair. Todavia, como em muitos casos me sinto incompreendido, acabo fazendo certas coisas sozinho. Mas não que essa seja a minha vontade. Companhia é sempre agradável, e bem vinda. Mas prefiro que ela sempre venha acompanhada de compreensão. E quem é que não precisa ser compreendido???

Sempre fui taxado de mal humorado. Acho até que isso é verdade. Porém, vejo que isso também tem mudado em minha vida. Claro que ainda tenho os momentos de instabilidade, mas deixei de ser ranzinza há certo tempo.

No tocante a questões mais íntimas, acredito que o relacionamento deva ser valorizado como um todo. Isso pode causar estranheza, mas a verdade é que entendo que a intimidade em um relacionamento envolve muitos mais a cumplicidade e o conhecimento da outra parte do que o contato físico em si. Mais importante é sabermos quem está ao nosso lado, do que apenas se satisfazer com essa pessoa. Não são raros os casos em que a certa altura do relacionamento, olhamos para o lado e não mais sabemos quem é a pessoa que está deitada conosco. Isso é frustrante. Valorize a comunicação, a amizade, o comprometimento entre os dois. Isso tornará o relacionamento muito mais interessante e não apenas focado em uma ou duas coisas.

Portanto, digo mais uma vez: tudo depende do ponto de vista, do jeito que a gente vê.


“Eu vivo sempre no mundo da lua

Porque sou um cientista homeopata

Futurista e lunático

Eu vivo sempre no mundo da lua

Tenho alma de artista sou um gênio

Sonhador e romântico

Eu vivo sempre no mundo da lua

Porque sou um aventureiro

Desde o meu primeiro passo

No infinito

Eu vivo sempre no mundo da lua

Porque sou inteligente

Se você quer vir com a gente

Venha que será um barato

Pega carona nesta cauda de cometa

Ver via láctea

Estrada tão bonita

Brincar de esconde-esconde

Numa nebulosa

Voltar pra casa

Em um lindo balão azul” – (Guilherme Arantes)

Um abraço a todos.

terça-feira, 2 de março de 2010

Depende do jeito que a gente vê!

Outro dia recebi um e-mail com um texto (poesia?) de Jandira Mansur. Muito bacana. Todavia vou me intrometer e navegar pelas palavras...

Tudo nessa vida depende do jeito que a gente vê. Isso é a mais pura verdade. Vale sempre o ponto de vista de cada um. Como diria Jandira, o comprido pode ser curto, o manso pode ser bravo o escuro, claro, o doce, amargo.

A lua, hora tão redonda, noutra noite se mostra “fininha”. Isso sem falar nos dias em que não aparece. O domingo sempre foi meu dia mais curto da semana. Enquanto os outros pareciam não acabar. De uns tempos para cá, tudo mudou. O domingo parece uma semana inteira... Enquanto a semana, nem dura tanto quanto o domingo. E isso depende de quê? Daquilo que a gente faz, de como gastamos nosso tempo... Uma colher cheia de brigadeiro parece um pouquinho de “nada”. Enquanto essa mesma colher, cheia de remédio, parece tanto que nem dá pra engolir. E isso depende de quê? Daquilo que gostamos... E nisso, o quente pode ser frio, o bonito ser feio e o bom, quem sabe ruim. E isso tudo, depende de como a gente vê.

No fundo, no fundo, tudo na vida sempre vai depender do nosso ponto de vista. Vai estar sujeito à nossa vontade, ao nosso desejo, às nossas aspirações, ao nosso gosto, por fim: tudo depende do jeito que a gente vê! E melhor seria, tal como sugerido pela autora, que víssemos sempre as coisas dos dois lados...

Um abraço a todos.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Coisas que eu sei. (Danni Carlos)

Eu quero ficar perto
De tudo que acho certo
Até o dia em que eu
Mudar de opinião
A minha experiência
Meu pacto com a ciência
Meu conhecimento
É minha distração...

Coisas que eu sei
Eu adivinho
Sem ninguém ter me contado
Coisas que eu sei
O meu rádio relógio
Mostra o tempo errado
Aperte o Play...

Eu gosto do meu quarto
Do meu desarrumado
Ninguém sabe mexer
Na minha confusão
É o meu ponto de vista
Não aceito turistas
Meu mundo tá fechado
Pra visitação...

Coisas que eu sei
O medo mora perto
Das idéias loucas
Coisas que eu sei
Se eu for eu vou assim
Não vou trocar de roupa
É minha lei...

Eu corto os meus dobrados
Acerto os meus pecados
Ninguém pergunta mais
Depois que eu já paguei
Eu vejo o filme em pausas
Eu imagino casas
Depois eu já nem lembro
Do que eu desenhei...

Coisas que eu sei
Não guardo mais agendas
No meu celular
Coisas que eu sei
Eu compro aparelhos
Que eu não sei usar
Eu já comprei...

As vezes dá preguiça
Na areia movediça
Quanto mais eu mexo
Mais afundo em mim
Eu moro num cenário
Do lado imaginário
Eu entro e saio sempre
Quando tô a fim...

Coisas que eu sei
As noites ficam claras
No raiar do dia
Coisas que eu sei
São coisas que antes
Eu somente não sabia...
Coisas que eu sei
As noites ficam claras
No raiar do dia
Coisas que eu sei
São coisas que antes
Eu somente não sabia...

Agora eu sei...
Agora eu sei...
Agora eu sei...
Ah! Ah! Agora eu sei...
Ah! Ah! Agora eu sei...
Ah! Ah! Agora eu sei...
Ah! Ah! Eu sei!

Há mais ou menos 15 anos não me sentia como no dia de ontem. Talvez até mesmo pelo fato de ter me prometido não me sentir daquele jeito mais, à época. Mas percebi que nem tudo que planejamos sai como planejado. Muitas vezes tentamos criar barreiras para evitar todo e qualquer tipo de sofrimento em nossas vidas. Mas descobri que nem sempre logramos sucesso nessas tentativas. Porém acredito que tudo que acontece em nossas vidas tem um propósito diante de Deus.


"E Deus enxugará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas." - Apocalipse 2:14.


Um abraço a todos.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

No Hard Feelings...

Acredito que as pessoas não devam guardar ressentimentos ou mágoas. Existem pessoas que dizem que não os guardam, mas não querem mais ver a pessoa que os magoou. Talvez finjam que esqueceram e perdoaram.

Guardar ressentimentos não muda nada o que aconteceu, nem nos torna melhores e não constrói nada em nossas vidas.

Existe certa crença de que as pessoas que perdoam umas as outras, estão fazendo papel de tolas. Normalmente seus lemas são: “pagar na mesma moeda” ou “Olho por olho, dente por dente”. Dessa forma, essas pessoas estão escolhendo acumular o que chamarei de “lixo interior”, tais como a mágoa e o ressentimento.

Sentimentos negativos e destrutivos, como a raiva e o ódio, ficam acumulados dentro de nós e não nos deixam espaço para pensamentos mais “saudáveis”. Esses “lixos acumulados” só nos fazem mal. Pequenos contratempos no trânsito, no trabalho, na família, são exemplos de coisas que se transformam em lixo e impedem que sejamos livres.

Você já parou para reparar quantas vezes fica irritado e nervoso com os outros? E sente que sua irritação sempre parece ser justa? Mas mesmo se fosse, qual a vantagem que você tem em se sentir assim? Creio que não ganhamos nada ao ficarmos dessa maneira. Talvez seja melhor investir em uma “faxina” interna e limpar seus sentimentos.

O perdão é o antídoto de sentimentos negativos. Perdoe a si mesmo e aos outros. Seja generoso, benigno, bondoso. O perdão cura as feridas em nossa alma. Infelizmente não somos perfeitos nem vamos encontrar pessoas perfeitas em nossas vidas. Nem sempre veremos atitudes nos outros de acordo com nosso desejo e nossa vontade. Não tenha a ilusão de que o mundo será da maneira como gostaríamos que fosse. Até mesmo porque se assim fosse, teríamos um mundo para cada habitante do planeta, pois cada um pensa de uma maneira.

Proponho a você exercitar o perdão. Esteja disposto a não manter a mágoa dentro de si. Caso alguém o magoe, liberte essa pessoa de seus pensamentos. Desligue-a da “tomada” do seu pensamento. Acredito que isso lhe fará um bem enorme.

Deus nos ensinou a perdoar. E certamente não acredito que Ele queira algo que seja ruim para nossas vidas.

Um abraço a todos.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Quando o “mais” nos faz querer “menos”.

Vou fazer um paralelo com a vida cotidiana. Imagine-se fazendo comprar em um supermercado. No setor de sucos, existe um expositor no qual estão oferecendo a degustação de diversos sabores de um novo suco no mercado. São exatamente 10 sabores a serem degustados. Imagine-se no processo de escolha de um deles para comprar. Creio que essa é uma situação frustrante. Muitas opções, muitas dúvidas. Agora imagine que existam apenas duas opções para degustação: maracujá e laranja. Você prova os dois e pensa: gostei do de maracujá! Vai até a prateleira e leva 2 a 3 garrafas para casa.

Existem pesquisas que comprovam que quanto mais opções são oferecidas, maior a probabilidade de frustração na hora da escolha, até mesmo pela dificuldade criada na distinção entre elas. Muitas vezes isso leva ao desinteresse. Mas nem sempre isso é verdade. Funciona em um grande número de casos.

Agora vou lhe direcionar para sua vida no dia a dia. Quer seja com seus filhos, irmãos, pais, cônjuge, opções demais podem ser frustrantes na hora da escolha. Isso vale para muitas coisas, desde várias opções de refeições até livros para leitura cotidiana. Vale também quando queremos fazer algum “agrado” a alguém. Procure fazer pouco, mas com qualidade. Procure não ser exagerado em suas ações e atitudes. Isso pode causar mais problemas do que trazer satisfação. Volto a dizer: não existem regras, mas vale como conselho. Na verdade, procure saber o perfil da outra pessoa e valorize e se empenhe naquilo que a agrada. Não adianta fazer muito daquilo que não agrada à outra pessoa. Não resolve fazer uma lasanha de berinjela se a outra pessoa, ou quem sabe sua família inteira, detesta berinjela. Faça uso do bom senso.

Não são poucas as situações em que mais é menos e o menos pode se tornar mais. Se esforce em entender isso e, provavelmente, você será mais feliz e não ficará desperdiçando seu tempo naquilo que não vale a pena.

Um abraço a todos.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Percy Jackson and the Olympians: The lightning Thief. (Percy Jackson e o Ladrão de Raios).

Nesse carnaval, aproveitei a segunda-feira para ir ao cinema. O filme? Percy Jackson e o Ladrão de Raios. A princípio nada demais em relação a ele. Pensei até que seria mais um filme no estilo Harry Potter. Mas uma coisa me chamou a atenção. Nosso protagonista Percy (Perceus) é um portador de TDAH.

Confesso a todos que fiquei admirado com o fato. É a primeira vez que vejo um portador de TDAH (DDA em inglês), tendo seu transtorno retratado como se fosse algo de bom. Exatamente isso! Em determinado momento do filme, Grover (o sátiro), protetor de Percy, lhe diz que seu déficit de atenção, sua hiperatividade e sua impulsividade, são nada mais do que características de um semideus. No caso específico, filho de “Poseidon”.

Não me admira a questão do “semideus”, afinal de contas, além de ser cristão, já sou filho do Deus verdadeiro. Essa é outra história. A admiração se deu mesmo pelo TDAH estar sendo retratado, mesmo que de forma indireta, no filme. Grata surpresa. Ser DDA era o mesmo que ser um semideus. Achei muita graça no fato. Sinceramente? Fiquei rindo sozinho durante vários minutos do filme.

Cabe aqui um “agradecimento” ao escritor Rick Riordan por retratar dessa maneira nosso adolescente Percy. Não li o livro, mas imagino que não foi idéia do diretor do filme essa “sacada” acerca do TDAH. Espero que com fatos como esse, o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, se torne um alvo menor de preconceito. Afinal de contas, estamos falando de semideuses... (risos).

Um abraço a todos.