sábado, 30 de junho de 2007

Potencial?

Sempre ouvi de minha mãe, e isso desde pequeno, que possuo um potencial enorme. Que desde novo demonstrei que sou inteligente – modéstia à parte acima da media – mas apesar disso, não consegui lograr nenhuma “vitória” em minha vida acadêmica e profissional. Tenho minhas dúvidas quanto a isso. Mas mãe é mãe. Sendo assim, não vamos discutir isso aqui.
A pouco mais de uma semana, graças ao tratamento que me dispus a fazer, estou me deleitando nos braços da leitura. Um dos livros que li nesses dias foi “Criatividade – Abrindo o Lado Inovador da Mente”. Esse livro, posso dizer, estendeu meu horizonte. Creio que hoje estou enxergando um pouco mais longe. Mas esse relato não tem nada a ver comigo.
Desde o dia 25 de junho, resolvi propor a algumas pessoas que trabalham comigo uma tarefa. Durante um pequeno intervalo do dia, faríamos atividades em grupo – chamarei aqui de dinâmica – com o intuito de arrecadar algumas idéias para o nosso setor. Inspirado no livro que citei acima, propus a esse grupo que deixassem o lado criativo de suas mentes trabalhar. Nos cinco dias em que estivemos desenvolvendo essa dinâmica fui surpreendido com o enorme potencial dessas pessoas. Posso deixar aqui o relato de que ao final da semana (29 de junho) varias idéia estavam em minha mesa, sendo que muitas delas faremos uso daqui para frente. Acredito que nossas vidas foram mudadas. Espero que essas mudanças tenham sido definitivas. A vocês: Gláucia, Danielly (é assim mesmo que se escreve?), Leidiane, Pedro, Douglas, Daniel, Alessandra, Hugo, Patrícia, Gabriel, Fernanda e Raphael os meus parabéns e também o meu muito obrigado. Parabéns porque vocês foram para mim um sucesso. E o obrigado, vem da gratidão que tenho a vocês por terem me proporcionado tamanha experiência. Segue aqui um conselho. Não desistam nem esmoreçam. Persistam na busca de seus sonhos.

Até breve.

Ps: Como persistir na busca dos sonhos? SEJAM CRIATIVOS.

sexta-feira, 29 de junho de 2007

Primeiros passos

Aos quatro dias do mês de fevereiro do ano de 1974, nascia eu, Leonardo Rocha Pena. Mal sabiam meus pais (e não teriam como saber à época) que um de seus filhos era portador de TDAH. Certamente estariam eles diante de um filho que seria chamado de problemático, agitado, inqueito, desatento, desmotivado, preguiçoso, entre outros adjetivos.Lembro-me de uma história contada por minha mãe, que descreve bem o quadro que eles teriam diante dos olhos. Segue o relato desse acontecimento:Quando eu tinha pouco mais de um ano de idade, nós morávamos na Rua Rio Grande do Sul, em frente ao atual Carrefour bairro. Já nessa época, minha mãe se deparou com um quadro que veria muito durante os anos seguintes. Enquanto estava distraída lavando a área em frente a nossa casa, uma vizinha entrou pelo portão e lhe disse: “Neide, não se assuste mas seu filho está dependurado na janela da casa.” Vale aqui ressaltar que a referida janela era no 2º andar da casa. Minha mãe desesperada olhou e me viu balançando na janela, segurando-me no trinco. Com a calma que apenas Deus poderia ter-lhe dado naquele momento, minha mãe subiu até onde eu estava, e bem devagar veio por trás (para não me assustar) e me segurou em seus braços.Seguramente foi um dos grandes sustos que minha amada mãe recebeu em sua vida. Mas sei bem que não foi o único. Durante os próximos dias, estarei relatando aqui as experiências vividas por mim em minha infância, adolescência e vida adulta. Espero trazer algo de útil àqueles que convivem ou venham a conviver com algum portador de TDAH. Deixo a vocês a minha impressão; todos nós precisamos muito da compreensão de vocês.


Grande abraço a todos.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Tocando em frente....

Há pouco tempo atrás fui diagnosticado com uma “doença” chamada TDAH (Transtorno por Déficit de Atenção e Hiperatividade). Desde então tenho vivido muitos conflitos dentro de mim, pois descobri que a vida inteira enfrentei diversas dificuldades sendo muitas vezes rotulado por todos que estiveram ao meu redor. Sendo assim, estou buscando assimilar os conceitos da doença, tentado me tratar, inclusive fazendo uso de remédios e também fazendo psicoterapia. Um dos livros que adquiri que relatava sobre a TDAH foi um com o título “Distraído e a 1000 por hora”. Uma coisa me chamou a atenção na contra-capa do livro. Uma pequena referência a uma música do compositor Almir Sater. A letra da música copio abaixo. Para mim talvez esse deva ser o lema da minha vida daqui para frente. Aonde deverei aprender a andar devagar, carregar comigo um sorriso no rosto, andar feliz. Entender que da vida pouco sei – até mesmo porque descobri apenas aos 33 anos, que sou “diferente”. Preciso amar, preciso de paz, e deixar que “chova” em mim para quem sabe conseguir florir. Estarei daqui para frente buscando assimilar que “cumprir a vida seja simplesmente Compreender a marcha e ir”, ir levando a boiada e tocando os dias pela longa estrada. Certo estarei de que todo mundo ama um dia, que todo mundo chora, e que os dias chegam e também se vão. Buscarei entender que “cada um de nós compõe a sua própria história e que cada ser em si carrega o dom de ser capaz, de ser feliz”. Espero simplesmente contar com a compreensão de todos aqueles que estão ao meu redor e que me amam. E que por me amar, buscarão entender cada uma de minhas decisões, mesmo que pareçam “loucas”, incompreensíveis ou não.

A todos que me amam, dedico essa música.

Ps. Se vocês tiverem internet, ouçam a música clicando no link abaixo:

http://www.youtube.com/watch?v=KztuagrBzWY


Tocando em Frente

Composição: Almir Sater e Renato Teixeira

Ando devagar

porque já tive pressa

E levo esse sorriso

porque já chorei demais

Hoje me sinto mais forte,

Mais feliz, quem sabe,

Eu só levo a certeza

De que muito pouco sei,

Ou nada sei

Conhecer as manhas e as manhãs

O sabor das massas e das maçãs

É preciso amor

Prá poder pulsar

É preciso paz prá poder sorrir

É preciso chuva para florir

Penso que cumprir a vida seja

simplesmente

Compreender a marcha e ir

tocando em frente

Como um velho boiadeiro

levando a boiada

Eu vou tocando os dias pela

longa estrada, eu sou

Estrada eu vou

Todo mundo ama um dia,

todo mundo chora

Um dia a gente chega

e no outro vai embora

Cada um de nós compõe

A sua própria história

E cada ser em si

Carrega o dom de ser capaz

De ser feliz